Bem-vindos ao Rio: Austrália e Quênia se garantem nos Jogos Olímpicos 2016
UOL Esporte
Por Bruno Romano
(Uma das favoritas ao Rio 2016, a seleção de Fiji, conhece mais dois concorrentes à medalha olímpica)
Só resta uma vaga para o rúgbi olímpico em 2016. O torneio que marca o retorno do esporte à Olimpíada depois de 92 anos, desta vez na modalidade Sevens, tem mais duas equipes confirmadas na chave masculina: Austrália e Quênia. Ao vencerem os campeonatos classificatórios da Oceania e da África no último fim de semana elas se juntam a outras 10 equipes já classificadas, entre elas o Brasil.
O último posto só vai ser definido em julho de 2016, em uma repescagem mundial de 16 times marcada para Lisboa, em Portugal. Até lá, as melhores seleções do planeta aquecem os motores para os Jogos do Rio duelando no Circuito Mundial de Rúgbi Sevens, torneio de 10 etapas (entre dezembro de 2015 e maio de 2016), com chute inicial marcado para Dubai nos próximos dias 4 e 5 de dezembro.
Austrália e Quênia são equipes fixas no evento, ou seja, participam de todas as etapas – em cada torneio, ainda há espaço para uma seleção convidada. O Circuito Mundial, aliás, é o melhor termômetro olímpico: dois a três dias de jogos (contando com duas a três partidas por dia para cada seleção), reunindo a nata do esporte. Para quem está chegando agora, no Sevens o campo tem as mesmas dimensões do jogo de XV tradicional – e valem as mesmas regras básicas do rúgbi –, só que as equipes tem apenas sete jogadores duelando em dois tempos de sete minutos cada.
Austrália e Quênia dominam bem o formato. E, por tudo o que fizeram nos últimos anos de Circuito, mereciam a vaga. A conquista da Austrália, no entanto, foi bem mais tranquila. Venceram todos os seus jogos na classificatória da Oceania, com direito a vitória por 50-0 sobre Tonga na final. No último dia de competição fizeram 138 pontos e não sofreram nenhum em três jogos.
Não custa lembrar que a Nova Zelândia, maior vencedora da história do Circuito Mundial com 12 títulos – dos 16 disputados até hoje – não jogou o torneio, por já ter vaga olímpica. Ao lado de Fiji (atual campeã do Circuito), África do Sul e Grã Bretanha, os homens de preto se classificaram como os quatro melhores da temporada 2014-2015 (a Inglaterra garantiu a vaga para os britânicos). Os australianos estavam “mordidos” justamente por terem perdido essa chance. Logo, fizeram uma preparação especial, escalaram força máxima e garantiram seu lugar por direito.
Já o Quênia carimbou o passaporte no sufoco. Bateu o Zimbábue por 21-17 no classificatório disputado em Johanesburgo, na África do Sul. Detalhe: o try da vitória saiu no último lance com uma arrancada de trás do meio de campo.
Toda essa dinâmica, velocidade e mudança de placar tornam o Sevens muito mais imprevisível do que o rúgbi XV. Características que jogam a favor do Brasil na competição. Além das potências já citadas até aqui, Argentina, Estados Unidos, França e Japão também já tem lugar garantido na Olimpíada – todas elas um degrau acima da equipe nacional.
Os brasileiros têm corrido atrás do prejuízo. No último fim de semana fizeram bonito em um torneio em Rosário, na Argentina. Depois de perder para a seleção principal dos hermanos – em fase final de preparação para o Circuito Mundial –, ganharam quatro jogos contra fortes seleções de províncias locais.
Enquanto isso, a seleção feminina também dá um gás em sua preparação. A equipe medalha de bronze no último Pan-Americano tem realizado trainning camps e já pisa no acelerador rumo ao Rio 2016. Em dezembro, elas vão representar o Brasil no torneio feminino do Circuito Mundial em Dubai. É o primeiro passo para encarar a Olimpíada mais longe do “sonho” e bem mais perto da realidade.
(Só para variar: Nova Zelândia também domina o Sevens masculino com 12 títulos do Circuito Mundial)