Vitória sobre o Japão emociona rúgbi feminino, mas sonho de medalha acaba
UOL Esporte
Veja lances do triunfo brasileiro sobre as japonesas
Depois de um primeiro dia duríssimo duelando contra Grã-Bretanha e Canadá, duas candidatas a medalhas no rúgbi feminino, a seleção brasileira encontrou o caminho da vitória nos Jogos do Rio de Janeiro. Neste domingo, em jogo visto como chave em cima de toda a preparação olímpica do Brasil acabou com um convincente e emocionante triunfo sobre o Japão.
Bater as japonesas por 26-10, no entanto, não foi o suficiente para se classificar para as quartas-de-final e seguir na luta pelo pódio. O Brasil precisava tirar uma diferença de 30 pontos para superar a Espanha como a segunda melhor entre as terceiras colocadas da fase de grupos.
É claro que o sonho da medalha, analisado de forma técnica e direta, sempre foi mais um horizonte para se inspirar do que uma realidade a nosso alcance imediato. As derrotas do sábado deixaram isso claro.
Enquanto isso, a vitória contra o Japão evidencia o outro lado desta história: o da geração que sempre levou no coração (e nos atos) a verdadeira essência do rúgbi, e que buscou jogar no seu limite máximo no Rio.
Muitas vezes, arriscar demais significou tomar contra golpes fatais. Assim como não segurar o ímpeto do Canadá, talvez com uma proposta mais cadenciada de jogo, fez falta no saldo de pontos final.
De qualquer forma, o Brasil decidiu ir pra cima. Escolheu o jogo agressivo em vez de se assumir como ''pequena''. E, claro, arcou com as consequências. Na tabela olímpica, significa que brigaremos no máximo pelo nono lugar. Na prática, não havia muito mais o que fazer contra adversárias ainda bem mais fortes.
Mas parar servir de embalo a esta primeira vitória olímpica no rúgbi na nossa história, a seleção feminina tem um ótimo motivo para vencer seus próximos dois jogos.
Acontece que Brasil, Japão, Quênia e Colômbia ficaram de fora das quartas. E é justamente a melhor classificada destas seleções (leia-se: a nona colocada dos Jogos) que garante vaga fixa para a próxima temporada do Circuito Mundial de Sevens feminino, principal competição da modalidade, a mesma que ajudou a preparar quem vai acabar no pódio nesta Rio-2016.
Mais do que fechar esta participação com vitórias – uma mistura de honra e compromisso, já que estes triunfos estão, sim, ao nosso alcance – essa geração já pode deixar um legado imediato para os nossos próximos dois anos.