O Blog do Rúgbi

Mais antigo do mundo, Six Nations enfim adere pontuação moderna do rúgbi

UOL Esporte

Por Bruno Romano

Disputado desde 1883, o torneio de seleções mais antigo do mundo do rúgbi, atual Six Nations (ou Seis Nações), mantinha até o ano passado uma tradição centenária: dois pontos para vitória, um para empate e zero para derrota.

Nos duelos diretos entre Inglaterra, Irlanda, País de Gales, Escócia, França e Itália sequer havia ponto bônus, ''premiação'' já comum no esporte para derrotas apertadas ou vitórias expressivas.

Pela primeira vez na história, a competição terá agora uma mudança no sistema de pontuação, se adaptando à Copa do Mundo e a quase totalidade dos eventos atuais do planeta oval.

Na edição de fevereiro e março de 2017, a equipe vencedora passa a ganhar quatro pontos, enquanto o empate rende dois. Casos de vitórias por quatro ou mais tries, assim como derrotas por sete ou menos pontos, como garantem um ponto bônus.

Desde que foi introduzido, esse sistema ganhou força no cenário mundial, justamente por incentivar jogos mais disputados até o fim. Não que o rúgbi precise, historicamente, deste empurrão, mas chamou atenção na última edição do Six Nations alguns placares baixos, assim como excesso de conservadorismo de algumas equipes em situações chave de duelos decisivos.

Junto do novo sistema, o torneio também traz um tempero interessante à pontuação. Caso uma equipe vença todos os seus jogos, o chamado Grand Slam (como fez a Inglaterra em 2016), há três pontos extras garantidos na tabela.

A explicação é simples: como há apenas jogos de ida, somando cinco partidas para cada seleção, a medida garante que uma equipe 100 % vitoriosa não perca o título para outra que possa somar mais pontos (em caso de quatro triunfos, todos com bônus), justamente pela nova matemática do velho torneio.

Na prática, a expectativa geral é que se aumente a dinâmica e o número de tries, dando ainda mais força a recente retomada do rúgbi europeu frente as potências do hemisfério sul. Depois de uma ''aula'' dos gigantes do sul – Nova Zelândia, Austrália, África do Sul e Argentina – no último Mundial, o troco começou a aparecer já em 2016.

A Irlanda, por exemplo, venceu os All Blacks, enquanto a Itália bateu a África do Sul, dois resultados inéditos no esporte.