Brasil quebra jejum de oito anos e domina Paraguai em despedida de torneio
UOL Esporte
Por Bruno Romano
O Brasil entrou em campo como favorito a vencer o Paraguai, mesmo fora de casa. Mas para fechar o Sul-Americano com a primeira vitória seria preciso quebrar uma escrita de oito anos do último triunfo na casa dos “Jacarés”, em 2008.
É por isso que, na prática, toda a rivalidade histórica e os sempre equilibrados placares contra o Paraguai também “entraram em campo” no último fim de semana.
Mas os Tupis deram conta do recado: venceram bem (32-21) e comprovaram o progresso do grupo em 2016. Fecham assim o torneio em 3º lugar, atrás do Chile (2º) pelo saldo de pontos e do Uruguai, campeão após bater os Condores em casa (39-14).
Chamou atenção o forte ritmo do Brasil no fim dos três jogos deste Sul-Americano. Esta evolução física (e mental) talvez tenha sido a grande conquista. Não ter tantos altos e baixos em um mesmo jogo parece ser o próximo desafio dos Tupis.
Outro mérito do time foi ter transformado a péssima atuação nos scrums contra o Chile na principal arma para cima do Paraguai. A superioridade por ali ajudou ao Brasil a falar mais alto em todo o jogo.
Em vários momentos contra os paraguaios, no entanto, o domínio foi dos rivais. Mas como faltava agilidade, técnica e criatividade do outro lado, os avanços dos Jacarés nem sempre terminavam em pontos. Em resumo, o Brasil venceu por estar mais bem preparado e por ser mais efetivo.
O jogo fecha também um ciclo inédito da seleção. Desde dezembro de 2015, foram 11 jogos em pouco mais de cinco meses. Oportunidade única até então de jogar mais vezes em alto nível, o que traz novos desafios e novas responsabilidades. Ambos bem-vindos.
Tirando a Colômbia, todos os adversários tinham nível semelhante ou superior – EUA, Canadá, Argentina, Uruguai e Alemanha estiveram neste caminho. Fica claro que o grupo começa a ganhar uma identidade, e se fortalecer individual e coletivamente.
Esta seleção volta a se reunir em Macapá, para um duelo contra o Quênia em junho – outros test matches devem rolar no fim do ano. Jogadores com menos rodagem podem ganhar mais chances, já que boa parte da equipe muda a atenção para a modalidade olímpica.
O Brasil vira agora a chave para o Sevens. Torneios em Paris, Londres e Roma fecham a preparação para o Rio 2016, em agosto. E aí o desafio muda de figura.
Outro cenário, outros adversários e uma dinâmica totalmente diferente. Menos gente em campo. Muito mais pedreiras no caminho. Bom assunto para os próximos posts.