O Blog do Rúgbi

Arquivo : seleção brasileira de rúgbi

Força mental é a chave para bater o Chile, defende técnico da seleção
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Foto: João Neto/Fotojump

Foto: João Neto/Fotojump

“O foco dos treinos tem sido mais mental do que qualquer outra coisa”, garante o argentino Rodolfo Ambrósio, treinador da seleção brasileira de rúgbi XV, há dois dias do duelo contra o Chile, no Pacaembu (SP), pelo Sul-Americano.

A semana intensa de preparação, depois da derrota para o Uruguai na estreia, também teve atenção especial ao scrum e ao lineout, o lateral, lances chave no rúgbi tanto para manter a posse de bola como para dominar o psicológico dos adversários.

“Os jogadores acabaram o último torneio [Americas Rugby Championship ou ARC] em um nível muito alto, mas quando voltaram aos clubes retomaram alguns vícios dos jogos locais”, diz Ambrósio, após o treino coletivo desta quinta-feira no Núcleo de Alto Rendimento (NAR), zona sul de São Paulo.

Na visão do argentino, só o tempo e a experiência internacional devem trazer este entendimento coletivo de que a velocidade e a intensidade de partidas com o Uruguai são completamente diferentes. “Os jogadores acordaram no fim, lembraram que não era mais um jogo de bairro, era uma partida internacional em um estádio grande”, resume.

Para o treinador, a boa atuação no segundo tempo contra o Uruguai, depois de um início ruim, é a prova de que a mentalidade é a chave para um bom jogo contra o Chile.

“Os mesmos erros não se repetiram no segundo tempo, e acredito que não vão acontecer contra o Chile”, defende Ambrósio. “Falamos muito sobre isso nesta semana, conversando e assistindo vídeos. Não precisamos mudar nosso plano de jogo para melhorar, vamos respeitar o processo de amadurecimento e manter o que estamos construindo”, explica.

Comandante dos Tupis durante a boa campanha no inédito ARC, que contou até com vitória sobre os EUA, Ambrósio prefere não criar muitas expectativas sobre presença de público e apresentação dos Tupis contra os chilenos, atuais campeões do torneio sul-americano.

Para repetir a vitória de 2014 sobre os “Condores”, a primeira da história da seleção, Ambrósio mantém os pés no chão: “Minha expectativa é de que a gente melhore o nosso jogo. Temos tudo para fazer isso. Se não melhorarmos, é impossível falar em resultado”, finaliza.


Capitão do Brasil faz ritual tradicional antes de jogo com o Uruguai
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A seleção brasileira de rúgbi de 15 fará sua segunda partida pela Americas Rugby Championship, nesta sexta-feira (12). Será o primeiro confronto do Brasil dentro de casa, na Arena Barueri, contra o Uruguai.

No primeiro jogo do torneio, fora de casa contra o Chile, a seleção brasileira foi derrotada por 25 a 22.

Antes da partida, o asa Ige, capitão da seleção brasileira, fez um tradicional ritual no rúgbi: a entrega das camisas para cada um dos jogadores do elenco antes da partida.

Confira o depoimento do asa Ige antes da partida:

Nossa estreia no Americas Rugby Championship foi marcada por uma grande batalha, como era de se esperar. Mostramos para todos e para nós mesmos que estamos no caminho certo! O jogo foi disputado até o último segundo, com uma diferença mínima para o time da casa. Apesar da derrota, não nos abatemos e estamos contentes por saber que teremos a chance de uma revanche em dois meses, desta vez em nossa casa, pelo Sul-Americano.

Nesta semana o foco foi para o próximo adversário, o Uruguai. Trabalhamos em alguns erros cometidos na partida anterior e estamos mais preparados do que estávamos. O grupo que foi renovado vai ganhando experiência, e temos confiança de que poderemos mostrar isso em campo!

Instantes antes do jogo, tivemos um “ritual” muito tradicional no rúgbi, a entrega das camisas. É um momento especial, uma das maiores emoções que antecedem a partida. O momento em que cada um tem a oportunidade de honrar aqueles que já vestiram a camisa dos Tupis antes de nós, tentando sempre deixá-la numa posição mais alta do que estava.

Hoje terei a honra de estar de capitão, e pude fazer a entrega das camisas a todos os convocados.

Agora é hora de ir para o jogo! Contamos com a torcida e apoio de todos!


Após lesão grave, jogador da seleção é operado e ficará fora por 3 meses
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A seleção brasileira terá uma baixa na repescagem para o Sul-Americano de 2016. O asa Matheus “Matias” Daniel ficará fora dos campos pelos próximos três meses, por causa de uma grave lesão sofrida no amistoso contra a Alemanha, no Pacaembu, na última sexta-feira (4).

Em um lance envolvendo o companheiro de equipe Fernando Portugal, Matias fraturou a tíbia e a fíbula. Ele foi operado logo na manhã do dia seguinte e já iniciou o processo de recuperação.

O lance que tirou Matias da partida aconteceu logo no segundo minuto. Depois de trombar com Fernando Portugal, o asa ficou no chão e precisou ser levado diretamente para o Hospital das Clínicas, na região central de São Paulo. O Brasil perdeu por 31 a 7.


Corintianos aproveitam partida de rúgbi para matar a saudade do Pacaembu
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Os corintianos Elikiam, Dudu e Eduardo aproveitam a chance para matar a saudades do Pacaembu. Foto: Brunno Carvalho/UOL

Corintianos Elikiam, Dudu e Eduardo matam a saudade do Pacaembu. Foto: Brunno Carvalho/UOL

O dia 27 de abril de 2014 foi especial para o torcedor corintiano. Naquela data, com uma vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro, o time se despedia do Pacaembu, estádio municipal que foi sua “casa” por mais de 70 anos.

Após mais de um ano, o Pacaembu voltou a receber corintianos. Mas não para um jogo de futebol. O estádio foi palco, pela primeira vez, de uma partida de rúgbi, um amistoso entre Brasil e Alemanha, realizado na última sexta-feira (4), que terminou com vitória europeia por 31 a 7.

Na fila para entrar no duelo, o pequeno corintiano Dudu, de 9 anos, não escondia a ansiedade de voltar ao Pacaembu. Ao lado do pai, Eduardo Matos, o menino classificou o estádio como “minha vida” e disse ter acompanhado o Corinthians em duas oportunidades. Sobre o rúgbi, não conhece muito: “acompanho desde hoje”.

O sentimento do menino é compartilhado com outros corintianos. A partida foi uma oportunidade de matar um pouco a saudades do estádio. “Adoro o Pacaembu, vim bastante aqui e trouxe o Dudu nas duas vezes”, explicou Eduardo Matos. “Conheço alguma coisa do rúgbi, é uma experiência nova acompanhar o jogo aqui”, completou.

Perto de Dudu na fila e vestido com a camisa do Corinthians, Eliakim Oliveira, de 25 anos, aproveitou a oportunidade para fazer algo que não conseguiu nos jogos de seu time de coração: acompanhar uma partida no estádio municipal. “Nunca consegui ver o Corinthians aqui, mas eu sei toda a história do clube no Pacaembu”, afirmou. “É muito bom vir aqui. Hoje é para curtir um jogo de outro esporte, mas o sentimento é legal”.

Alan Barbosa celebra a volta ao Pacaembu nas redes sociais. Foto: Reprodução/Instagram

Alan Barbosa celebra a volta ao Pacaembu nas redes sociais. Foto: Reprodução/Instagram

Jogador de futebol americano do Lusa Lions e torcedor “modinha” do Corinthians, como próprio se definiu, Alan Barbosa, de 26 anos, também foi acompanhar a partida com a camisa do clube. “Vim aqui para apoiar o rúgbi, mas principalmente para matar a saudade do Pacaembu”, explicou ele, que disse ter acompanhado mais o Corinthians no estádio a partir de 2009.

No último domingo (6), o clube paulista entrou em campo pela última vez no ano, contra o Avaí, mas bem longe do Pacaembu – o novo estádio fica na zona leste de São Paulo, enquanto o antigo é localizado na região central. Para quem esteve na partida de rúgbi, no entanto, a saudade agora é um pouco menor.

Brunno Carvalho
Do UOL, em São Paulo


Depois de “servir a um legado”, grande nome do rúgbi brasileiro se aposenta
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Fernando Portugal em ação pela seleção brasileira de rúgbi. Foto: Cameron Spencer/Getty Images

Fernando Portugal em ação pela seleção brasileira de rúgbi. Foto: Cameron Spencer/Getty Images

O rúgbi brasileiro deu adeus a um de seus principais nomes em um jogo histórico para o esporte no país. A oito meses dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Fernando Portugal decidiu se aposentar após a derrota da seleção para a Alemanha, na última sexta-feira (4), no estádio do Pacaembu.

Aos 34 anos, Portugal deixa o time brasileiro em um dia importante para a modalidade: pela primeira vez, uma partida de rúgbi aconteceu no Pacaembu. O lendário estádio paulista, que já foi palco até de jogos da Copa do Mundo, trocou as traves de futebol pelo tradicional H do rúgbi e recebeu 10.480 torcedores, um recorde do esporte no país.

E foi nesse palco, nessas circunstâncias, que Portugal se despediu após 16 anos vestindo as cores do Brasil. O adeus, na verdade, começou na Argentina, há um mês. Lá, o capitão fez sua última partida pela equipe de sete, contra uma seleção regional do país vizinho. Agora, se despede do time de 15, do qual também já foi o líder.

“Vivi uma era amadora com um espírito muito profissional, querendo conquistar mais, querendo fazer mais. Nessa era profissional, já não consigo render mais tanto”, explicou depois da partida contra a Alemanha, em que foi homenageado e não conseguiu conter as lágrimas.

“Não se trata da minha carreira, mas de servir a um legado, como falou Richie McCaw (capitão da Nova Zelândia) depois do título da Copa do Mundo”, continuou. “Acho que o meu legado é esse: trazer mais seriedade no trabalho com rúgbi. Tentei trazer um pouco de profissionalismo em uma era amadora. Agora a gente entra em uma era profissional que já não posso contribuir mais dentro de campo. Vou contribuir fora dele”.

Fernando Portugal é erguido pelos jogadores da seleção brasileira após ser homenageado. Foto: Brunno Carvalho/UOL

Portugal é erguido pelos jogadores da seleção após ser homenageado. Foto: Brunno Carvalho/UOL

Envolvido com rúgbi desde os 15 anos, Fernando Portugal alcançou durante sua carreira algo que poucos jogadores brasileiros conseguiram: uma chance de atuar em um país com tradição no esporte.

Em 2005, com ajuda de estudantes da Universidade de Direito da USP, viajou para a Itália em busca de uma oportunidade. E acabou cruzando seu caminho com o Segni, da primeira divisão italiana. De início, chegou a trabalhar como servente de pedreiro, enquanto não acertava um contrato profissional, algo que veio logo no ano seguinte.

No Brasil, atuando pelo São José, foi pentacampeão brasileiro de rúgbi de 15 e bicampeão nacional de rúgbi de sete.

“Esse cara que a gente viu dentro de campo arrebentar, se diferenciar pela qualidade, não é só isso para o rúgbi. Ele é um cara que dentro do vestiário fazia a equipe seguir, levantava um jogador que estava desanimado, sabia ser o irmão, o companheiro que você precisa no momento difícil”, explicou Werner Grau, vice-presidente da Confederação Brasileira de Rúgbi.

Presente nos principais momentos do rúgbi brasileiro, como a partida contra a Inglaterra no tradicional no estádio Twickenham, para 77 mil pessoas, Fernando Portugal sai de cena meses antes de algo histórico para o esporte: a participação nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

“É difícil saber a hora de parar. Gostaria muito de brigar junto com ele para defender o Brasil nos Jogos Olímpicos, mas se é decisão dele, apoio de olhos fechados”, afirmou o veterano asa Ige, presente desde o início da carreira de Portugal na seleção e o primeiro a saber sobre a aposentadoria.  “Ele é um cara que mergulhou de cabeça no sonho há 15 anos e batalhou com toda energia que teve até hoje. E com certeza não vai parar hoje. Sai de campo, mas não sai do rúgbi”.

Brunno Carvalho
Do UOL, em São Paulo


Lesão grave e derrota para Alemanha marcam dia histórico do Brasil no rúgbi
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Crédito: ALE CABRAL/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

O dia era histórico e de festa para o rúgbi no Brasil. Mas a seleção deixou o amistoso contra a Alemanha com uma preocupação: o asa Matheus Daniel, o Matias, saiu direto para o hospital com suspeita de fratura no tornozelo esquerdo. No campo, derrota para a Alemanha por 31 a 7, no primeiro jogo oficial de rúgbi que o estádio do Pacaembu recebeu.

E a estreia do estádio não poderia ser melhor: recorde histórico de público em uma partida de rúgbi no Brasil. 10.480 pessoas estiveram presentes para acompanhar o amistoso – o ingresso era um livro novo ou em bom estado.

Até os 30 minutos do primeiro tempo, torcedores ainda entravam no Pacaembu para acompanhar o duelo. Depois de muito batuque e comemoração quando o Brasil ia ao ataque, parte da torcida começou a deixar o estádio.

A partida marcou também a despedida de Fernando Portugal do Brasil. O ex-capitão do time de 15 anunciou sua aposentadoria da seleção brasileira.

Essa foi a segunda vez em que Brasil e Alemanha se enfrentaram na história. Na primeira, em jogo realizado no último dia 28 de novembro, os europeus venceram por 29 a 12. Se no futebol as duas seleções são potências, no rúgbi ainda estão em evolução.

O próximo compromisso da seleção brasileira será no dia 12 de dezembro, quando enfrentará a Colômbia, pela repescagem sul-americana, no estádio do Canindé.

O jogo

O lance que tirou Matias da partida aconteceu logo no segundo minuto. Depois de trombar com Fernando Portugal, o asa ficou no chão e precisou ser levado diretamente para o Hospital das Clínicas, na região central de São Paulo.

A partida ficou paralisada por cinco minutos para o atendimento de Matias. Logo após o reinicio, a Alemanha tirou o zero do placar. Rayno Parkinson foi o responsável por converter o pênalti e colocar três pontos para os europeus.

A vantagem ficou ainda maior quando Jaco Otto anotou o primeiro try da partida e Parkinson acertou o chute de conversão. A diferença chegava a 10 a 0.

Apoiado pela barulhenta torcida brasileira, que apoiou a todo instante e não poupou vaias aos rivais, o Brasil anotou seus primeiros pontos nos instantes finais do primeiro tempo. O scrum brasileiro conseguiu arrastar a Alemanha e David Harvey fez a conversão.

As faltas, no entanto, seguiam sendo um problema para os brasileiros. Tanto no último lance do primeiro tempo quanto no início do segundo, os alemães tiveram chances de marcar mais três pontos. E não desperdiçaram. Parkinson e Jeremy Te Huia converteram as duas penalidades, respectivamente.

As infrações brasileiras não pararam até o final da partida. Jaco Otto e Sam Harris ainda conseguiram ampliar o placar final para a Alemanha, no Pacaembu.

Brunno Carvalho
Do UOL, em São Paulo

 


Antiga casa do Corinthians agora tem uma trave de rúgbi no gramado
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Jogadores da seleção brasileira de rúgbi compareceram na instalação da trave no Pacaembu. Foto: João Neto/Fotojump

Jogadores da seleção brasileira de rúgbi compareceram na instalação da trave no Pacaembu. Foto: João Neto/Fotojump

Acostumado a receber partidas de futebol, o Estádio do Pacaembu será palco de outra modalidade na próxima sexta-feira (4). A seleção brasileira de rúgbi fará uma partida amistosa contra a Alemanha no local, que costumava ser a casa do Corinthians até a inauguração de seu próprio estádio.

Nos preparativos para a partida, as traves em formato de H já foram instaladas no gramado, em evento que contou com a presença de jogadores da seleção brasileira e membros da Confederação Brasileira de Rúgbi (CBRu).

A partida desta sexta-feira, às 21h, será a segunda entre as duas seleções. A primeira aconteceu no último sábado e teve vitória alemã por 29 a 12. O ingresso para o confronto será a doação de um livro novo ou bem conservado.

Além da partida, o Pacaembu contará com outras atividades relacionadas ao esporte, que ficarão localizadas na praça Charles Miller, logo em frente ao estádio.


Rúgbi do Brasil tem oito décadas de história e ainda há muito a se contar
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Foto: Ludens/USP

Foto: Ludens/USP

Sábado passado a seleção brasileira masculina de rúgbi jogou em Blumenau contra a Alemanha. Na próxima sexta voltará a enfrentar os alemães em jogo histórico no Pacaembu. No entanto, sabem vocês que a nossa seleção possui mais de oito décadas de história?

História esta que começou em 1 de Agosto de 1932. Ao todo os Tupis jogaram contra 15 seleções, alguns combinados nacionais, seleções regionais e vários clubes. 148 jogos no total, 56 vitórias, 2 empates e 90 derrotas. O Brasil nunca foi derrotado pelo Peru (9 vitórias), pela Colômbia (8 vitórias), México (2 vitórias), Costa Rica (1 vitória) e Emirados Árabes Unidos (1 vitória).

Por outro lado, nunca venceu a Argentina (13 derrotas), França, Hong Kong e Quênia (1 derrota contra cada um). Já contra o Paraguai, Venezuela e Trinidad e Tobago, o Brasil venceu mais do que perdeu. Entretanto, quando os adversários são Uruguai e Chile, foram mais derrotas do que vitórias. Em mais de oitenta anos, os Tupis apenas nunca jogaram contra seleções da Oceania.

Foto: CONSUR

Foto: CONSUR

A pesquisa foi conduzida pelo LUDENS (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas sobre Futebol e Modalidades Lúdicas da USP), com a ajuda de Manuel Cabral (portal “Mão de Mestre”) e especialmente de Jean Rheims, viúva de Bill Rheims, ex-presidente da antiga ABR (Associação Brasileira de Rugby), que cuidou da atualização de todas as atividades das seleções nacionais enquanto vivo.

A relação completa dos jogos vocês encontram aqui.

Mesmo com atividades desde os anos 30 do século XX, o primeiro organismo regulador do rúgbi nacional, a URB (União de Rúgbi do Brasil), foi fundada em 6 de Outubro de 1963. Em 1972, deu lugar à Associação Brasileira de Rugby, que durou até 2010 com o estabelecimento da Confederação Brasileira de Rugby.

Uma linda história que há muito ainda para se contar e a nossa obrigação de preservar.

Por Virgílio Neto, comentarista da ESPN
virgilioneto.wordpress.com/
@virgiliofneto


Um engano no Orkut fez ele entrar no rúgbi. Hoje, é jogador da seleção
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Foto: Luiz Pires/FOTOJUMP

Foto: Luiz Pires/FOTOJUMP

Uma foto de um jogo de futebol americano postada ainda nos tempos do Orkut mudou a vida de um atleta da seleção brasileira de rúgbi. O piauiense radicado em São Paulo André Luiz Nascimento Muniz da Silva viu na imagem a chance para começar a praticar o esporte popular nos Estados Unidos. Um engano, no entanto, fez com que ele fosse parar em outra modalidade: o rúgbi.

“Eu nunca tinha ouvido falar de rúgbi na minha vida. Uma amiga minha estava fazendo intercâmbio nos Estados Unidos e postou uma foto do futebol americano. Eu falei para ela: ‘nossa, que bacana esse esporte. Se eu soubesse onde tem algum lugar pra treinar aqui no brasil, eu treinaria’”.

Foi por meio da mesma amiga que André Luiz conheceu o SPAC (São Paulo Athletic Club), clube que defende até os dias de hoje. Mas algo estava errado. “Chegando lá, eles me mostraram um vídeo e eu vi que o esporte que eles praticavam não tinha nada a ver com o futebol americano”.

Mesmo com a confusão, a vontade de praticar o esporte não desapareceu. André Luiz passou a jogar como ponta e virou Boy, um apelido que se encaixa perfeitamente na vida do piauiense. “Quando comecei a treinar rúgbi, ia com uma camiseta do meu time de futsal do colégio, o ‘WBoys’. Logo na sequência, arrumei um emprego em uma agência de câmbio e turismo, e trabalho com moto lá. Então Boy ficou geral, servia para qualquer coisa”.

Rúgbi “forçou” a troca de emprego

O trabalho de motoboy apareceu como uma solução para a dificuldade de conciliar a vida com o rúgbi. Quando iniciou no esporte, em 2009, Boy trabalhava como barman, mas a inflexibilidade de horário atrapalhava os treinamentos.

“Era tranquilo durante a semana, mas em dias de jogo, que eram sempre aos sábados, eu só conseguia jogar um tempo e ia correndo trabalhar”. Foi então que a decisão de trocar de emprego surgiu e o destino colocou Boy em lugar familiarizado com o esporte.

“Esse novo (de motoboy) é de segunda a sexta, então dá para treinar e jogar de final de semana. Meu chefe já jogou rúgbi e é compreensível em relação a isso, até quando preciso viajar. Fiz um acordo com ele e descontam os dias das minhas férias”.

E o tal acordo com o chefe faz com que Boy não se preocupe caso seja convocado pela seleção brasileira para disputar os Jogos Olímpicos de 2016. “Acho que ele vai entender. Um mês para disputar o segundo maior evento esportivo do mundo ele deixaria, não faria isso comigo”, brinca.

Aos 27 anos e desde 2011 na seleção brasileira, Boy ainda vê distante a possibilidade de viver apenas do esporte. “Um ou outro jogador até consegue, mas o que recebo da seleção não é suficiente. Do clube não recebo nada, porque ele não é profissional”, explica.

Mas uma coisa ele já pode agradecer ao rúgbi: a oportunidade de conhecer o mundo. “Acho que até daria para ir a Argentina, Chile, mas sem o esporte jamais conseguiria conhecer China, Nova Zelândia e Inglaterra”, essa última, palco da maior emoção da carreira de Boy: a partida contra os donos da casa no estádio Twickenham, para 77 mil pessoas, pelo torneio London Sevens, em maio deste ano. “Nem conseguia ouvir o companheiro do meu lado”.

Brunno Carvalho
Do UOL, em São Paulo


Artigo: Conhece o rúgbi? É maior do que você imagina! E cresce no Brasil
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Foto: Phil Walter/Getty Images

Foto: Phil Walter/Getty Images

Por Lucas “Tanque” Duque, atleta da Seleção Brasileira de rúgbi de sete

Agora, é a vez do rúgbi! Você pode não saber que esporte é esse ou não entender as regras. Mas saiba que você ainda vai ouvir falar muito de rúgbi. Principalmente nesses próximos dias.

A bola oval vive um momento único com o retorno aos Jogos Olímpicos, após 92 de ausência. Será com a modalidade de sete. Mas enquanto os Jogos do Rio não chegam, o rúgbi XV é que dita as regras. E o ano de 2015 será marcado pela Copa do Mundo de Rúgbi XV, que começa nesta sexta-feira, na Inglaterra.

Esta será a 8ª edição do mundial. Trata-se de um dos eventos mais assistidos em estádios, atrás apenas da Copa do Mundo de futebol. Em termos de audiência é Top 5 entre todos os eventos do mundo. Contará com 20 equipes na disputa pela taça, entre elas nossos vizinhos argentinos e uruguaios.

O Brasil ainda não fará parte dessa festa, mas estamos nos esforçando para chegar lá em 2023. Por aqui o momento é de transição, aprendizado e muito trabalho. Nos últimos anos tivemos conquistas importantes, vencemos adversários fortes que nunca antes haviam perdido para nós. Hoje lutamos para alcançar as forças continentais, como Argentina, Uruguai e Chile, e ao mesmo tempo passamos para a nova geração todo nosso conhecimento.

Afinal, o trabalho é de longo prazo e nem todos que da equipe atual estarão no futuro para colher os louros das conquistas. O rúgbi é uma modalidade que traz consigo muitos valores, entre eles o respeito e a integridade. Mas o que move todos é a paixão. Quem é “picado pelo bichinho do rúgbi” entra para a família e não quer mais sair.

A Confederação Brasileira de Rúgbi faz a sua parte trazendo organização para uma modalidade que tem muito potencial de crescimento. Hoje temos uma estrutura com Centro de Treinamento exclusivo e equipamentos de ponta, o que não acontecia há alguns anos. Usamos GPS para melhor analisar as questões de desempenho e posicionamento em campo, entre outras. Participamos de mais competições diante de adversários cada vez mais qualificados.

Hoje, o Brasil conta ainda com seis das chamadas Academias Top 100, em que os melhores jogadores de rúgbi do país foram selecionados por uma comissão técnica para treinar ainda mais, buscando a excelência no esporte. São 350 jogadores que podem a qualquer momento ser convocados para representar o Brasil mundo afora.

Estamos todos unidos em busca de um objetivo comum, que é o desenvolvimento do rúgbi brasileiro. Como diria a propaganda, “rúgbi: isso ainda vai ser grande no Brasil”. Você ainda vai ouvir falar muito de scrum, tackle, try e o famoso haka da Nova Zelândia!


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