Brasil luta, mas leva atropelo do Canadá em dia histórico no rúgbi olímpico
UOL Esporte
Por Bruno Romano
O gigante desafio olímpico para o rúgbi brasileiro mostrou pela primeira vez sua face mais cruel. No fim desta tarde de sábado, em Deodoro, a seleção brasileira feminina não foi páreo para o Canadá e acabou derrotada por 38-0, no dia que marcou o retorno do esporte aos Jogos após 92 anos.
A performance canadense é sinal definitivo de que as norte-americanas devem mesmo acabar no pódio. É mais: se Austrália e Nova Zelândia não se cuidarem, podem ficar para trás na luta pelo ouro.
Do lado brasileiro, o grande degrau que ainda nos separa das maiores potências ficou nítido pela primeira vez em solo olímpico. O tombo foi grande, mas já era esperado. E ele também guarda pontos positivos.
Por mais que o Brasil não tivesse armas suficientes para fazer frente no primeiro tempo, a reação dos sete minutos finais é ótimo sinal. Em vez de aceitar a derrota, ou até poupar esforços para o duelo decisivo contra o Japão (às 12h do domingo), as brasileiras pisaram no acelerador e arriscaram até o fim.
As falhas na defesa, no entanto, preocupam. Se a estreia contra a Grã-Bretanha foi marcada pela boa pressão e qualidade nos tackles, no segundo jogo do dia estes foram os defeitos mais evidentes.
Por trás da desorganização defensiva e da falta de capricho na hora de pontuar, uma aula de raça e doação em campo marcaram um fim de tarde histórico em Deodoro. A recompensa disso pode vir na forma de classificação, em caso de triunfo contra as japonesas, somado ao saldo de pontos conquistado nesta fase de grupos.
No dia em que o Brasil marcou presença no tão esprado retorno do rúgbi à Olimpíada, os resultados seguiram a lógica. Mas a mensagem que fica (sempre chave no rúgbi) é a da luta incondicional. E isso não faltou.
O desafio principal segue firme no domingo: não apenas buscar uma vitória possível contra as japonesas, mas deixar claro que somos uma nação emergente no rúgbi.