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Novo presidente assume World Rugby com “boicote” a países corruptos

UOL Esporte

Bill Beaumont, à esq., e Agustín Pichot na sede da WR em Dublin. Foto: UAR/Divulgação

Bill Beaumont, à esq., e Agustín Pichot na sede da WR em Dublin. Foto: UAR/Divulgação

Ainda que o assunto presidência tome conta do noticiário no Brasil, outro processo de alta cúpula acontece neste momento no mundo do rúgbi: o inglês Bill Beaumont foi anunciado como novo comandante da World Rugby.

A frente da federação inglesa (RFU) desde 2012, Bill assume o cargo do francês Bernard Lapasset, e terá como vice o argentino Agustín Pichot, um dos maiores nomes da história dos Pumas.

Do CASI da Argentina para os principais clubes do rúgbi francês, Pichot ficou marcado mesmo pelos seus 75 jogos com a camisa da Argentina, em 13 anos de seleção. Foram quatro Copas do Mundo, a última delas como capitão em 2007, chegando ao 3º lugar no Mundial, melhor colocação da história do país.

A história de Pichot é mais clara e recente para os fãs de rúgbi. Mas Bill também teve destaque dentro de campo. Jogou pelo Fylde, na Inglaterra, e atuou 34 vezes pela sua seleção, 21 delas no posto de capitão. Seu nome também conta em sete convocações dos British & Irish Lions e outras 15 pelos Barbarians, equipe que reúne destaques de todo o mundo.

A escolha de ambos como dirigentes já era esperada. Bill e Pichot participavam do processo da World Rugby como única chapa para assumir os cargos máximos da entidade que governa a modalidade. A confirmação final veio nesta quarta-feira.

Com 64 (Bill) e 41 anos (Pichot), a dupla toma posse no dia 1 de julho com a missão de implantar uma nova fórmula para distribuir votos no conselho da entidade – entre políticas de popularização e desenvolvimento do esporte pelo planeta.

Os seis países de destaque na Europa (ING, FRA, IRL, ESC, GAL, ITA), que jogam o Six Nations, e os quatro do hemisfério sul (NZ, AUS, AFR, ARG), que atuam no Rugby Championship, terão direito a três votos para decisões importantes do órgão.

Entidades que representam, por continente, as federações dos países locais, caso da Sudamérica Rugby, na América do Sul, por exemplo, ficam com dois votos – Rugby Europe, Rugby Afrique, Ocenia Rugby, Rugby Americas North e Asia Rugby entram neste grupo.

Outras cinco potências emergentes do esporte terão um voto: Japão, Geórgia, Romênia, Canadá e Estados Unidos.

Para receber o direito, é preciso cumprir diversas exigências da entidade, que avalia, por exemplo, a transparência, a qualidade e os resultados de cada gestão local.

É por isso que Fiji, Tonga e Samoa, países com destaque dentro de campo, devem ficar de fora neste primeiro momento. Os três não cumpriram as metas de excelência nas últimas gestões.

Em médio prazo, a medida deve inclusive afetar recursos da World Rugby para os países, como já explicado neste espaço.

Se o exemplo “de cima” é sempre bem-vindo em todos os ambientes, a nova dupla já passa como primeira mensagem que, para contar com a importante ajuda que a World Rugby oferece, é bom andar na linha.

Pichot lidera os “Pumas de Bronce” no Mundial de 2007. Foto: Warren Little/Getty Images

Pichot lidera os “Pumas de Bronce” no Mundial de 2007. Foto: Warren Little/Getty Images

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