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Richie McCaw era incontestável, apesar das críticas do antijogo
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Richie McCaw ergue a taça da última Copa do Mundo. Jogador anunciou aposentadoria

Richie McCaw ergue a taça da última Copa do Mundo. Jogador anunciou aposentadoria

É considerado por muitos o maior jogador de rúgbi em todos os tempos. Richie McCaw anunciou nesta quinta a sua aposentadoria. Capitão dos All Blacks em duas conquistas de Copa do Mundo, se retira do rúgbi profissional quase 14 anos depois de fazer sua estreia pela seleção.

Nascido em Oamaru, na Ilha do Sul, no último dia de 1980, foi o All Black número 1014. Começou a carreira em Dunedin, conciliando o rúgbi com o Ensino Médio na Otago Boys High School. Aos 19 anos se mudou para Christchurch para estudar na Universidade de Lincoln e tentar carreira no rúgbi profissional. No mesmo ano é convocado para a seleção sub-19 da Nova Zelândia e em 2000, para a sub-21, quando também fez a estreia pela equipe da província de Canterbury. Em 2001, passou a atuar pelos Crusaders, no Super Rugby. Foram ao todo 4 títulos pela liga.

É convocado para a equipe principal dos All Blacks para jogo contra a Irlanda, em Dublin, em 17/11/2001. A Nova Zelândia vence por 40 a 29 e McCaw é escolhido como o melhor em campo. Em sua primeira partida pela seleção! Ao todo foram 148 jogos como All Black. O maior recorde de sempre. Dos 148 jogos, 131 vitórias. Outro recorde. 110 como capitão. Foi eleito o melhor jogador do mundo em três ocasiões: 2006, 2009 e 2010.

O currículo de Richie McCaw é incontestável. Muitos criticam-no pelo antijogo (quantidade de penais e offsides). Entretanto, foi peça fundamental para a soberania dos All Blacks no rúgbi internacional. Em 2004 a seleção da Nova Zelândia passava por sua mais grave crise no alto desempenho. Não havia zelo pela reputação do grupo, era preciso resgatar os valores. Depois de uma grande derrota em Johannesburgo para os Springboks, foi convocada uma reunião de emergência em Wellington.

Estavam presentes: o então Capitão Tana Umaga, o Gerente de Equipes Darren Shand, o ex-jogador Sir Brian Lochore, o psicólogo Gilbert Enoka e Richie McCaw, como Vice-Capitão. Depois de três dias de reuniões, chegaram à conclusão da necessidade de se reforçar a liderança no grupo e de instalar uma cultura e ética de trabalho. Resgataram o lema da equipe: “Melhores pessoas fazem melhores All Blacks”. Ademais, estreitaram o vínculo com os símbolos nacionais e o significado para o País. Passaram a trabalhar o legado: “deixar a camisa dos All Blacks em uma posição melhor da que quando a recebeu”.

Era o ponto-de-partida para a Nova Zelândia estar onde está hoje no rúgbi mundial. E McCaw foi o Capitão em boa parte deste processo. Atuou como se fosse o guardião disso tudo.

Deixou sua camisa 7 em um lugar melhor do que quando a recebeu. Quem será o próximo?

Crédito da foto: David Rogers/Getty Images

Por Virgílio Neto, comentarista da ESPN
virgilioneto.wordpress.com/
@virgiliofneto


Lomu, morto nesta terça, foi o primeiro astro global do esporte
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lomu

Tido por muitos como o maior jogador de rúgbi de todos os tempos, Jonah Lomu faleceu nesta quarta-feira, em Auckland, Nova Zelândia, aos 40 anos. Sofria de síndrome nefrótica, doença renal rara, desde 1996, quando estava no auge da carreira.

Filho de pais tonganeses, Lomu teve uma origem bastante humilde e tornou-se o primeiro atleta neozelandês multimilionário vivendo na Nova Zelândia. Atuou como ponta. Tinha 1,96m, pesava 120kg e fazia 100 metros em 11 segundos. Foi o All Black número 941 e o jogador mais novo a ser convocado para a seleção do seu país, em 1994, com 19 anos e 45 dias. Foram ao todo 63 jogos pelos All Blacks, com 37 tries. Jogou dois mundiais (1995 e 1999) e é um dos detentores de mais tries em Copas do Mundo, 15 no total.

Em 1996, com 21 anos, começaram a aparecer os primeiros problemas de saúde. Por conta disso, não disputou quase toda a temporada de 1997. Em 1998, com a seleção de sevens, conquistou a medalha de ouro nos Jogos da Commonwealth. Voltou para os All Blacks e foi fundamental na campanha da equipe no Mundial de 1999. Lá ficou até 2002. Os problemas de saúde se agravaram e obrigaram-no a se retirar cedo da temporada de 2003. No mesmo ano, recebeu do IRPA (sigla para Associação Internacional de Jogadores de Rúgbi) o raro prêmio pela contribuição para modalidade. Na ocasião, recebeu a distinção das mãos do ex-atleta francês Serge Blanco, seu ídolo na infância. Em 2007 foi condecorado com a “Ordem do Mérito da Nova Zelândia”.

Foi o primeiro grande astro global da modalidade. Com apenas 20 anos foi protagonista de uma Copa do Mundo – algo impensável para a época. Com tão pouca idade conseguiu marcas, índices e recordes ainda hoje não superados. Viveu o fim do amadorismo e o início do profissionalismo. Teve altos, baixos, e deu muitas voltas por cima. Sofreu bastante com a doença nos rins.

Infelizmente teve que se aposentar cedo.

Infelizmente partiu cedo.

Descanse em paz, Jonah.

Por Virgílio Neto, comentarista da ESPN
virgilioneto.wordpress.com/
@virgiliofneto


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