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Tupis reconhecem falhas, mas acreditam em volta por cima contra o Chile

UOL Esporte

Crédito da foto: João Neto/Fotojump

Crédito da foto: João Neto/Fotojump

Se admitir os erros é o primeiro passo para evoluir, os Tupis não escondem que ficaram abaixo do que podem apresentar na estreia do Sul-Americano contra o Uruguai.

Reunidos nesta semana em São Paulo, os jogadores da seleção tem falado muito sobre concentração e mentalidade forte dentro de campo. O tema também é assunto na comissão técnica, comandada pelo argentino Rodolfo Ambrósio.

A avaliação geral é de que o time sentiu o tempo sem treinos conjuntos, após o Americas Rugby Championship, mas que é possível render mais se a equipe focar nas fortalezas individuais e coletivas.

“A raça e a coragem para enfrentar times mais fortes a gente sempre teve, isso não é a questão”, diz Lucas Duque, o Tanque, camisa 9 dos Tupis. Para o scrum half brasileiro, a falta de experiência em torneios de alto nível, o ritmo de jogo e o entrosamento é o que tem feito toda a diferença.

Mas a percepção dos atletas é que as soluções estão ao alcance, mesmo em pouco tempo. “Contra o Uruguai, a gente entrou no vestiário no intervalo e falou que o segundo tempo tinha de ser nosso. E foi mesmo, não em pontos para recuperar o placar, mais no domínio do jogo em si”, lembra Tanque.

Dentro de campo, o grupo deu atenção especial aos treinos de formações fixas (scrum e lateral) e contra-ataque, considerada a principal arma Tupi para fazer tries. Na defesa, é ideia é proteger melhor a base – espaço do campo mais próximo da bola – e os ataques na altura dos centros (camisas 12 e 13) chilenos.

“Também temos que cometer menos penais. Falamos sobre isso entre nós. Teoricamente estamos ainda um nível abaixo, por isso qualquer falta acaba custando 50 metros de campo e oportunidade clara para o outro time pontuar”, explica Tanque.

Conseguir terminar o último jogo contra o Uruguai em ritmo alto é uma das motivações dos Tupis. “O físico é uma das evoluções mais notáveis do nosso time. Hoje a gente chega aos 70 minutos e ainda tem gás. Isso faz toda a diferença, até para pensar e tomar decisões melhores”, descreve Tanque.

Mas se os desafios e os adversários na América do Sul continuam parecidos (ainda que também em evolução), uma “novidade” chama atenção: a grande presença de público, comprovando o interesse na modalidade.

“Até nós nos surpreendemos com a quantidade de torcida contra o Uruguai”, diz Tanque, sobre a estreia no Allianz Parque. “A gente se cobra mais por saber que metade das pessoas ali nunca viu rugby na vida, mais um motivo para acertarmos nosso jogo e mostrarmos o nosso melhor. A responsabilidade e a pressão aumentam. E vejo isso como algo muito positivo”, conclui.