O Blog do Rúgbi

Três tries incríveis embalam prêmio “Melhores do Ano”. Quem leva?

UOL Esporte

Por Bruno Romano

Londres vai receber neste domingo, 13, a tradicional premiação de ''Melhores do Ano'', evento de maior prestígio no planeta oval, com carimbo da World Rugby.

Os finalistas de sete categorias já foram anunciados, inclusive o ''try do ano'' (veja no vídeo), faltando apenas a nominação dos melhores atletas de rúgbi XV. Conheça abaixo os nomes e possíveis favoritos:

MELHOR JOGADOR DE SEVENS: Osea Kolinisau, capitão de Fiji, e Seabelo Senatla, sul-africano artilheiro da temporada, levam vantagem sobre Virimi Vakatawa, atleta nascido em Fiji, mas naturalizado francês. Vakatawa foi definitivamente a grande surpresa do ano e tem altíssimo nível, mas Kolinisau deve levar a melhor sobre Senatla, por liderar a seleção campeã da Rio-2016 (o sul-africano se machucou na Olimpíada e fez falta na semifinal contra a Grã-Bretanha).

MELHOR JOGADORA DE SEVENS: Difícil tirar o troféu da impressionante Charlotte Caslick, uma das estrelas da Austrália, ouro na Olimpíada do Rio. Ainda que a neozelandesa Portia Woodman não pare de puxar o nível feminino para cima e que a concorrente Emily Scarratt, da Inglaterra, tenha jogado uma temporada de tirar o chapéu.

MELHOR TIME: Por ser ano olímpico, com o rúgbi voltando aos Jogos após 92 anos, é bem provável que o primeiro lugar acabe com Fiji Sevens. Mesmo que seja difícil não reparar no trabalho impecável da Nova Zelândia, com direito a novo recorde de 18 vitórias seguidas e apenas uma derrota para a Irlanda.

Correndo por fora, a Inglaterra ''ressucitou'' após um vexame na Copa de 2015 com um ano difícil de igualar tão cedo. A nominação mostra isso, mas o título deve ficar entre neozelandeses e fijianos, com pequena vantagem simbólica para Fiji.

MELHOR TREINADOR: Sem dúvida a categoria mais equilibrada de todas, já que os três trabalhos entram para a história do rúgbi moderno. Steve Hansen fez o que pouquíssimos líderes conseguem: chegou ao topo do mundo, se manteve e aumentou ainda mais o nível do rúgbi XV em 2016. Ben Ryan transformou os talentosos fijianos em uma engrenagem poderosa de Sevens que dominou a modalidade.

Mas Eddie Jones talvez mereça o prêmio pela trajetória mais desacreditada das três. Colocar a Inglaterra no segundo lugar do ranking mundial, com título de Six Nations invicto e três vitórias sobre a Austrália é muito mais do que qualquer inglês otimista pudesse esperar.

REVELAÇÃO: Parece improvável que a honra não acabe nas mãos de Maro Itoje. Este jovem da seleção inglesa não apenas foi um dos pilares para recuperar a moral do país dentro de campo como tem ajudado a mostrar um novo tipo polivalente de jogador de segunda linha. Anton Lienert-Brown e Ardie Savea, ambos da Nova Zelândia, tem nominação mais que honrosa, mas o prêmio é de Itoje.

TRY DO ANO: As três escolhas da World Rugby premiam o jogo coletivo, essência do rúgbi. Difícil separar a decisão de escolhas e visões particulares. Todos tem seu brilho. O de Jamie Heaslip (Irlanda contra França) saiu de um jogo pegado, em intensidade forte. O de TJ Perenara (Nova Zelândia e Argentina) é um ótimo exemplo de vários tries semelhantes que a Nova Zelândia fez no ano.

Mas o de Kaito Shigeno (Japão contra Escócia) parece ter um tempero a mais. Saiu de um lineout perto do in goal e passou pela mão de quase todo o time. É mais: foi feito pela seleção mais emergente do ano contra uma das mais tradicionais do mundo do rúgbi. Deve levar o prêmio, correndo de perto contra o try irlandês.

ÁRBITRO: Entre os quatro nomeados (Jérôme Garcès, da França, Alhambra Nievas, da Espanha, Jaco Peyper, da África do Sul, e Rasta Rasivhenge, também da África do Sul), Jaco leva vantagem pelo trabalho no rúgbi XV e Rasta seria uma escolha certeira se o ano for mesmo de homenagens ao Sevens, agora oficialmente o rúgbi olímpico.