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Com recordes improváveis, Mundial atrai fãs e comprova evolução do rúgbi

UOL Esporte

Por Bruno Romano

Foto: Shaun Botterill/Getty Images

Foto: Shaun Botterill/Getty Images

(Irlanda x Romênia: Recorde de público em Mundiais no estádio de Wembley)

Nunca um estádio ficou tão lotado em Copas do Mundo de Rúgbi como no duelo entre Irlanda e Romênia no último domingo. O público de 89.267 pessoas já é o maior da história do evento que, nesta edição 2015, tem média de 51.201 espectadores em 19 partidas completadas até aqui.

Um jogo com a Romênia em campo ter quebrado este recorde é apenas mais um dos trunfos deste Mundial 2015 – sinônimo de evolução do esporte e de mais equilíbrio em campo. Fora as zebras que já rolaram, basta lembrar que o artilheiro da Copa é um japonês (Ayumi Goromaru, com 29 pontos) e que o jogador que mais deu tackles até aqui veio da Geórgia (Viktor Kolelishvili já derrubou, sem dó, 35 oponentes em duas partidas).

Outros números comprovam o bom nível Mundial. A precisão de chutes é de 74.5%, a mais alta da história das Copas. E as seleções já anotaram 987 pontos, sendo 110 tries – média de quase seis por partida. Se o ritmo em campo se mostra alucinante, outra estatística é marcante até aqui: nenhum cartão vermelho em 25 horas de jogos pegados.

ENTRE “BALEADOS” E FERIDOS

Não bastasse a derrota para Gales, o rúgbi inglês sofre com a perda do oitavo Billy Vunipola, cortado do Mundial após romper os ligamentos do joelho. A Inglaterra logo apelou para o veterano Nick Easter, de 37 anos, convocado as pressas para encarar a Austrália.

Gales também perdeu dois guerreiros lesionados: Hallam Amos (ponta) e Scott Williams (centro). Logo, acionaram o experiente James Hook, com 78 jogos pelo seu país, e o novato Gareth Anscombe, nascido na Nova Zelândia e naturalizado galês. Os dois já estarão disponíveis para encarar Fiji na quinta-feira.

A boa notícia do dia vai para a Itália, que depois de dois jogos desastrosos (derrota para França e vitória no sufoco contra o Canadá), terá a volta de seu líder Sergio Parisse. Meio argentino, meio italiano, Parisse tem 32 anos e 113 convocações pela azzurri, sendo 60 deles como capitão. Ele já deve entrar em campo neste fim de semana contra a Irlanda.

Foto: David Rogers/Getty Images

Foto: David Rogers/Getty Images

(Nick Easter, veterano forward inglês, convocado para o Mundial)

FRANCO ATIRADORES

Depois de uma segunda-feira de folga, o Mundial retorna nesta terça com Tonga e Namíbia. Apesar de soar como um jogo qualquer, a intensidade da partida deve surpreender. Será o primeiro encontro das seleções em Mundiais, com os tonganeses loucos para provar que tem bom rúgbi e os namibianos apostando em uma chance honesta de ganhar seu primeiro jogo de Copa na história (já são 16 derrotas).

Com 327 convocações no elenco, e um passado que conta com vitória sobre a França em um Mundial, a superioridade de Tonga é clara. Do outro lado, a Namíbia se mantém uma incógnita, ainda mais com oito mudanças do time que perdeu para os All Blacks na estreia.

Não há muito parâmetros para medir o encontro direto, tirando um amistoso em 1997, com vitória de 20-14 para Tonga. Mas como a Geórgia já abalou as esperanças de Tonga neste grupo – e a Argentina não deve ter grandes dificuldades para superar Tonga e Namíbia – o jogo desta terça vira um legítimo embate de dois times sem nada a perder. E isso costuma botar fogo em um jogo de rúgbi.

Foto: Phil Walter/Getty Images

Foto: Phil Walter/Getty Images

(Jogadores da Namíbia sendo aplaudidos pelos All Blacks na estreia)