O Blog do Rúgbi

Arquivo : copa do mundo de rúgbi

Vitória na Copa do Mundo de rúgbi. E somente 2 meses após quebrar a perna
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Foto: Phil Walter/Getty Images

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(Após recuperar-se de uma “pequena” fratura na fíbula, Waisake Naholo fez o primeiro try da esperada vitória neozelandesa)

É normal que os jogadores de rúgbi se acostumem a entrar no gramado sentindo uma dorzinha aqui ou ali, ou que façam de tudo para acelerar o tratamento e participar de um jogo importante. Mas o que se viu nesta sexta-feira (2), na partida entre Nova Zelândia e Geórgia foi impressionante.

Menos de três meses após quebrar a perna em uma partida preparatória contra a Argentina, o ponta Waisake Naholo, dos All Blacks, conseguiu retornar ao campo na implacável vitória de 43 a 10 sobre a uma aguerrida Geórgia, no Millenium Stadium, em Cardiff. Segundo o próprio Naholo atestou, assim que foi declarado fora da Copa do Mundo ele, que nasceu em Fiji, voltou a seu país para dar início a um tratamento que incluiu massagens e ervas medicinais ministradas por seu tio. Naholo começou a partida como titular e foi responsável pelo primeiro try, com menos de um minuto e meio de jogo.

Esta foi a primeira vez que o time dos Lolos viu de frente os neozelandeses fazerem a Haka, a tradicional dança maori que antecede seus jogos. Para esse embate inédito, os All Blacks tiveram que se adaptar diante das várias lesões ao longo do campeonato. Entre elas, a lenda maori Ma´a Nonu que ficou de fora por causa de um problema no ombro e curiosamente acabou ocupando a função de garoto da água. Isso abriu espaço para a participação do festejado Sonny Bill Williams, que por acaso também é boxeador (é sério) e periga continuar no time titular até o final da competição.

Do lado dos Lolos, o grande motivo para comemoração foi o try marcado por Beka Tsiklauri, menos de três minutos depois do primeiro try neozlandês. E, acredite, apesar da derrota, um try nos All Blacks é um excelente razão para se comemorar. Além disso, a equipe conseguiu evitar que a diferença no placar fosse menor do que 30 pontos. Antes da partida o capitão Richie McCaw deu uma declaração falando que os All Blacks não tinham desculpas para não colocar todo seu ritmo de jogo. Com o resultado de hoje, o terceiro tempo para eles não será só de festa.

Com a vaga garantida para as quartas-de-final, os All Blacks ainda tem um compromisso contra Tonga, mas já esperam para ver quem será seu adversário nas fases eliminatórias, que provavelmente será França ou Irlanda. Já a Geórgia ainda joga contra a Namíbia, com esperanças terminar em terceiro no grupo e garantir a vaga para o Mundial de 2019.

Foto: Rebecca Naden/Reuters

Foto: Rebecca Naden/Reuters

(Ao chegar na zona do in goal, o full back Beka Tsiklauri não conseguiu esconder a alegria de fazer o primeiro try da história da Geórgia contra os All Blacks)

DICA DO DIA

Acreditando que rúgbi pode funcionar como uma ferramenta de inclusão social, um grupo de jogadores se uniu em 2004 para criar o projeto Rugby Para Todos. A atuação começou na  comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, os jovens foram convidados a ver de perto e treinar o esporte até então bastante desconhecido.

Com uma metodologia de baixo custo, em 2009, o projeto se expandiu e virou Instituto Rugby Para Todos. Atualmente mais de 5 mil jovens de comunidades carentes já foram apresentados à bola oval. Para saber mais, visite: http://rugbyparatodos.org.br.

O CARA

Apelidado de Gorgodzilla, o capitão georgiano não passou batido contra os All Blacks. Aliás, muito pelo contrário. Encarando o também capitão Richie McCaw, Mamuka Gordodze usou e abusou da sua imensa força física. O monstrengo de 1, 96m e 188kg anda esgotado e acabou sendo substituído no começo segundo tempo, mas mesmo assim ganhou o título de “Homem do Jogo”.

A IMAGEM

Foto: Laurence Griffiths/Getty Images

Foto: Laurence Griffiths/Getty Images

(Ma’a Nonu, que por causa de uma lesão no ombro foi “promovido” a garoto da água)

Por conta de uma lesão no ombro, Ma´a Nonu não ficou nem no banco de reservas. A solução da equipe para mantê-lo em campo foi colocá-lo como garoto da água. Porém, ao contrário do que se possa imaginar, assim como o ponta Naholo se recuperou rapidamente da fratura na perna, o centro neozelandês é esperado para o próximo jogo dos All Blacks, contra Tonga.

FRASE

“Eu não sei como o time escocês é. Eu realmente não ligo para a oposição, o que conta é o dia no campo.”, comentou o camisa 8 da África do Sul, Duane Vermeulen, que precisa vencer da Escócia neste sábado para se garantir nas quartas-de-final do Mundial. A derrota para o Japão no primeiro jogo só deixou as coisas mais tensas para os Springbocks

LONDON EYE

Apesar do ótimo rúgbi desta sexta, toda a atenção (e mandinga) dos ingleses está voltada para sábado, quando a seleção entra em campo para enfrentar a poderosa Austrália com o risco de ser eliminada em casa. Isso quebraria um tabu na história das Copas do Mundo: nunca o time anfitrião foi eliminado na primeira fase.

Esta será a terceira partida do dia, após Samoa x Japão, e África do Sul x Escócia. Se tiver que escolher uma para assistir, opte por ver os Wallabies tacleando os ingleses, que vão jogar com o que tem e o que não tem. Este promete ser um dos jogos mais tensos do Mundial.


Nem ajuda inglesa foi suficiente para “fijianos voadores” pararem Gales
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UOL Esporte

Por Bruno Romano

Foto: Stu Forster/Getty Images

Foto: Stu Forster/Getty Images

(Até o grandalhão galês Alun Wyn-Jones sofreu com a potência de Fiji)

A confiança é uma virtude traiçoeira. Que o diga o País de Gales, novo líder do grupo da morte deste Mundial 2015. Embalados por uma vitória histórica sobre a Inglaterra – há cinco dias, em Londres – passaram no aperto (23-13) por Fiji nesta quinta-feira.

A partida era crucial para o grupo “A”, que também conta com a bicampeã mundial Austrália (rival da Inglaterra no próximo sábado, em duelo de vida ou morte). E a possibilidade de Fiji dar uma mão aos ingleses mobilizou os fãs de rúgbi, unindo milhões de torcedores pelo país – e alguns milhares de “invasores” no Millenium Stadium de Cardiff, capital galesa. O clima era tenso. E se refletiu totalmente na partida.

Em um jogo equilibrado, disputado e brutal, como já era esperado, os galeses não conseguiram transformar a superioridade tática e técnica em pontos. Logo, sofreram com o embate físico, escancararam alguns pontos fracos e foram obrigados a apelar para a raça e a qualidade de jogadores chave.

Em um duelo tão aberto e emocionante, a precisão e a inteligência da dupla Gareth Davies (#9) e Dan Biggar (#10) fizeram a diferença. A liderança de Sam Warburton (#7) também rendeu confiança e ânimo extra para os galeses nos momentos mais críticos.

Acontece que a ousadia dos fijianos também é uma característica perigosa. Contra Gales, eles jogaram o tempo inteiro no limite. Arriscaram passes em zonas perigosas do campo, apostaram e levaram a melhor no confronto homem a homem e abusaram dos dribles.

Enfim, fizeram tudo o que lhe renderam a justa fama de seleção arisca e ameaçadora e o divertido apelido de “fijianos voadores” ou flying fijians. Mas tudo isso foi pouco para voar mais alto no mundial. Com a derrota de hoje, Fiji está fora das quartas-de-final.

Para quem segue na disputa, este terceiro triunfo seguido de Gales joga de vez a “bomba” para a mão dos ingleses. Austrália e Inglaterra, no próximo sábado, farão o primeiro jogo com cara de final neste Mundial.

Foto: GABRIEL BOUYS/AFP

Foto: GABRIEL BOUYS/AFP

(O camisa 10 galês Dan Biggar anotou três penais e se tornou artilheiro do Mundial)

França acelera o ritmo e mantém invencibilidade

Depois de vitórias mornas contra a Itália e a Romênia, os atuais vice-campeões mundiais venceram nesta quinta o Canadá (41-18) em confronto intenso, bem jogado e cheio de tries. Se de um lado os franceses aumentaram a potência, do outro o Canadá surpreendeu ao fazer frente a uma das principais escolas do rúgbi mundial.

Este maior equilíbrio da Copa – com notável diminuição do degrau dos gigantes para os menores – foi comprovado em números pela World Rugby, entidade máxima do esporte.

Segundo as estatísticas, o auge do desequilíbrio aconteceu no Mundial de 2003. De lá para cá, o número de pontos feitos pelos vencedores diminui (10 por jogo, em média).

Além disso, a margem de diferença em uma partida (vencedor versus perdedor) atingiu 26 pontos, a menor desde 1992, quando o try passou a valer cinco pontos. Mesmo que o número de tries tenha diminuído, o nível de competição e emoção só aumentou.

Neste cenário mais duro para as grandes potências, a França segue 100 % no Mundial 2015 com suas três vitórias. Mas ainda não foram testados para valer. A prova de fogo vai acontecer no jogo decisivo pelo primeiro lugar do grupo “D”, contra a Irlanda, daqui a 10 dias.

Foto: Paul Gilham/Getty Images

Foto: Paul Gilham/Getty Images

(Mathieu Bastareaud quebra a linha do Canadá na vitória francesa)

DICA DO DIA: Se está chegando agora no mundo do rúgbi, entenda como os times pontuam nos jogos:

TRY (cinco pontos): é preciso chegar ao extremo do campo adversário, ultrapassar a linha contínua e apoiar a bola no chão.

CHUTE DE CONVERSÃO (dois pontos): o try dá direito a um chute de conversão. É necessário acertar a bola dentro do “H”, entre os paus verticais e acima do “travessão” horizontal.

PENAL OU DROP GOAL (três pontos): No meio do jogo, também é possível aproveitar uma penalidade a seu favor para chutar em direção ao “H”. Neste caso, apóia-se a bola em um suporte, o tee. No caso do drop goal, qualquer jogador (geralmente o número 10) chuta com o jogo rolando em direção ao mesmo “H”. Esse chute precisa pingar no chão, como um “bate-pronto”.

O CARA: Frederik Michalak. O experiente camisa 10 da França se tornou o maior pontuador da história do seu país em Mundiais no duelo de hoje contra o Canadá.

A IMAGEM: Mesmo fora do Mundial, os fijianos receberam o reconhecimento merecido. Foram aplaudidos em um dos grandes templos do rúgbi, o Millenium Stadium, de Cardiff.

Foto: Phil Walter/Getty Images

Foto: Phil Walter/Getty Images

A FRASE: “Isso aqui foi muito difícil, eu saí morto do primeiro tempo. Crédito total para Fiji, que jogou como quem não tinha nada a perder… Se tem um time que pode te surpreender quando você menos espera, esse time é Fiji”, Sam Warburton, terceira-linha e capitão do País de Gales.

LONDON EYE: A Nova Zelândia volta a campo na sexta-feira contra a Geórgia (16h) em jogo único da rodada. O que deve ser mais uma vitória fácil dos campeões mundiais (e um show de rúgbi) terá como tempero extra a entrada de Waisake Naholo  (#14) como ponta, depois de uma recuperação milagrosa de contusão, e Sonny Bill Williams (#12) saindo de titular.


Jogador de rúgbi argentino bate recorde, mas não lembra do try que marcou
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Guido Petti, jogador de rúgbi da seleção argentina, atingiu feito memorável contra a Nova Zelândia: tornou-se o mais jovem a anotar um try pelos “Pumas” em Mundiais, aos 20 anos. O garoto, contudo, não poderá contar aos seus filhos e netos como o fez. Por conta de pancada que sofreu no lance, perdeu parte da lembrança: “Só tenho flashes”.

“No momento do try, recebi um golpe por trás. Não me lembro da jogada”, confessou ao jornal argentino La Nación. “Desde que peguei a bola, só tenho flashes. Não sou de marcar mutios tries e fazer um em Wembley, na abertura de um Mundial, foi lindo. Só que não me recordo, isso é uma lástima”, lamentou.

A partida aconteceu em 20 de setembro. Após o lance, o jovem deixou o campo e também foi poupado do segundo compromisso da seleção, contra Geórgia – além de concussão cerebral, teve um traumatismo na cervical. “O melhor é que não foi nada grave”, tranquiliza Petti, que já está à disposição para encarar Tonga, no dia 04 de outubro.

A Copa do Mundo de 2015 está sendo sediada no Reino Unido. Com derrota para a Nova Zelândia e vitória sobre a Georgia, a Argentina ocupa a terceira colocação do grupo C.

Foto: ADRIAN DENNIS/AFP

Foto: ADRIAN DENNIS/AFP


Após calar Inglaterra, Gales pode liderar o grupo da morte
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Por Bruno Romano

Foto: GABRIEL BOUYS/AFP

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(Sucesso de Gales contra Fiji passa pelas mãos do camisa 9 Gareth Davies)

Junte quatro das dez melhores seleções de rúgbi do planeta: País de Gales (2ª), Austrália (3ª), Inglaterra (6ª) e Fiji (10ª). Coloque-as para jogar entre si em estádios com 80 mil pessoas. Ponha à mostra a taça William Webb Ellis na entrada do campo em cada jogo, só para atiçar ainda mais a disputa. Por fim, deixe soar o apito e veja o estádio tremer e a bola oval ser tratada por quem conhece. No caso desta quinta-feira será a vez de País de Gales e Fiji, em duelo definitivo para o grupo da morte desta Copa.

Mesmo tendo vencido a Inglaterra no último sábado, há um perigo evidente no caminho dos galeses, em segundo lugar no grupo “A”, atrás dos australianos. Fiji já perdeu dois jogos até aqui (para Austrália e Inglaterra), mas tem velocidade, ousadia e poderio físico suficientes para fazer frente aos britânicos.

Acontece que o momento é todo de Gales, que jogará no seu templo, o Millenium Stadium de Cardiff. E mais, eles vêm embalados pela mais importante virtude de um time de rúgbi: o jogo em equipe.

Mesmo que o camisa 10 Dan Biggar tenha sido decisivo ao cravar sete chutes contra a Inglaterra, foi o trabalho coletivo que levou Gales à vitória – e a vice-liderança do ranking mundial. Para quem já perdeu pelo menos seis grandes destaques individuais por contusão, é um enorme feito.

Neste Gales x Fiji, as estatísticas mais atrapalham do que esclarecem o cenário. O momento dos dois times vai ser mais definitivo do que os números no resultado: Gales embalado, mas com menos descanso, e Fiji mais renovado, porém com desfalques importantes. Entender e atacar as fraquezas do adversário será determinante.

Nos últimos dez jogos, são oito vitórias galesas, um empate e um triunfo de Fiji. Se fizermos um recorte nos Mundiais, Fiji venceu em 2007 (38-34), tirando Gales do torneio, e os britânicos deram o troco em 2011 por 66 a 0, um placar que o capitão galês Sam Warburton já pediu publicamente para não ser usado como referência para o jogo desta quinta.

Fiji levará a campo seu time mais experiente da história, com 392 aparições pela seleção do Pacífico. Em posições chave, no entanto, terão grandes ausências, sobretudo a do velocista (de 1,96 metros e 125 quilos) Nemani Nadolo. Para sorte de Fiji, outro ponta rápido e com três dígitos na balança – Timoci Nagusa, artilheiro da última temporada do campeonato francês – se recuperou a tempo de enfrentar Gales.

O grupo da morte, o perigo fijiano e o placar apertado (17-13 para Gales) do último encontro há menos de um ano, obrigam o treinador galês a usar sua força máxima. O pack de forwards (números 1 a 8), grande fortaleza da equipe, se mantém intacto da vitória contra os ingleses. Nos backs (números 9 a 15), há três mudanças: entram Alex Cuthbert (#14), Tyler Morgan (#13) e o abertura reserva Matthew Morgan, jogando improvisado de fullback (#15).

Superar estes desafios e conquistar uma terceira vitória seguida deve fazer Gales esquecer de vez a assombração de tantas contusões até aqui. Liderar o grupo da morte, sem vários titulares, não apenas muda a mentalidade galesa, como os coloca de forma incontestável no posto de time a ser batido neste Mundial.

Foto: David Rogers/Getty Images

Foto: David Rogers/Getty Images

(O oitavo Taulupe Faletau fará seu 50º jogo por Gales nesta quinta-feira)

Les Blues encaram o Canadá

A vitória do Japão contra a África do Sul na primeira rodada da Copa deu a impressão de que mais zebras iriam logo invadir os gramados ingleses. O Canadá foi o que passou mais perto, ao quase bater a Itália em seu segundo jogo.

Esta Copa confirmou que o degrau entre seleções do primeiro, segundo e terceiro escalões diminuiu. Vencer os gigantes, como a França, no entanto, ainda é um desafio bem maior.

Como o que mais importa para os franceses é o último jogo do grupo com a Irlanda, a missão contra o Canadá é não perder o foco, nem as oportunidades de fazer try.

Para isso (e para azar dos canadenses) chegou a vez de grandes jogadores voltarem a campo, depois de um descanso contra a Romênia. É o caso de Frederic Michalak (#10), Thierry Dusautoir (#6) e Mathieu Bastareaud (#13). Botando na balança, será um peso muito grande para o Canadá suportar.

Foto: FRANCK FIFE/AFP

Foto: FRANCK FIFE/AFP

(Melhor do mundo em 2011, francês Thierry Dusautoir (dir.) volta a campo contra o Canadá)


Gigante de 150 kg e ritual de guerra: os segredos da vitória de Tonga
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Por Bruno Romano

Foto: Stu Forster/Getty Images

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(Ninguém segura: Opeti Fonua lidera o primeiro triunfo de Tonga no Mundial) 

Esqueça a técnica, a tática e os lances bonitos. Pense mais na garra, nas trombadas que podem ser ouvidas da arquibancada e nas jogadas arriscadas de um duelo em que ninguém tinha nada a perder. Foi neste ritmo alucinante que Tonga superou a Namíbia (35-21) em jogo único (e muito disputado) desta terça-feira de Mundial 2015.

O arsenal tonganês contava com três jogadores que somavam 360 quilos na primeira linha (números 1, 2 e 3) e gigantes como Opeti Fonua, oitavo do time inglês Leicester Tigers, que usou seus 148 quilos para atropelar pelo menos uma dúzia de namibianos. Este time de hoje, aliás, foi o mais velho e com mais aparições em campo por Tonga na história dos Mundiais.

A experiência e a força física fizeram a diferença, mas não foram as únicas armas. A velocidade de Tonga nos passes e nas viradas de jogo estava pelo menos três marchas acima dos adversários. Mais do que isso: até mesmo seus gigantes sabem correr e fazem bons passes em meio às trombadas – uma característica definitiva do rúgbi moderno, que tem se comprovado nesta Copa, não importa o nível da seleção.

Com muitos erros técnicos e táticos dos dois lados, a partida ficou bem longe de ser uma aula de rúgbi bem jogado. Mesmo assim, mostrou como um duelo com a bola oval pode ser emocionante e divertido de assistir, desde que jogado com tanta intensidade. Neste ponto, Tonga e Namíbia deram um ótimo exemplo. Até por que, em meio a tanta faísca que saiu de cada lance mais duro, o jogo passou longe da agressão e da violência.

Poder ver isso em uma Copa do Mundo empolga quem gosta de rúgbi e até atrai atenção de quem não conhece muito do esporte. Mas analisando a qualidade dos times, há muito mais erros do que acertos. O jogo de chutes (para aliviar a pressão ou para pontuar) foi péssimo. O número de tackles errados foi enorme. E a desorganização na defesa dos dois lados saltou aos olhos. Desse jeito, Tonga e Namíbia vão ser duas presas fáceis para os Pumas argentinos.

Foto: Laurence Griffiths/Getty Images

Foto: Laurence Griffiths/Getty Images

(Mais rápido em campo, Telusa Veainu guardou dois tries contra a Namíbia)

DICA DO DIA: É possível chegar a um nível altíssimo de performance, sem apelar para o doping. O programa “Keep Rugby Clean” (Mantenha o Rúgbi Limpo, em tradução livre) é prova disso. Neste ano de 2015, apenas um jogador galês foi pego em exames regulares – e recebeu quatro anos de suspensão do esporte. Saiba mais em: keeprugbyclean.worldrugby.org.

O CARA: Jacques Burger. Em seu 10º jogo pela Namíbia em Mundiais, o capitão da seleção africana anotou dois tries. Burger está um nível acima de seus companheiros de time. Joga pelo Saracens, na primeira divisão inglesa, e é considerado um dos terceiras-linhas mais valiosos e agressivos (no bom sentido) do rúgbi moderno.

Toda essa doação ao esporte, no entanto, tem data para acabar. Após a Copa, Burger anunciou que vai se aposentar da seleção – ainda jogará até o fim do ano pelos Saracens. Seu destino? Ele quer trocar tackles, trombadas e o agito de Londres pela vida de fazendeiro na Namíbia.

A FRASE: “Havia muita decepção no vestiário após a derrota para Gales, mas estamos transformando esse sentimento em uma mentalidade positiva durante a semana. Estou 100 % confiante disso. Poderíamos jogar amanhã contra a Austrália. A Inglaterra está unida”, Stuart Lancaster, treinador da Inglaterra em entrevista coletiva, analisando o duelo de “vida ou morte” contra a Austrália do próximo fim de semana.

IMAGEM: Antes da batalha desta terça-feira, a seleção de Tonga entoou o Sipi Tau, um canto de guerra que faz parte das tradições culturais do país, conhecidas como Kailao.

Entre outras coisas, a letra diz que as “águias do oceano” (apelido de Tonga) estão famintas; que elas se alimentam de fogo e água do mar; que a morte ou a vitória são seus possíveis destinos – e ambos lhe caem bem.

A Namíbia pode não ter entendido a letra, mas viu na pele o que o Sipi Tau significa.

Foto: Laurence Griffiths/Getty Images

Foto: Laurence Griffiths/Getty Images

LONDON EYE: Para quem espera um passeio de Gales contra Fiji nesta quinta-feira, pode se surpreender. O ultimo encontro com os fijianos acabou 17-13 para os galeses – resultado apertado para quem tinha o apoio da torcida no Millenium Stadium de Cardiff.

É óbvio que o embalo de Gales deve fazer a diferença (e até definir o jogo), mas Fiji não vai facilitar a vida dos algozes da Inglaterra. Mesmo com seis desfalques, por suspensões e contusões, Fiji nomeou seu time mais experiente da história em Mundiais, com 392 aparições somadas no elenco. Destaque para o back Timoci Nagusa, artilheiro da última temporada do Top 14, a primeira divisão da França.

Gales terá três alterações, todas na linha (números 9 a 15 do time). Para adiantar, as posições que mais “preocupam” serão ocupadas por Tyler Morgan (#13) e Mattew Morgan (#15), este último é a terceira opção galesa para fullback, graças a uma incrível má sorte com lesões. Mas esse é só um aperitivo. A análise completa deste confronto decisivo do “grupo da morte” fica para quarta-feira neste blog.

Foto: LOIC VENANCE/AFP

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(Fijianos treinam duro para encarar o País de Gales nesta quinta pelo Mundial)


Com recordes improváveis, Mundial atrai fãs e comprova evolução do rúgbi
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UOL Esporte

Por Bruno Romano

Foto: Shaun Botterill/Getty Images

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(Irlanda x Romênia: Recorde de público em Mundiais no estádio de Wembley)

Nunca um estádio ficou tão lotado em Copas do Mundo de Rúgbi como no duelo entre Irlanda e Romênia no último domingo. O público de 89.267 pessoas já é o maior da história do evento que, nesta edição 2015, tem média de 51.201 espectadores em 19 partidas completadas até aqui.

Um jogo com a Romênia em campo ter quebrado este recorde é apenas mais um dos trunfos deste Mundial 2015 – sinônimo de evolução do esporte e de mais equilíbrio em campo. Fora as zebras que já rolaram, basta lembrar que o artilheiro da Copa é um japonês (Ayumi Goromaru, com 29 pontos) e que o jogador que mais deu tackles até aqui veio da Geórgia (Viktor Kolelishvili já derrubou, sem dó, 35 oponentes em duas partidas).

Outros números comprovam o bom nível Mundial. A precisão de chutes é de 74.5%, a mais alta da história das Copas. E as seleções já anotaram 987 pontos, sendo 110 tries – média de quase seis por partida. Se o ritmo em campo se mostra alucinante, outra estatística é marcante até aqui: nenhum cartão vermelho em 25 horas de jogos pegados.

ENTRE “BALEADOS” E FERIDOS

Não bastasse a derrota para Gales, o rúgbi inglês sofre com a perda do oitavo Billy Vunipola, cortado do Mundial após romper os ligamentos do joelho. A Inglaterra logo apelou para o veterano Nick Easter, de 37 anos, convocado as pressas para encarar a Austrália.

Gales também perdeu dois guerreiros lesionados: Hallam Amos (ponta) e Scott Williams (centro). Logo, acionaram o experiente James Hook, com 78 jogos pelo seu país, e o novato Gareth Anscombe, nascido na Nova Zelândia e naturalizado galês. Os dois já estarão disponíveis para encarar Fiji na quinta-feira.

A boa notícia do dia vai para a Itália, que depois de dois jogos desastrosos (derrota para França e vitória no sufoco contra o Canadá), terá a volta de seu líder Sergio Parisse. Meio argentino, meio italiano, Parisse tem 32 anos e 113 convocações pela azzurri, sendo 60 deles como capitão. Ele já deve entrar em campo neste fim de semana contra a Irlanda.

Foto: David Rogers/Getty Images

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(Nick Easter, veterano forward inglês, convocado para o Mundial)

FRANCO ATIRADORES

Depois de uma segunda-feira de folga, o Mundial retorna nesta terça com Tonga e Namíbia. Apesar de soar como um jogo qualquer, a intensidade da partida deve surpreender. Será o primeiro encontro das seleções em Mundiais, com os tonganeses loucos para provar que tem bom rúgbi e os namibianos apostando em uma chance honesta de ganhar seu primeiro jogo de Copa na história (já são 16 derrotas).

Com 327 convocações no elenco, e um passado que conta com vitória sobre a França em um Mundial, a superioridade de Tonga é clara. Do outro lado, a Namíbia se mantém uma incógnita, ainda mais com oito mudanças do time que perdeu para os All Blacks na estreia.

Não há muito parâmetros para medir o encontro direto, tirando um amistoso em 1997, com vitória de 20-14 para Tonga. Mas como a Geórgia já abalou as esperanças de Tonga neste grupo – e a Argentina não deve ter grandes dificuldades para superar Tonga e Namíbia – o jogo desta terça vira um legítimo embate de dois times sem nada a perder. E isso costuma botar fogo em um jogo de rúgbi.

Foto: Phil Walter/Getty Images

Foto: Phil Walter/Getty Images

(Jogadores da Namíbia sendo aplaudidos pelos All Blacks na estreia)


Invasão da torcida e tática de risco embalam Argentina fatal no Mundial
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UOL Esporte

Por Bruno Romano

Se na derrota contra a Nova Zelândia (26-16) os Pumas argentinos mostraram suas garras, no triunfo desta sexta-feira em cima da Geórgia (54-09) eles deixaram claro que podem ser fatais. O placar do segundo tempo mostra bem isso: 40 a 0, em cima de uma seleção de nível inferior, é verdade, mas reconhecida justamente pela sua forte defesa.

Os argentinos lembraram hoje os “Pumas de Bronce” de 2007, a geração que terminou a Copa daquele ano em terceiro lugar, melhor colocação da história do país. Não custa lembrar que os Pumas de 2007 venceram naquele torneio a tradicional França por duas vezes no mesmo Mundial (jogando na própria França).

O que mais impressiona no resultado contra a Geórgia – o terceiro melhor do Mundial até aqui – é o fato de terem vencido sobre muita pressão. Uma derrota poderia significar um adeus precoce do Mundial.

Também chama atenção o caminho escolhido para a vitória: um jogo aberto, repleto de passes e viradas de direção, fugindo do confronto mais perto das formações. Não que falte qualidade argentina para isso. Acontece que este estilo exige bastante empenho físico e coordenação tática e, muitas vezes, acaba expondo o time para contra ataques.

Esta forma de jogar dos Pumas deixa claro o plano argentino na Inglaterra. É exatamente assim que atuam seleções de ponta, como os All Blacks neozelandeses e os Wallabies australianos. E é neste nível que os Pumas querem chegar (e até superar) neste Mundial.

A vitória com ponto bônus, com direito a sete tries (três a mais do necessário para somar cinco pontos na tabela), vai encher os Pumas de confiança. Um grande combustível para o time, mas também um incentivo traiçoeiro em início de Mundial.

O último toque em relação ao jogo de hoje – até por que a exibição dos Pumas fala por si só – é sobre a torcida. Foi assim contra a Nova Zelândia e se repetiu hoje contra a Geórgia: os argentinos invadiram a Inglaterra e têm deixado o clima mais vibrante nos estádios.

Vale lembrar que, por aqui no Brasil, muita gente do rúgbi – acreditem, fanáticos do futebol – torce pelos Pumas. Não é unanimidade, claro, mas todos concordam que os argentinos são sinônimos de raça, doação e jogo coletivo no rúgbi, características de quem vai longe em grandes torneios.

Se os Pumas aguentarem a batalha física desta Copa e se unirem essa paixão de dentro e de fora do gramado com a qualidade técnica de hoje, podem fazer estrago nas fases de mata-mata.

 

Foto: Michael Steele/Getty Images

Foto: Michael Steele/Getty Images

DICA DO DIA: Tem curtido os jogos do Mundial? Aqui no Brasil o rúgbi segue crescendo a cada ano. A primeira divisão de clubes, chamada Super 8, está entrando em sua fase decisiva. Você encontra a tabela de jogos e mais informações para acompanhar uma partida ao vivo em: rugbysuper8.com.br.

O CARA: Nicolás Sánchez. Por mais que Juan Imhoff (#11) e Santiago Cordeiro (#14) tenham feito dois tries cada um (ótimo desempenho, dentro de suas missões de finalizadores, jogando nas pontas) foi o camisa 10 Nico “Cachorro” Sánchez que deve ter deixado mais tranquilo o treinador Daniel Hourcade.

Nico sofreu muito na estreia contra os All Blacks, quando não fez um bom jogo. Desta vez, acertou penais e drops (chutes que valem três pontos no rúgbi) e, no momento mais difícil da partida, com apenas 11 a 9 para os Pumas, ele quebrou a linha da Geórgia com dribles velozes e deu um recado: esse jogo é nosso. O sucesso dos Pumas na Copa depende de bons dias como este de seu camisa 10.

A IMAGEM: O capitão argentino Agustin Creevy (#2) comemora a vitória com fãs em Gloucester, na Inglaterra.

Foto: Paul Childs/Reuters

Foto: Paul Childs/Reuters

A FRASE: “Confiamos nas nossas armas e saímos daqui hoje muito felizes”, Tomás Cubelli, scrumhalf (#9) argentino, que anotou um try e garantiu forte ritmo para os Pumas.

LONDON EYE: Um dos líderes dos Pumas, o back Juan Martín Hernández deixou o jogo no fim do primeiro tempo. Segundo a comissão técnica, foi uma precaução por um incômodo muscular na perna direita. Hábil, inteligente e decisivo, Hernández deve fazer muita falta se não se recuperar a tempo.

Em jogos contra adversários mais fortes, a presença de Hernández em campo pode fazer a diferença. Mais do que suas qualidades individuais, o “porteño” tem como grande qualidade a capacidade de passar confiança para o time, armando jogadas para os Pumas renderem ainda mais.

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Foto: Stu Forster/Getty Images


Artilharia inglesa derruba os fijianos voadores
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Bruno Romano
Colaboração para o UOL, em São Paulo

Todo jogador, treinador ou fã de rúgbi do planeta ficou um pouco nervoso hoje. Um frio na barriga – menor do que em dia de jogo, claro – anunciava o que estávamos esperando há tempos: finalmente chegou a hora da Copa do Mundo de Rúgbi 2015. Tente imaginar então o que estavam sentindo os 15 titulares da Inglaterra, anfitriã deste ano e seleção campeã mundial em 2003. Com o elenco mais jovem deste Mundial (média de 26.2 anos), os ingleses abriram a Copa com duas missões: encarar os 82 mil expectadores no estádio de Twickenham e vencer a veloz, criativa e ousada seleção de Fiji, apelidada por essas qualidades de Flying Fijians, ou fijianos voadores. Transformando toda essa pressão em apoio, os ingleses não tiveram vida fácil, mas cravaram 35 a 11 no placar. Mais do que isso, mostraram que a mítica da “fortaleza” de Londres, como os jogadores chamam o estádio, pode ser uma grande aliada na busca pela taça William Webb Ellis.

Esta foi a oitava vitória consecutiva dos ingleses em Twickenham. O templo do rúgbi inglês tem uma fama que se comprova nos números. Desde 1995, começo da era profissional do esporte, o aproveitamento da Inglaterra por ali é superior a 70% – fora do quartel-general, a porcentagem de vitórias cai para perto de 50%. É mais: a média de pontos feitos chega próxima a 32 por jogo, contra 24 pontos longe de Twickenham. Isso os ingleses já sabiam. O problema era superar a tão temida e falada “pressão” da estreia. Mas o antídoto para isso, estava nas mãos da comissão técnica inglesa.

Stuart Lancaster (head coach) e Graham Rowntree (treinador de forwards, os camisas 1 a 8) já tinham avisado antes do jogo: 1. Estamos na nossa casa; 2. Todo mundo vai nos apoiar; 3. Temos muito orgulho de estar aqui representando nosso país; 4. Na verdade, Twickenham pode ser muito intimidador, sim, mas para o adversário. “Quem você acha que vai estar mais pressionado?”, disse Rowntree. Na prática, a partida foi tensa e truncada. E, mais na vontade do que na organização, a Inglaterra conseguiu manter a vantagem até o fim. Aí, toda aquela confiança extra-campo se transformou, aos poucos, em pontos – mesmo com Fiji fazendo frente em um cenário realmente intimidador.

Para entender o que aconteceu hoje em Londres, é preciso voltar algumas semanas. Antes de enfrentar esta multidão sedenta por rúgbi (e por vitória), a estratégia inglesa foi bem diferente: se “esconder” em Denver, no Colorado (EUA), em uma preparação intensa antes do Mundial. Treinando na altitude, os jogadores fizeram uma viagem para formar grupo, que contou com pesados treinos físicos, monitoramento em GPS e ao vivo de batimentos cardíacos e atividades extras como expedições de rafting. “Foram os treinos mais difíceis da minha vida”, comentou o experiente Tom Wood, que jogou hoje de titular com a camisa 6.

O isolamento trouxe resultados neste sexto triunfo da Inglaterra contra Fiji na história (segue invicta no confronto direto). Não só os ingleses, mas o mundo do rúgbi ficou satisfeito e um pouco mais aliviado: o Mundial começou com tudo o que se esperava, unindo intensidade, combatividade e coragem – características definitivas do mais coletivo dos esportes. Quem se importa tanto com um show de técnica e tática quando um jogo segue aberto até o final?

Ali no gramado, quem acha que o grande teste de fogo da Inglaterra passou com a estreia, esqueceu de dar uma olhada na tabela. Eles têm pela frente o País de Gales (26.09), seus rivais de longa data, e Austrália (03.10), bicampeã mundial e vencedora do Rúgbi Championship 2015. Os dois jogos estão marcados para Twickenham, antes de os ingleses fecharem a fase de grupos contra o Uruguai (10.10), que vai para a Copa como coadjuvante. Se os jogadores chamam o estádio de Twickenham de fortaleza, para vencer o Mundial, mais do que nunca vão ter de transformar este time (e toda a torcida) na verdadeira fortaleza.

A DICA DO DIA:

Nunca dê meio metro de espaço para um fijiano. Ele pode fazer estragos. Foi o que o camisa 9 de Fiji Nikola Matawalu causou no primeiro tempo, ao driblar três ingleses, correr meio campo e chegar na linha de try. Se a bola não tivesse caído de sua mão, a história do jogo poderia ter sido bem diferente.

O CARA:

Mike Brown. Calmo e preciso, o camisa 15 da Inglaterra fez dois tries, salvou um try de Fiji e ainda soube lidar com todas as situações de “fogueira” comuns na vida de quem joga na posição de fullback, o último homem da defesa no rúgbi.

A IMAGEM:

COMEÇOU! Para os fãs de rúgbi, chegou a hora mais esperada do ano. Esses dois “figuras” aí em cima não são jogadores de verdade (claro!), mas a bola gigante em pleno castelo de Cardiff, no País de Gales, sim. Como diz o slogan do Mundial: “To big to miss”, algo como grandioso demais para perder!

A FRASE:

“Essa Copa do Mundo tem o potencial de fazer o rúgbi crescer como nunca vimos antes”, príncipe Harry, membro da família real inglesa que sempre acompanhou de perto o esporte.

LONDON EYE:

Fique de olho nos três candidatos ao título que fazem suas estreias neste sábado. Depois do jogo de abertura entre Tonga e Georgia, a #RWC2015 terá: Irlanda x Canada, África do Sul x Japão e França x Itália. Os irlandeses vêm com tudo depois de vencer o Six Nations 2015 (torneio anual mais antigo do rúgbi, reunindo as seis melhores seleções da Europa); os sul-africanos são bicampeões mundiais (1995 e 2007) e famosos pelo jogo duro, aliando técnica com força física e mental; os franceses bateram na trave no último Mundial, perdendo a final por um ponto para a Nova Zelândia. A França sempre chega com ares de que não está no auge, mas na hora que a ovalada entra em jogo, é perigosa demais.


Mundial de rúgbi começa com campeãs favoritas e olho em Irlanda e Argentina
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Atual campeã, Nova Zelândia é a grande favorita ao título na Inglaterra (crédito: Richie McCaw/Getty Images)

A Copa do Mundo de rúgbi começa nesta sexta-feira (18) com o jogo inaugural entre a dona da casa, Inglaterra, contra a seleção de Fiji. Únicas campeãs dos sete Mundiais já disputados, Nova Zelândia, África do Sul, Austrália e a própria equipe inglesa despontam como favoritas, mas dois times prometem surpreender: a sempre cascuda Argentina e a ascendente Irlanda, que venceu as duas últimas edições do Six Nations.

Convidamos Lucas ‘Tanque’ Duque, jogador da seleção brasileira de 7, para analisar as expectativas para o Mundial. Confira abaixo o que esperar da Copa.


Por que o mundo ama o rúgbi? Saiba mais sobre o esporte que atrai multidões
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A Copa do Mundo de rúbgi union começa nesta sexta-feira (18) e jogadas como as vistas no vídeo acima são mais do que esperada no evento que acontecerá na Inglaterra. E não é só isso. A última edição do torneio teve uma audiência de quatro bilhões de pessoas, e a expectativa é que esse número seja superado.

Para que você fique por dentro desse fenômeno que tem se tornado o rúgbi, o UOL Esporte preparou um especial com mais informações sobre o esporte que é praticado em 120 países. Confira.