O Blog do Rúgbi

Em estreia no Brasil, Tupis buscam nova vitória contra Uruguai após 50 anos

UOL Esporte

Scrum entre Brasil e Uruguai no Sul-Americano 2015 (Crédito: Martin Rivero/FOTOJUMP)

Scrum entre Brasil e Uruguai no Sul-Americano 2015 (Crédito: Martin Rivero/FOTOJUMP)

Por Bruno Romano

Sonhar com um triunfo brasileiro sobre os “Teros” uruguaios nesta sexta-feira é mais do que justo. Mas para isso acontecer será preciso quebrar uma escrita de 52 anos, quando a seleção verde e amarela superou a celeste por 15-8, no primeiro Sul-Americano, em 1964.

As duas equipes costumam se encontrar com frequência desde então. Nos últimos dois Sul-Americanos, o Uruguai venceu por 34-9 (2014) e 48-9 (2015), dois resultados bem mais próximos da realidade atual.

Desta vez, o Brasil aposta no fator casa – Arena Barueri, às 20h desta sexta, entrada com 1 kg de alimento – para se dar bem no seu primeiro jogo em território brasileiro do inédito Americas Rugby Championship (ARC), o “Seis Nações” das Américas.

Brasil e Uruguai chegam para o duelo com várias semelhanças. Os dois são treinados por argentinos – Rodolfo Ambrósio nos Tupis e Esteban Meneses a frente dos Teros. E ambos apostam em novos projetos de alto rendimento das suas seleções, enxergando o ARC como um trampolim para voos maiores.

Nenhum dos dois, no entanto, sonha com o título do torneio. A ideia é clara: evoluir.

Nas partidas de estreia, brasileiros e uruguaios perderam para Chile (25-22) e Canadá (33-17), mas saíram de cabeça erguida, anotando três tries cada um. As semelhanças param por aí.

O Uruguai vem embalado de uma participação no Mundial 2015. Conta com 11 jogadores da última Copa no elenco que enfrenta o Brasil, sendo 9 titulares – é o maior número de “mundialistas” entre as seis seleções do torneio.

Mas os números escondem um forte processo de renovação. Esteban Meneses assumiu como treinador recentemente no lugar de Pablo Lemoine, e o novo capitão da equipe é Juan Manuel Gaminara, já que Santiado Vilaseca se aposentou.

Detalhe: assim como EUA e Canadá, os uruguaios não contam com atletas jogando fora do país na ARC 2016. Já a Argentina optou por uma seleção de jovens talentos.

Com o time uruguaio definido, Meneses e Gaminara já deixaram claros os objetivos neste torneio. Querem formar um novo grupo e apostar em um jogo mais arriscado e ofensivo, seguindo os passos dos Pumas argentinos.

Formações rápidas e mais passes devem fazer parte do jogo uruguaio, junto da tradicional força física e garra dos Teros. Contra o Canadá, o Uruguai foi ótimo nas formações fixas (100 % de aproveitamento de laterais), mas pecou na hora de criar jogadas e avançar com a bola em mãos.

Enquanto isso, o Brasil manterá a base da estreia contra o Chile. A principal mudança entre os titulares será a entrada do hooker Yan Rosseti, jogador do CUBA da Argentina, no lugar do capitão Daniel “Nativo”. João Luiz da Ros, o Ige, será o capitão, jogando de oitavo.

A frente de mais um enorme desafio, o grupo brasileiro segue uma linha crescente de testes – tem Canadá, EUA e Argentina na sequência do torneio. Subir (sem tropeçar feio) mais um degrau na performance, como já aconteceu contra o Chile, será uma “vitória” honrosa para o Brasil. Vencer de fato os uruguaios daria a esta estreia em casa uma verdadeira aura de histórica.