O Blog do Rúgbi

Arquivo : rúgbi

Corintianos aproveitam partida de rúgbi para matar a saudade do Pacaembu
Comentários Comente

UOL Esporte

Os corintianos Elikiam, Dudu e Eduardo aproveitam a chance para matar a saudades do Pacaembu. Foto: Brunno Carvalho/UOL

Corintianos Elikiam, Dudu e Eduardo matam a saudade do Pacaembu. Foto: Brunno Carvalho/UOL

O dia 27 de abril de 2014 foi especial para o torcedor corintiano. Naquela data, com uma vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro, o time se despedia do Pacaembu, estádio municipal que foi sua “casa” por mais de 70 anos.

Após mais de um ano, o Pacaembu voltou a receber corintianos. Mas não para um jogo de futebol. O estádio foi palco, pela primeira vez, de uma partida de rúgbi, um amistoso entre Brasil e Alemanha, realizado na última sexta-feira (4), que terminou com vitória europeia por 31 a 7.

Na fila para entrar no duelo, o pequeno corintiano Dudu, de 9 anos, não escondia a ansiedade de voltar ao Pacaembu. Ao lado do pai, Eduardo Matos, o menino classificou o estádio como “minha vida” e disse ter acompanhado o Corinthians em duas oportunidades. Sobre o rúgbi, não conhece muito: “acompanho desde hoje”.

O sentimento do menino é compartilhado com outros corintianos. A partida foi uma oportunidade de matar um pouco a saudades do estádio. “Adoro o Pacaembu, vim bastante aqui e trouxe o Dudu nas duas vezes”, explicou Eduardo Matos. “Conheço alguma coisa do rúgbi, é uma experiência nova acompanhar o jogo aqui”, completou.

Perto de Dudu na fila e vestido com a camisa do Corinthians, Eliakim Oliveira, de 25 anos, aproveitou a oportunidade para fazer algo que não conseguiu nos jogos de seu time de coração: acompanhar uma partida no estádio municipal. “Nunca consegui ver o Corinthians aqui, mas eu sei toda a história do clube no Pacaembu”, afirmou. “É muito bom vir aqui. Hoje é para curtir um jogo de outro esporte, mas o sentimento é legal”.

Alan Barbosa celebra a volta ao Pacaembu nas redes sociais. Foto: Reprodução/Instagram

Alan Barbosa celebra a volta ao Pacaembu nas redes sociais. Foto: Reprodução/Instagram

Jogador de futebol americano do Lusa Lions e torcedor “modinha” do Corinthians, como próprio se definiu, Alan Barbosa, de 26 anos, também foi acompanhar a partida com a camisa do clube. “Vim aqui para apoiar o rúgbi, mas principalmente para matar a saudade do Pacaembu”, explicou ele, que disse ter acompanhado mais o Corinthians no estádio a partir de 2009.

No último domingo (6), o clube paulista entrou em campo pela última vez no ano, contra o Avaí, mas bem longe do Pacaembu – o novo estádio fica na zona leste de São Paulo, enquanto o antigo é localizado na região central. Para quem esteve na partida de rúgbi, no entanto, a saudade agora é um pouco menor.

Brunno Carvalho
Do UOL, em São Paulo


Depois de “servir a um legado”, grande nome do rúgbi brasileiro se aposenta
Comentários Comente

UOL Esporte

Fernando Portugal em ação pela seleção brasileira de rúgbi. Foto: Cameron Spencer/Getty Images

Fernando Portugal em ação pela seleção brasileira de rúgbi. Foto: Cameron Spencer/Getty Images

O rúgbi brasileiro deu adeus a um de seus principais nomes em um jogo histórico para o esporte no país. A oito meses dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Fernando Portugal decidiu se aposentar após a derrota da seleção para a Alemanha, na última sexta-feira (4), no estádio do Pacaembu.

Aos 34 anos, Portugal deixa o time brasileiro em um dia importante para a modalidade: pela primeira vez, uma partida de rúgbi aconteceu no Pacaembu. O lendário estádio paulista, que já foi palco até de jogos da Copa do Mundo, trocou as traves de futebol pelo tradicional H do rúgbi e recebeu 10.480 torcedores, um recorde do esporte no país.

E foi nesse palco, nessas circunstâncias, que Portugal se despediu após 16 anos vestindo as cores do Brasil. O adeus, na verdade, começou na Argentina, há um mês. Lá, o capitão fez sua última partida pela equipe de sete, contra uma seleção regional do país vizinho. Agora, se despede do time de 15, do qual também já foi o líder.

“Vivi uma era amadora com um espírito muito profissional, querendo conquistar mais, querendo fazer mais. Nessa era profissional, já não consigo render mais tanto”, explicou depois da partida contra a Alemanha, em que foi homenageado e não conseguiu conter as lágrimas.

“Não se trata da minha carreira, mas de servir a um legado, como falou Richie McCaw (capitão da Nova Zelândia) depois do título da Copa do Mundo”, continuou. “Acho que o meu legado é esse: trazer mais seriedade no trabalho com rúgbi. Tentei trazer um pouco de profissionalismo em uma era amadora. Agora a gente entra em uma era profissional que já não posso contribuir mais dentro de campo. Vou contribuir fora dele”.

Fernando Portugal é erguido pelos jogadores da seleção brasileira após ser homenageado. Foto: Brunno Carvalho/UOL

Portugal é erguido pelos jogadores da seleção após ser homenageado. Foto: Brunno Carvalho/UOL

Envolvido com rúgbi desde os 15 anos, Fernando Portugal alcançou durante sua carreira algo que poucos jogadores brasileiros conseguiram: uma chance de atuar em um país com tradição no esporte.

Em 2005, com ajuda de estudantes da Universidade de Direito da USP, viajou para a Itália em busca de uma oportunidade. E acabou cruzando seu caminho com o Segni, da primeira divisão italiana. De início, chegou a trabalhar como servente de pedreiro, enquanto não acertava um contrato profissional, algo que veio logo no ano seguinte.

No Brasil, atuando pelo São José, foi pentacampeão brasileiro de rúgbi de 15 e bicampeão nacional de rúgbi de sete.

“Esse cara que a gente viu dentro de campo arrebentar, se diferenciar pela qualidade, não é só isso para o rúgbi. Ele é um cara que dentro do vestiário fazia a equipe seguir, levantava um jogador que estava desanimado, sabia ser o irmão, o companheiro que você precisa no momento difícil”, explicou Werner Grau, vice-presidente da Confederação Brasileira de Rúgbi.

Presente nos principais momentos do rúgbi brasileiro, como a partida contra a Inglaterra no tradicional no estádio Twickenham, para 77 mil pessoas, Fernando Portugal sai de cena meses antes de algo histórico para o esporte: a participação nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

“É difícil saber a hora de parar. Gostaria muito de brigar junto com ele para defender o Brasil nos Jogos Olímpicos, mas se é decisão dele, apoio de olhos fechados”, afirmou o veterano asa Ige, presente desde o início da carreira de Portugal na seleção e o primeiro a saber sobre a aposentadoria.  “Ele é um cara que mergulhou de cabeça no sonho há 15 anos e batalhou com toda energia que teve até hoje. E com certeza não vai parar hoje. Sai de campo, mas não sai do rúgbi”.

Brunno Carvalho
Do UOL, em São Paulo


Lesão grave e derrota para Alemanha marcam dia histórico do Brasil no rúgbi
Comentários Comente

UOL Esporte

Crédito: ALE CABRAL/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

O dia era histórico e de festa para o rúgbi no Brasil. Mas a seleção deixou o amistoso contra a Alemanha com uma preocupação: o asa Matheus Daniel, o Matias, saiu direto para o hospital com suspeita de fratura no tornozelo esquerdo. No campo, derrota para a Alemanha por 31 a 7, no primeiro jogo oficial de rúgbi que o estádio do Pacaembu recebeu.

E a estreia do estádio não poderia ser melhor: recorde histórico de público em uma partida de rúgbi no Brasil. 10.480 pessoas estiveram presentes para acompanhar o amistoso – o ingresso era um livro novo ou em bom estado.

Até os 30 minutos do primeiro tempo, torcedores ainda entravam no Pacaembu para acompanhar o duelo. Depois de muito batuque e comemoração quando o Brasil ia ao ataque, parte da torcida começou a deixar o estádio.

A partida marcou também a despedida de Fernando Portugal do Brasil. O ex-capitão do time de 15 anunciou sua aposentadoria da seleção brasileira.

Essa foi a segunda vez em que Brasil e Alemanha se enfrentaram na história. Na primeira, em jogo realizado no último dia 28 de novembro, os europeus venceram por 29 a 12. Se no futebol as duas seleções são potências, no rúgbi ainda estão em evolução.

O próximo compromisso da seleção brasileira será no dia 12 de dezembro, quando enfrentará a Colômbia, pela repescagem sul-americana, no estádio do Canindé.

O jogo

O lance que tirou Matias da partida aconteceu logo no segundo minuto. Depois de trombar com Fernando Portugal, o asa ficou no chão e precisou ser levado diretamente para o Hospital das Clínicas, na região central de São Paulo.

A partida ficou paralisada por cinco minutos para o atendimento de Matias. Logo após o reinicio, a Alemanha tirou o zero do placar. Rayno Parkinson foi o responsável por converter o pênalti e colocar três pontos para os europeus.

A vantagem ficou ainda maior quando Jaco Otto anotou o primeiro try da partida e Parkinson acertou o chute de conversão. A diferença chegava a 10 a 0.

Apoiado pela barulhenta torcida brasileira, que apoiou a todo instante e não poupou vaias aos rivais, o Brasil anotou seus primeiros pontos nos instantes finais do primeiro tempo. O scrum brasileiro conseguiu arrastar a Alemanha e David Harvey fez a conversão.

As faltas, no entanto, seguiam sendo um problema para os brasileiros. Tanto no último lance do primeiro tempo quanto no início do segundo, os alemães tiveram chances de marcar mais três pontos. E não desperdiçaram. Parkinson e Jeremy Te Huia converteram as duas penalidades, respectivamente.

As infrações brasileiras não pararam até o final da partida. Jaco Otto e Sam Harris ainda conseguiram ampliar o placar final para a Alemanha, no Pacaembu.

Brunno Carvalho
Do UOL, em São Paulo

 


Antiga casa do Corinthians agora tem uma trave de rúgbi no gramado
Comentários Comente

UOL Esporte

Jogadores da seleção brasileira de rúgbi compareceram na instalação da trave no Pacaembu. Foto: João Neto/Fotojump

Jogadores da seleção brasileira de rúgbi compareceram na instalação da trave no Pacaembu. Foto: João Neto/Fotojump

Acostumado a receber partidas de futebol, o Estádio do Pacaembu será palco de outra modalidade na próxima sexta-feira (4). A seleção brasileira de rúgbi fará uma partida amistosa contra a Alemanha no local, que costumava ser a casa do Corinthians até a inauguração de seu próprio estádio.

Nos preparativos para a partida, as traves em formato de H já foram instaladas no gramado, em evento que contou com a presença de jogadores da seleção brasileira e membros da Confederação Brasileira de Rúgbi (CBRu).

A partida desta sexta-feira, às 21h, será a segunda entre as duas seleções. A primeira aconteceu no último sábado e teve vitória alemã por 29 a 12. O ingresso para o confronto será a doação de um livro novo ou bem conservado.

Além da partida, o Pacaembu contará com outras atividades relacionadas ao esporte, que ficarão localizadas na praça Charles Miller, logo em frente ao estádio.


Rúgbi do Brasil tem oito décadas de história e ainda há muito a se contar
Comentários Comente

UOL Esporte

Foto: Ludens/USP

Foto: Ludens/USP

Sábado passado a seleção brasileira masculina de rúgbi jogou em Blumenau contra a Alemanha. Na próxima sexta voltará a enfrentar os alemães em jogo histórico no Pacaembu. No entanto, sabem vocês que a nossa seleção possui mais de oito décadas de história?

História esta que começou em 1 de Agosto de 1932. Ao todo os Tupis jogaram contra 15 seleções, alguns combinados nacionais, seleções regionais e vários clubes. 148 jogos no total, 56 vitórias, 2 empates e 90 derrotas. O Brasil nunca foi derrotado pelo Peru (9 vitórias), pela Colômbia (8 vitórias), México (2 vitórias), Costa Rica (1 vitória) e Emirados Árabes Unidos (1 vitória).

Por outro lado, nunca venceu a Argentina (13 derrotas), França, Hong Kong e Quênia (1 derrota contra cada um). Já contra o Paraguai, Venezuela e Trinidad e Tobago, o Brasil venceu mais do que perdeu. Entretanto, quando os adversários são Uruguai e Chile, foram mais derrotas do que vitórias. Em mais de oitenta anos, os Tupis apenas nunca jogaram contra seleções da Oceania.

Foto: CONSUR

Foto: CONSUR

A pesquisa foi conduzida pelo LUDENS (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas sobre Futebol e Modalidades Lúdicas da USP), com a ajuda de Manuel Cabral (portal “Mão de Mestre”) e especialmente de Jean Rheims, viúva de Bill Rheims, ex-presidente da antiga ABR (Associação Brasileira de Rugby), que cuidou da atualização de todas as atividades das seleções nacionais enquanto vivo.

A relação completa dos jogos vocês encontram aqui.

Mesmo com atividades desde os anos 30 do século XX, o primeiro organismo regulador do rúgbi nacional, a URB (União de Rúgbi do Brasil), foi fundada em 6 de Outubro de 1963. Em 1972, deu lugar à Associação Brasileira de Rugby, que durou até 2010 com o estabelecimento da Confederação Brasileira de Rugby.

Uma linda história que há muito ainda para se contar e a nossa obrigação de preservar.

Por Virgílio Neto, comentarista da ESPN
virgilioneto.wordpress.com/
@virgiliofneto


Tupis caem no ranking, mas estão no caminho certo
Comentários Comente

UOL Esporte

Foto: Cristiano Andujar/FOTOJUMP/CBRu

Foto: Cristiano Andujar/FOTOJUMP/CBRu

A seleção brasileira de rúgbi de XV foi derrotada para a Alemanha, em Blumenau, no último sábado, por 29 a 12 e caiu 3 posições no ranking mundial. De 39o foi para 42o. A pior colocação na história. Os Tupis já estiveram em 28o lugar, em Novembro de 2011.

A partida da próxima sexta-feira novamente contra os alemães, no Pacaembu, será fundamental se o Brasil quiser subir no ranking. A Colômbia, adversária da seleção no dia 12, no Canindé, está na 44a colocação.

A queda no ranking mundial não é bem vista de uma maneira geral. No entanto, o Brasil busca a evolução internacional e para isso, como não podia deixar de ser, se expõe a um risco – que é preciso correr nessas situações. Não será contra equipes mais frágeis que os Tupis alcançarão um nível mais alto. Ademais, jogos contra times que estão próximos no ranking escancaram para a Comissão Técnica e torcedores o estágio atual dos nossos atletas, e até onde se quer e pode chegar.

Portanto, faz muito bem jogar contra seleções de nível mais elevado. No rompimento de paradigmas, é preciso dar um passo e qualquer passo é correr riscos. Antes isso do que a estagnação e acomodação.

Jogos intensos contra os europeus deixarão os Tupis mais preparados para o jogo contra a Colômbia. Para que dessa forma os Tucanos não tenham a mínima chance diante de um Canindé que tem que estar cheio. A torcida tem que comparecer, apoiar e ser o 16o jogador!

Por Virgílio Neto, comentarista da ESPN
virgilioneto.wordpress.com/
@virgiliofneto

Tags : rúgbi


Treinadores elegem a Seleção do Super 8
Comentários Comente

UOL Esporte

sjcO Portal do Rugby consultou os treinadores das oito equipes que constituem a primeira divisão do campeonato brasileiro de rúgbi, o Super 8. Esta temporada foi uma das mais disputadas. Os quatro semifinalistas terminaram com quarenta pontos para mais, com apenas um de diferença entre o primeiro e o segundo colocados. Resultado de um calendário divulgado com antecedência, aumento da frequência dos jogos e a instalação das academias de alto-rendimento, que proporcionaram um melhor preparo para os atletas que também atuam nos clubes.

Agora, quer saber como ficou a escalação dos 15 melhores do Super 8? Clique no link a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=w6ZfnP6yOC0

E então o que vocês acharam? Concordam com as escolhas?

Crédito da foto: Divulgação

Por Virgílio Neto, comentarista da ESPN
virgilioneto.wordpress.com/
@virgiliofneto

 


Titular da seleção tem rotina louca pelo rúgbi e foco na Olimpíada de 2016
Comentários Comente

UOL Esporte

Dá para viver só com dinheiro do rúgbi no Brasil? “Dá só para sobreviver”. O pensamento é de Felipe Claro, o Alemão, peça importante da seleção brasileira de rúgbi de 7 que atualmente se prepara para representar o país na Olimpíada de 2016. Para o armador do SPAC, clube paulistano tradicional na modalidade, foi necessário muita disciplina e correria para trabalhar sem deixar de lado a paixão de entrar em campo.

Aos 29 anos – 18 deles dedicados ao rúgbi –, Alemão tem situação financeira estável e planeja se casar no ano que vem. Para chegar até aí, porém, foi preciso uma rotina que pode deixar muito atleta profissional cansado só de ouvir. Os exigentes treinos com a seleção e o clube são “equilibrados” com outros empregos, todos com total influência do esporte: ele é dono de uma marca de equipamentos de rúgbi e de uma academia.

Sobra tempo para alguma outra coisa no dia? Quase nada. Mas ele garante que quer levar a vida assim por pelo menos mais alguns anos – e sem reclamar ou se arrepender. “De 2001 a 2008, paguei do meu bolso para jogar pela seleção. Se agora alguém fala que vou ganhar para jogar, vou abraçar o cara”, brinca.

Rotina alucinante
“Meu dia é bem corrido, principalmente porque prezo muito jogar pela seleção. Acordo cedo, 6h30 da manhã, checo e-mails da minha empresa de uniformes, tomo meu café da manhã e saio de casa. Vou ao Núcleo de Alto Rendimento, onde a gente treina todo dia pela seleção das 9h ao meio-dia. Almoço por lá, ou às vezes em casa com meus pais, depois passo na minha academia, vejo se está tudo bem, falo com os alunos. Volto para o escritório em casa, falo com minha funcionária na confecção… quando dá algum pepino, vou para a fábrica no centro”.

“Depois volto para casa. Se é uma terça-feira, tomo um banho, descanso meia hora e venho para o SPAC treinar até 23h. Faço uma janta, às vezes minha noiva está em casa me esperando, às vezes vou até a casa dela. E no outro dia de manhã estou treinando com a seleção”.

Rúgbi para “desestressar”
“Não existe nada melhor que o rúgbi pra isso. Quando eu tinha 13 anos, comecei a ir mal na escola, me estressava muito, vinha e arrebentava nos treinos. Sempre usei o rúgbi como uma válvula de escape para um estresse maior, e uso até hoje, no relacionamento, no trabalho, em casa… Depois que eu passo do vestiário e coloco a chuteira, não existe problema mais. Pode ter falido a empresa, caído o telhado da academia, que se estou aqui é para esquecer tudo isso. É o que eu sempre fiz”.

Treina mais que profissional?
“É difícil comparar, pela variedade de esportes que a gente tem. Mas em geral, pelos valores que a gente ganha, eu treino muito mais do que eu recebo. Se for comparar com qualquer esporte no Brasil, até excluindo o futebol, como basquete, vôlei… a gente não ganha o que a gente treina. Tem treino extra fora do campo, treino individual, não dá para comparar. Eu treino muito mais do que eu deveria (risos)”.
Nota: atualmente, Felipe é contratado da CBRu para defender a seleção e também recebe um valor mensal do bolsa-atleta.

A vida após a Olimpíada
“Acredito que após a Olimpíada, quando já vou ter 30 anos, pretendo jogar mais um ou dois anos. Mas claro que se não tiver nenhum molecão para tirar o velho aqui de campo, vou continuar. E quanto mais tempo puder estar em campo ajudando meus companheiros, vou estar. Mas em alta performance, é mais um ou dois anos, se meu corpo deixar. Mas como lazer, vou ter 50 anos e vou estar jogando aqui, trazendo meu filho ou minha filha para jogar. É um amor que não vou largar nunca”.


Dos gigantes, o maior: o fenômeno Lomu e as histórias por trás do mito
Comentários Comente

UOL Esporte

Por Bruno Romano

Se a vida fosse apenas fazer tries, Jonah Tali Lomu tiraria de letra. Dentro de um campo de rúgbi, esse simpático brutamonte neozelandês se sentia a vontade. Dominava as atenções e atropelava adversários com uma facilidade chocante. Lomu elevava o nível do jogo. E se divertia. O impacto de suas corridas e trombadas foi tão grande, que se tornou uma lenda All Black, e ainda acabou eternizado como o homem que mudou o jogo de rúgbi para sempre.

O problema é que, fora dos gramados, os rivais eram bem mais perigosos. Lomu sofria de síndrome nefrótica, uma condição delicada nos rins que foi descoberta em 1995. Depois de 21 anos de batalha diária a situação acarretou em uma parada cardíaca, de acordo com a avaliação imediata dos médicos. Lomu se foi, em Auckland, sua cidade natal. O mundo de rúgbi está de luto.

As mensagens de apoio, de amigos e ex-rivais, confirmam: tudo o que Lomu tinha de bruto em campo, ele compensava com alegria e gentileza fora dele. Foi assim no último Mundial de 2015, última vez que foi visto em público em um estádio. Enquanto todos buscavam uma foto ou um momento perto do ídolo, o gigante insistia apontar os holofotes para o outro lado. Agradecia ao rúgbi por tudo o que o esporte lhe deu.

O rúgbi também reverencia Lomu. Ele foi pioneiro em atrair público e atenção para o jogo – bem na época de transição do amador para o profissional. Também quebrou barreiras ao conquistar fãs em todo o mundo, a reinventar a sua posição de ponta e a fazer com que jogadores (não importa a idade) tivessem uma nova referência de excelência.

Por pouco, tanta potência física e agressividade não foram para o caminho errado. Como releva sua biografia, Lomu se envolveu com gangues e pequenos crimes na adolescência na Nova Zelândia. Filho de tonganeses – passou a infância em Tonga, onde é ídolo –, foi “salvo” por um professor de escola e futuro treinador All Black que viu em Lomu um potencial incrível.

Mais do que tries, está aí seu grande legado: quebrar barreiras sociais, lutar contra qualquer adversário e tirar da vida o melhor que ela pode dar.

A imagem de Lomu atropelando Mike Catt na semifinal da Copa de 1995 resume bem isso. Aliás, ela sintetiza sua carreira e sua história de vida. Ela também define o que é um All Black. Este try sobre Catt foi eleito o melhor de todos os Mundiais. Naquele jogo, Lomu ainda fez mais três tries – dos 37 que anotou em toda carreira pelos homens de preto em 63 jogos. No Mundial de 1995, nasceu de verdade o mito Lomu.

Pela sorte do rúgbi (e dos neozelandeses), ele não atendeu um convite tentador às vésperas daquele Mundial. Os Dallas Cowboys, tradicional time de futebol americano da NFL, ofereceram um rio de dinheiro pelo menino de 20 anos. Como Lomu sequer estava na lista inicial de convocados para a Copa, cogitou a possibilidade. Mas amigos próximos insistiram para ele fazer mais uns jogos pelos All Blacks. Dali para frente, camisa negra e Lomu não se separariam mais.

Lomu só não fez mais estrago em campo pela condição física. Depois da Copa de 1995, passou por novos problemas nos rins e voltou a se destacar ao ganhar ouro no Commonwealth Games de 1998, jogando Sevens (nova modalidade olímpica). De volta aos All Blacks, foi peça chave na maior seleção do mundo entre 1999 e 2002. Mas em 2004 fez um transplante de rim – na época já não dava conta de atingir a mesma forma física. Seu corpo rejeitou o órgão em 2011, gerando novos desafios diários.

Na última década, Lomu ainda jogou na terceira divisão da França (em 2009) e chegou a participar de eventos amadores de boxe e até fisiculturismo. Seu novo objetivo na vida, no entanto, era claro: lutar contra a condição para ver seus filhos completarem 21 anos – quando ele faria 55. A notícia de Auckland não foi o fim que ninguém esperava para esta história.

Desde que Lomu chocou o mundo no Mundial de 1995, novos grandes jogadores vieram. Alguns mais rápidos, uns mais habilidosos, e outros até mais fortes. Mas no conjunto da obra, Lomu se provou muito acima da média, se tornando de fato o primeiro grande astro do rúgbi.

Para comprovar de vez a lenda, a cada uma ou duas temporadas aparece um “novo Lomu”. É a mostra definitiva de que ele nunca será substituído. Se antes de morrer, Lomu fez questão de agradecer ao rúgbi, agora (e para sempre) o rúgbi agradece a ele.

Foto: David Rogers/Getty Images

Foto: David Rogers/Getty Images

(No auge: Lomu encara a seleção australiana, em julho de 1995)


Lenda do rúgbi, Jonah Lomu morre aos 40 anos
Comentários Comente

UOL Esporte

Lendário jogador de rúbgi, Jonah Lomu, morreu nesta terça-feira, aos 40 anos de idade, vítima de doença renal. O atleta sofria de síndrome nefrótica e estava em tratamento por diálise nos últimos dez anos.

“Em nome da família Lomu, posso confirmar que Jonah morreu esta manhã, provavelmente cerca de 8 ou 9 esta manhã. A família está devastada, obviamente, assim como amigos e conhecidos”, disse o doutor Mayhew, que cuidava de Lomu, à imprensa britânica.

De acordo com o médico, a família está chocada e pediu privacidade neste momento. “Eles são, obviamente, passando por um período terrível. Foi totalmente inesperado. Jonah e sua família chegaram no Reino Unido na noite passada e ele morreu esta manhã de repente”.

O neozelandês estreou contra a França no ano de 1994, fez 73 partidas pelos All Blacks e se aposentou em 2002 para tratar sua doença. Conhecido como a primeira grande superestrela do rúgbi, Lomu jogava como ponta por causa de sua velocidade, mesmo tendo físico forte, que mais combinava com o avançado.

O ponta atuou em diversos times da Nova Zelândia: Counties Manukau (1994-1999), Wellington (2003-2006) e o North Harbour (2006), além de atuar no Cardiff Blues (2005-2006), do País de Gales.

Lomu chegou à final da Copa do Mundo em 1995, mas a Nova Zelândia acabou perdendo para a África do Sul.

lomu