O Blog do Rúgbi

Arquivo : rúgbi

Provocações da imprensa e confiança nas alturas aumentam clima da final
Comentários Comente

UOL Esporte

Por Bruno Romano

Foto: Laurence Griffiths/Getty Images

Foto: Laurence Griffiths/Getty Images

(Capitão dos All Blacks Richie McCaw é peça chave na decisão, e o principal alvo da mídia australiana)

Enquanto os fãs de rúgbi esperam ansiosos pela final do Mundial 2015, as principais mídias da Nova Zelândia e da Austrália tem se divertido antes do duelo deste sábado com análises e provocações. Por trás de cada brincadeira, vêm à tona pontos chave do jogo que devem definir o primeiro tricampeão mundial.

Os neozelandeses discutem como parar David Pocock e a terceira-linha australiana, enquanto exaltam uma geração vencedora e clamam pelo favoritismo, mesmo reconhecendo um perigoso rival. É um espelho do time: motivados e embalados, mas certos dos desafios.

Já a imprensa australiana segue a postura do time, algo como: se chegamos até aqui, podemos (e vamos) vencer. Os especialistas mostram os pontos fracos do adversário, esbanjam confiança, e ainda fazem de tudo para pegar no pé do capitão Richie McCaw, segundo eles tratado de forma “diferente” pela arbitragem.

Essa não deve ser uma preocupação real na decisão deste Mundial 2015. O galês Nigel Owens, escolhido para a missão, foi o melhor nome possível. Enquanto não soa o apito inicial, Owens também roubou manchetes nesta semana pela ótima fase – e pelo fato de já ter assumido sua homossexualidade.

“Eu só espero que o rúgbi seja o vencedor desse jogo”, disse Nigel à World Rugby TV, canal oficial da entidade máxima do esporte. “Se eu participar da menor forma possível da partida, então meu trabalho estará bem feito. Se ninguém falar do árbitro depois do jogo, serei um homem muito feliz”, completou Owens, de 44 anos, com 67 partidas internacionais no currículo.

A escolha de Owens deve colaborar com um jogo bem fluído. Por mais que as últimas finais tenham registrado poucos tries e resultados apertados, é impossível não contar com momentos de rúgbi ofensivo e aberto, com Nova Zelândia e Austrália decidindo uma Copa pela primeira vez na história.

Em meio a tudo isso, jogadores e treinadores têm preferido evitado os microfones e os gravadores na concentração, além de polêmicas nas entrevistas coletivas. Mesmo assim, as poucas palavras que soltam ajudam a medir o que All Blacks e Wallabies vão levar a campo.

“O segredo é sempre elevar o nível, em cada jogo da Copa, só assim podemos encarar a final”, crava Stephen Moore, capitão dos Wallabies. Traduzindo: vai ser preciso fazer mais do que mostraram até aqui para bater os All Blacks. Os Wallabies sabem disso, tem qualidade, e vão arriscar tudo ou nada.

A Austrália reconhece (e sente) um caminho mais cansativo – e os All Blacks sabem bem disso. O treinador da Nova Zelândia, Steve Hansen, soltou: “eles têm preocupações como Israel Folau, claramente com problemas físicos, o que está afetando sua confiança; o scrum deles deu um passo atrás sem Scott Sio, e a poderosa defesa que parou os Pumas me parece vulnerável nos canais internos”. Se há alguém apto a romper a muralha amarela, são os All Blacks. Só os escoceses conseguiram até agora, nas quartas-de-final, com um treinador neozelandês, aliás.

O comandante australiano Michael Cheika fez questão de dar um ar de positividade e tranquilidade para os perigos das lesões. “Já falei com a equipe médica, e todos estão até melhores do que a gente pensava. Não importa o que acontecer, estamos prontos para qualquer coisa, vamos colocar nossos corpos na linha de frente para uma batalha de 80 minutos”. Difícil acreditar que grande parte do time estará 100% fisicamente na final. Mas a postura de Cheika já trilha o caminho da superação. E disso não há como duvidar.

Quem também deu seus palpites foi o ex-jogador dos All Blacks Jonah Lomu, que perdeu sua única final de Copa em 1995, mas é considerado como um dos grandes nomes da história do esporte. Lomu impressionava ao atropelar adversários, e redefinir sua posição, a de ponta, ocupada hoje por Julian Savea, o artilheiro da Copa.

“Se há um time que pode atrapalhar a vida da Nova Zelândia, é a Austrália, a única que os venceu esse ano”, diz Lomu. “A velocidade da Austrália nas disputas de bola vai dar dor de cabeça aos All Blacks”, sugere.

A preocupação existe. E é saudável. Para o camisa 9 dos All Blacks Aaron Smith: “Tudo o que temos feito e falado nos últimos anos se refere a esta semana, a este jogo. Olhamos as forças e as fraquezas da Austrália, mas não sabemos exatamente o que eles vão fazer. Então, no fim, é mais sobre o que nós vamos fazer.”

Ninguém duvida de que os All Blacks vão mostrar toda a sua força. O que os Wallabies querem (e precisam) duvidar é se será suficiente para ganhar a taça.

Foto: David Rogers/Getty Images

Foto: David Rogers/Getty Images

 (Líder dos Wallabies, Stephen Moore reconhece que é preciso jogar mais para vencer os All Blacks)


Nova Zelândia x Austrália: as armas, os segredos e os detalhes da vitória
Comentários Comente

UOL Esporte

*Por Bruno Romano

Halloween? O wallaby David Pocock já está “a caráter” para a final do próximo sábado, no dia 31 de outubro. Créditos: Getty Images

Halloween? O wallaby David Pocock já está “a caráter” para a final do próximo sábado, no dia 31 de outubro. Créditos: Getty Images

 

Pergunte a qualquer (bom) treinador, jogador ou especialista em esporte: o que define uma final equilibrada, entre dois gigantes? Os detalhes. Em outras palavras, toda a história, a rivalidade e as estatísticas ficam de lado quando uma oportunidade de decidir o título aparece. Nessa hora não há mágica. E o rúgbi é conhecido justamente por premiar o melhor time – dessa vez, o prêmio é o maior de todos.

É por isso que só os detalhes desta final podem ajudar a decifrar quem pode levar a melhor em Twickenham, no próximo sábado, na decisão do Mundial 2015.

POR TRÁS DOS NÚMEROS

Os All Blacks têm o melhor ataque do torneio (256 pontos e 36 tries), mas a Austrália não fica muito atrás: 205 pontos e 26 tries. Não custa lembrar que os Wallabies encararam o grupo da morte, com jogos mais difíceis no caminho.

Os neozelandeses são mais incisivos: tem 61 quebras de linha de defesa contra 46 dos Wallabies e também somam muito mais metros conquistados (3.464 contra 2.379). Os All Blacks ainda cravam 53 offloads, os passes feitos após um contato – a Austrália tem apenas 35 –, evidenciando um estilo de jogo mais dinâmico e fluido, gerando continuidade.

O líder da Copa em offloads? Sonny Bill Williams, com 10. Um reserva All Black.

Quando o assunto é defesa, a avaliação é mais complicada (e traiçoeira). A muralha australiana tem ganhado merecidos elogios, ainda que os Wallabies tenham tomado 84 pontos (média de 14 por jogo), sendo 34 apenas contra a Escócia. A Nova Zelândia sofreu um pouco menos: 80 pontos.

A Austrália lidera, no entanto, o numero de tackles, com 726 até aqui. A estatística tem dois lados: talvez haja mais gente atacando do que deveria, mas pelo menos eles estão afiados na hora de colocar rivais no chão. A Nova Zelândia é a 9ª da lista de 20 seleções no quesito.

Os turnovers ou “roubadas de bola” marcam 45 a 42 para nova Zelândia. Acontece que David Pocock, camisa 8 da Austrália, é líder isolado com 14 turnovers. O primeiro All Black da lista é o também oitavo Kieran Read. Detalhe: Pocock jogou quatro vezes e Read seis neste Mundial.

TRAJETÓRIAS

São seis jogos sem perder para cada lado. Tirando as semifinais (duas batalhas intensas e extenuantes), o caminho da Austrália foi bem mais pesado.

O elenco australiano está claramente mais “baleado”. Para piorar, os All Blacks tiveram um dia extra de descanso, já que jogaram a semifinal no último sábado. Um dia a mais não decide jogo, mas ajuda muito (e pode fazer pequena diferença) nesta altura.

Os All Blacks impressionam até aqui pelo domínio das ações, pelo preparo físico e pelo poder de decisão. Por outro lado, a intensidade, a bravura e a recusa em entregar um jogo dos australianos são de aplaudir de pé.

DESFALQUES

A situação preocupa os Wallabies, que aguardam as respostas finais de Scott Sio (pilar), Matt Giteau (centro) e Israel Folau (fullback). Como é uma final, todos devem jogar. A questão é o quão longe eles estarão de sua melhor forma.

PODER DA MENTE

Os All Blacks parecem mais confiantes do que nunca depois de vencer o Mundial de 2011. O título tirou um peso enorme da seleção: depois de vencer a primeira Copa em 1987, acumulavam desastres atrás de desastres em mundiais. Perder apenas um jogo nos últimos 12 confrontos contra os Wallabies – e apenas três dos últimos 52 jogos – também gera uma boa dose de ânimo, para um time que vem sendo preparado há quatro anos.

Já os australianos encontraram um embalo improvável para um time formado em pouco mais de um ano (toda a comissão técnica foi renovada após um escândalo envolvendo polêmicas dentro e fora de campo). Ainda que jogar uma final seja motivação suficiente para qualquer time, vai ser preciso dominar o placar no início, para virar o jogo mental.

MANO A MANO

Quem leva a melhor em cada grupo de jogadores?

Primeira-linha: Nova Zelândia. A Austrália ainda aguarda confirmação do lesionado pilar Scott Sio, que pode equilibrar a disputa.

Segunda-linha: Nova Zelândia. Mesmo com a ótima atuação da segunda-linha australiana na semifinal, a dupla neozelandesa é mais dinâmica e completa.

Terceira-linha: Austrália. Sim, os All Blacks têm o lendário capitão Richie McCaw acompanhado dos versáteis Kieran Read e Jerome Kaino, que podem desequilibrar, mas Pocock e companhia (Michael Hopper e Scott Fardy) têm feito estragos maiores nos adversários pelos Wallabies.

Scrum-half e abertura: Nova Zelândia. O australiano Ben Foley tem sido mais perigoso até que o camisa 10 All Black Dan Carter no jogo corrido. Mas a execução de chutes e a frieza de Carter podem falar mais alto na sua primeira decisão. Neste Mundial, Carter já passou o All Black Grant Fox como maior pontuador neozelandês em Copas. Will Genia (#9 australiano) está muito bem na condução do jogo, mas o All Black Aaron Smith é mais decisivo.

Centros: Nova Zelândia. A dúvida se o brilhante camisa 12 australiano Matt Giteau estará 100% para a final, deixa a dupla Ma’a Nonu e Conrad Smith com leve vantagem. Com todos inteiros, é uma área muito equilibrada, que pode definir o jogo.

Pontas e fullback: Austrália. Ok, Julian Savea é o artilheiro da Copa, Nehe Milner-Skudder deve ser eleito a revelação e Ben Smith fecha o trio All Black com segurança e domínio do jogo. Mas Drew Mitchell e Adam Ashley-Cooper parecem mais aptos e sedentos para definir um jogo dessa grandeza, desde que Israel Folau (#15) se recupere bem para a final. Outra área decisiva e de extremo equilíbrio.

Banco de reservas: Nova Zelândia. A Austrália tem boas opções, mas não se igualam a intensidade que os suplentes dos All Blacks têm colocado em campo.

Sonny Bill Williams é uma das grandes armas dos All Blacks no banco de reservas. Créditos: Getty Images

Sonny Bill Williams é uma das grandes armas dos All Blacks no banco de reservas. Créditos: Getty Images


Meninas do rúgbi trocam pré-temporada por viagem com direito a rafting
Comentários Comente

UOL Esporte

rafting2Depois de 30 dias de férias, as meninas que compõem a seleção brasileira de rúgbi iniciaram sua pré-temporada. Só que o treinador Chris Neill decidiu trocar o trabalho pesado, a concentração e o desgaste característicos do período por uma viagem ao interior de São Paulo, com direito a rafting e atividades em grupo em uma fazenda isolada.

A ideia do neozelandês que comanda o time brasileiro foi unir as meninas e desenvolver qualidades extracampo como liderança e espírito de equipe. Elas passaram quatro dias em uma fazenda em Juquitiba, no interior de São Paulo, para dar o pontapé inicial da temporada olímpica.

Por ser o país-sede, o Brasil está garantido na disputa da Rio-2016 na estreia do rúgbi seven no programa olímpico tanto no feminino quanto no masculino.

rafting1


Existe o Pelé do rúgbi? Sim, e está na final do Mundial
Comentários Comente

UOL Esporte

(Créditos: Gabriel Bouys/AFP Photo)

(Créditos: Gabriel Bouys/AFP Photo)

Artigo escrito por Werner Grau
Vice-presidente da Confederação Brasileira de Rugby

Nossa cultura futebolística leva a um vício: sempre comparamos os outros esportes com o futebol.

Não é diferente com o rúgbi. Quando digo às pessoas que jogo rúgbi e atuo na organização do esporte no Brasil, sempre vem a pergunta inevitável: quem é o Pelé do rúgbi?

Bom, o rúgbi é, na essência, um esporte coletivo em que todo mundo ataca e todo mundo defende. OK, diz o interlocutor, mas tem um Pelé?

Lembro-me dos anos 1980, segunda metade, em que se dizia que Serge Blanco, um venezuelano criado na França, em cuja seleção se notabilizou, era indicado, por alguns, como o Pelé do rúgbi. Blanco tinha habilidade incrível, e sabia achar espaços no campo como poucos. Mas isso não fez dele o correspondente, no rúgbi, ao nosso Pelé. Porque o rúgbi, pelas suas características absolutamente coletivas, de construção conjunta do jogo, não tem espaço bastante para um atleta brilhar tanto mais do que os outros, a ponto de se tornar o atleta insubstituível. No rúgbi, o conjunto se destaca, porque, sem ele, não há equipe que vença.

Mas, ainda que em escala muito reduzida, há similaridade entre o camisa dez clássico do futebol, aquele que, no Brasil, já vai tempo que não temos (vi um dos últimos da espécie brilhar, o fenomenal Zico), habilidoso e responsável pela armação de jogadas, municiando o ataque e, muitas vezes, transformando-se ele mesmo no aríete que vaza as barricadas adversárias, e o camisa dez do rúgbi, aquele atleta cuja posição denominamos, comm razão, de abertura.

Um time de rúgbi divide seus quinze jogadores em forwards (ou avançados, tradução que se adotou em Portugal e começa a vingar no Brasil), que são oito jogadores que jogam mais compactos, e buscam obter a posse de bola para a equipe, e três-quartos (ou, como se costumava dizer por aqui, os “linhas” ou “jogadores de linha”, que são sete atletas mais rápidos e ágeis – um dia, já foram também mais leves, o que hoje nem sempre é verdade), cuja função é, tendo a bola em mãos, usar de seus predicados para ganhar território e, idealmente, levá-la até a linha de fundo e cravá-la no in-goal (o try, ou o gol do rúgbi).

Desses sete jogadores, destacam-se pela função de ligação/distribuição do jogo os atletas que usam as camisas 9 e 10, o primeiro ligando os avançados aos três-quartos, e o segundo, o camisa dez (o abertura, como destacado acima), responsável por pensar e distribuir o jogo. Ou seja, um armador.

O abertura clássico deve ser ágil, habilidoso, rápido, saber jogar com as mãos e com os pés, e deve ter visão ampla a clara do jogo. Havendo faltas mais graves, que tem por resultado a possibilidade de um chute para três pontos (os penais, em que o jogador pode decidir por chutar a bola no vão superior do “H”, para marcar três pontos), cabe na maior parte das equipes ao abertura executá-lo (seria mais ou menos como ver o Zico bater faltas perto da área do adversário e pênaltis).

Assim, a semelhança é clara. E, assim como no futebol, o rúgbi vive uma fase de poucos aberturas realmente acima da média.

As quatro seleções que se classificaram às semi-finais (escrevo horas antes do primeiro jogo das semi) têm, com alguma variação, aberturas que estão mostrando qualidade extrema, ou prometem no futuro destacar-se. Dan Carter, dos All Blacks, dispensa comentários, apesar de ser titular só porque o Aaron Cruden se machucou às vésperas do Mundial; o australiano Bernard Foley, que eu criticava até pouco tempo, mostrou, especialmente contra Inglaterra, que fez bem o técnico australiano (Michael Cheika) em deixar Quaid Cooper (por muitos havido como grande destaque australiano na posição) de fora; Nico Sanchez, o Puma que não conhece a expressão “bola perdida”, faz Mundial soberbo; e Handre Pollard, o garoto que ganhou vaga pouco tempo antes do Mundial na África do Sul, se não brilhou em todos os jogos, demonstrou segurança.

No entanto, quando se olha para as 20 seleções que já saíram da Copa, são poucos os aberturas que realmente jogaram acima da média. Dan Biggar, de Gales, fez um Mundial incrível, e nem a Macarena que dança para bater penais, que parece uma crise de TOC, o desqualifica. Na Escócia, Finn Russell foi o responsável por uma equipe com mais jogadas e criatividade, algo que seus antecessores recentes não conseguiram fazer. E, por fim, Jhonny Sexton, de Gales, não fez Mundial incrível, mas é de notória qualidade.

Os demais, todos, têm nível bem mais baixo. Alguns, como os que passaram pela posição na seleção italiana, antes e durante a Copa, são de desanimar! Erram chutes fáceis, tomam decisões erradas, fazem o time recuar ao invés de avançar. E, quando isso acontece, é impossível ganhar, afirmação que prova uma regra bárbara do rúgbi: nenhum jogador vence uma partida sozinho; mas qualquer jogador de um time, em um dia muito ruim, pode levar sua equipe à derrota.

Joguei, por alguns meses, com um abertura assim: ele chutava quando deveria jogar com as mãos, e vice-versa, e tomava sempre as piores decisões em campo. Acho que nunca corri tanto quanto nesses meses, sempre atrás dos adversários…

Ou seja: tem camisa 10 no rúgbi, muito semelhante ao 10 do futebol. Mas não houve nem haverá um Pelé, mas um conjunto de jogadores que, somados, podem gerar o que corresponderia a um Pelé coletivo. E esse Pelé coletivo, pelo que se viu nas quartas de final do Mundial, atende pelo nome de All Blacks.

Tags : rúgbi


Astro do rúgbi sofre contusão grave e faz piada
Comentários Comente

UOL Esporte


Census Johnston já tem fantasia garantida para o Halloween. O jogador de rúgbi do Stade Toulousain sofreu uma grave contusão no olho durante partida contra o Union Bordeaux-Begles e terá que ficar afastado do campeonato nacional.

Em sua conta oficial no Twitter, o samoano compartilhou a imagem do ferimento, que o deixou com o olho muito inchado, e brincou: “Halloween adiantado. Hora de descansar”. A legenda também tem emoticons de pandas – referência ao olho roxo –  e abóboras – alusão ao Dia das Bruxas, comemorado no dia 31 de deste mês.

Johnston terá que passar por uma cirurgia e, além de ficar afastado do campeonato francês, não conseguirá participar dos primeiros jogos da Copa da Europa.


All Blacks x África do Sul: Rivalidade e aposta de cerveja revelam grandeza
Comentários Comente

UOL Esporte

Por Bruno Romano

Foto: Gallo Images/Getty Images

Foto: Gallo Images/Getty Images

(Último duelo entre as potências, em julho, teve vitória apertada dos All Blacks: 27-20)

Ninguém discute que os All Blacks são o melhor time do rúgbi moderno – se preferir, do último século também. Alguns até definem como a equipe mais dominante do planeta, levando em conta todos os esportes. A declaração do treinador sul-africano Heineke Meyer, nesta semana prévia a semifinal do sábado, já serve como um bom parâmetro. Ele cravou o elenco atual neozelandês como o melhor time da história do rúgbi. Se os homens de preto de fato atingiram este nível, eles devem parte deste sucesso aos Springboks.

Ninguém faz mais frente à Nova Zelândia do que os sul-africanos. Enquanto as estatísticas comprovam – a porcentagem de vitória (41%) é maior do qualquer outra equipe – o fascínio dos fãs de rúgbi ajudam a bater este martelo. Quem pensa em perder a primeira semifinal do Mundial 2015? E quem ousa não acreditar que, mesmo com o grande favoritismo All Black, os Boks podem surpreender?

Para começar a entender como o rúgbi é mais do que um esporte em ambos os países, coloque em um campo a devoção, o esforço e a história dessas duas equipes. Nessa eterna e apaixonante busca pela excelência, All Blacks e Springboks seguem elevando o nível. O Mundial só potencializa a intensidade dessa rivalidade, que pode ser traduzida em evolução (dos times e do esporte).

Aliás, a própria arrancada dos neozelandeses rumo ao topo do mundo, desde que o rúgbi virou profissional em 1995, começou com uma grande derrota para os Boks.

Neste mesmo ano, depois de um longo boicote do rúgbi internacional (devido ao período de Apartheid), a África do Sul marcou era e venceu seu primeiro mundial em casa, batendo os já poderosos All Blacks. Os neozelandeses só foram conquistar sua segunda Copa do Mundo em 2011.

Neste meio de caminho, outra derrota para os Boks devastou os All Blacks em 2004, em Johanesburgo. De longe, pode parecer apenas um placar ruim (40-26), mas fora de campo foi devastador.

O rúgbi tinha virado profissional, mas alguns (maus) hábitos da era amadora eram notáveis. O treinador Graham Henry – mesmo que comandou o último título mundial – criou um novo grupo de liderança de jogadores, recuperou a conexão maori (ali veio à tona um novo haka, o Kapa O Pango), e estabeleceu uma nova ordem. Fez os All Blacks entenderem que precisavam merecer o privilégio de estar ali. Desde então, a porcentagem de vitória do time subiu de 75% para 85%.

Não é que os All Blacks viraram “anjos” da noite para o dia – Israel Dagg e Cory Jane foram pegos bebendo a 72 horas das quartas-de-final em 2011. Mas os erros passaram a ser vistos de outra forma, assim como ganharam novas soluções, baseadas em comportamento e méritos.

Mais do que isso, aos poucos, as medidas fora de campo se refletiram dentro dele, respeitando a mística All Black, mas sem perder as oportunidades de celebrar.

A própria história de grande rivalidade e amizade dos atuais treinadores envolve uma cerveja pós-jogo. O sul-africano Heineke Meyer revelou, às vésperas da partida decisiva deste sábado, como começou sua boa relação com o head coach dos All Blacks Steve Hansen.

“Depois de um jogo que nós perdemos, eu estava muito mal. Eu nem conhecia direto Steve, mas ele chegou e trouxe uma cerveja, dizendo que sabia como eu me sentia, tamanha a pressão que os dois lados estavam enfrentando”.

“Isso é o mais incrível do rúgbi, e eu respeito muito aquela atitude”, continuou Heineke. “No jogo seguinte, nós chegamos perto da vitória, mas acabamos perdendo de novo, e lá veio ele, me procurando para oferecer outra cerveja”.

“Falamos da tradição do rúgbi, da pressão de defender países como os nossos, e até das nossas famílias. Acabei conhecendo a família dele e ele a minha”, contou o comandante dos Boks.

“Mais do que essa amizade, hoje em dia nós aprendemos um com o outro. Temos um profundo respeito pelo jogo, queremos melhorar ainda mais nosso nível, e essa competição feroz entre nos só nos leva a adiante”.

“Depois daquela segunda bebida, eu disse para o Steve: não vejo a hora de chegar o dia em que eu vou te pagar. Aí começou a tradição: quem ganha oferece uma. Espero que neste sábado, após o jogo, eu possa levar para ele uma cerveja bem grande”.

Foto: Phil Walter/Getty Images

Foto: Phil Walter/Getty Images

(Heineke Meyer, à esquerda, e Steve Hansen se cumprimentam após vitória neozelandesa em 2014)


Time de rúgbi da África do Sul visita Chelsea e tamanho assusta Diego Costa
Comentários Comente

UOL Esporte

O atacante Diego Costa levou um susto no treino do Chelsea nesta quinta-feira (22). Durante a atividade, os jogadores de rúgbi da África do Sul apareceram para uma visita, e o tamanho dos atletas assustou o brasileiro naturalizado espanhol.

A seleção da África do Sul está na Inglaterra por causa da disputa da Copa do Mundo de rúgbi. A equipe enfrentará a Nova Zelândia na semifinal do torneio, que acontecerá no sábado, dia 24 de outubro.


Sinal de alerta, lesões e longo jejum rondam a Austrália antes da semi
Comentários Comente

UOL Esporte

Por Bruno Romano

Foto: Dan Mullan/Getty Images

Foto: Dan Mullan/Getty Images

(FOCO: o capitão australiano Stephen Moore lidera os Wallabies às vésperas da decisão)

A Austrália começou com tudo o Mundial: superou o grupo da morte, eliminou a Inglaterra e despontou como a seleção mais “afiada” do torneio. Mas a perda de dois jogadores chave (David Pocock e Israel Folau) e um duelo quase trágico contra a Escócia nas quartas-de-final levantou suspeita.

Some a isso a força da Argentina – embalada, perigosa e sem nada a perder – e vai entender o tamanho da missão dos australianos no próximo domingo pela segunda semifinal desta Copa.

Durante a semana, atletas e treinadores fizeram questão de deixar claro que a confiança está em dia. O camisa 9 Will Genia, principal articulador da equipe, chegou a dizer que a partida apertada contra a Escócia é “irrelevante” agora.

O problema é que a classificação sofrida escancarou falhas defensivas – e ainda deixou claro como Pocock e Folau fazem falta. O camisa 8 (talvez o melhor forward do torneio até agora) e o fullback lutam para se recuperarem de lesão a tempo de entrarem na lista de titulares desta sexta-feira. O pilar Scott Sio também é dúvida.

Pocock e Folau não são apenas brilhantes individualmente como fazem parte da “espinha dorsal” do time. Os camisas 2, 8, 9, 10 e 15 carregam funções chave em uma equipe de rúgbi, e acabam sendo responsáveis por alicerçar várias áreas do jogo. Repare que essas posições não possuem pares em campo, ao contrário do que acontece com pilares (#1 e #3), segundas-linhas (#4 e #5), asas (#6 e #7), centros (#12 e #13) e pontas (#11 e #14), que têm “espelhos” para dividir o trabalho (e a responsabilidade) no gramado.

Além da dúvida dos lesionados, os Wallabies têm um pequeno tabu a quebrar. Das quatro seleções campeãs mundiais – Nova Zelândia, África do Sul e Inglaterra também levantaram o caneco –, a Austrália é a que não vence a Copa há mais tempo. São 16 anos desde o título de 1999, tempo em que o rúgbi mudou de forma mais rápida na história.

Desde então, os Wallabies chegaram a uma final (2003), foram eliminados nas quartas (2007) e caíram nas semis (2011) contra a atual campeã Nova Zelândia. Das sete Copas disputadas até hoje, a Austrália faturou dois títulos e estive em cinco semifinais (das quais passaram por três).

Não dar crédito aos Wallabies é loucura. Até por que o retrospecto direto contra os Pumas nos últimos 15 anos é de 10 vitórias nos últimos 11 jogos.

O último triunfo argentino aconteceu no Rugby Championship de 2014, em Mendoza. Detalhe: os Pumas contornaram um resultado de 14-0 para vencer. Historicamente, a chance de uma virada dessa acontecer em mundiais é bem pequena. Em apenas 4,3 % das partidas disputadas em Copas do Mundo uma seleção conseguiu reverter uma diferença igual ou maior do que 10 pontos. Em mata-mata a porcentagem sobe, mas pouco: 5,6%.

Se o placar ficar equilibrado, o sonho dos Pumas não vai parecer delírio – e o pesadelo dos Wallabies pode virar realidade. Do Mundial de 2011 para cá, a Argentina aprendeu de vez a vencer jogos grandiosos. O manejo de jogo (estratégia, decisão e execução) dos Pumas evoluiu de forma impressionante, a ponto de quase de igualarem suas chances contra os Wallabies nesta semifinal.

Eles também aprenderam a ser mortais em cima dos pontos fracos dos adversários. Apenas se Pocock e Folau voltarem, a balança volta a ficar mais pesada para o lado australiano. Caso contrário, tudo está em aberto.

Foto: Dan Mullan/Getty Images

Foto: Dan Mullan/Getty Images

(Oitavo australiano David Pocock faz de tudo para se recuperar para a semifinal)


Mundial de rúgbi: uma grande festa com a rivalidade na medida certa
Comentários Comente

UOL Esporte

Artigo escrito por Werner Grau
Vice-presidente da Confederação Brasileira de Rugby

O Mundial de rúgbi está sendo realizado na Inglaterra. Logo na primeira semana, após o jogo de abertura no majestoso estádio de Twickenham, foram realizadas partidas nos estádios de Wembley e Olímpico, em Londres, e em cidades como Brighton (aquela imortalizada pelo Queen em Brighton Rock).

Mas a maior parte dos jogos aconteceu em Londres, uma cidade tão grande, e dotada de vida tão própria, que o Mundial não alterou sua rotina. Como disse minha filha, o Mundial de 2011, concentrado em Auckland, parou a cidade (na verdade, o país, já que o rúgbi, na Nova Zelândia, é quase uma religião), enquanto, em Londres, não se viu algo parecido, o que reduz um pouco a mística do torneio.

Mas não só de Inglaterra vive este Mundial. Alguns jogos, importantes, foram realizados na belíssima Cardiff, no País de Gales. Aqui, como em Auckland, o mundo parece girar em torno do rúgbi, a começar pela bola gigante “encaixada” na amurada do Castelo de Cardiff.

A localização do estádio também ajuda, porque o gigantesco Millenium Stadium fica encravado na cidade, tendo em uma face o Rio Taff, que cruza Cardiff, e em outra uma das ruas principais da cidade, coalhada de pubs e restaurantes (mais pubs do que restaurantes) estrategicamente localizados em frente ao estádio.

Esse cenário alonga e transforma o espetáculo, que já não se restringe ao lado de dentro do estádio, passando a ocupar todo o dia quando se joga às oito da noite, como foi o caso de Nova Zelândia X França, pelas quartas de final  do torneio.

Desde cedo, o entorno do estádio acumulava torcedores. E, aqui, dois fatos inusitados para quem está acostumado às facções do futebol: primeiro, a mistura de neozelandeses e franceses, somados a irlandeses e argentinos, bem como galeses e sul-africanos (que foram aos pubs assistir Gales e África do Sul, que se enfrentaram em Londres). Tudo na mais alta harmonia e respeito. As rivalidades ficam para o campo, exclusivamente.

O segundo fato inusitado é a forma de se vestir dos torcedores. Os irlandeses, quando não estão vestidos de leprechaun (duendes), trajam ternos verdes, com trevos de quatro folhas em destaque; os franceses, sempre tricolores, vestem-se de Asterix, de Obelix, ou simplesmente pintam-se nas cores de seu país. Argentino, barulhentos, “vestem” a bandeira do país, enquanto somente os neozelandeses mantêm o preto nas camisas de sua seleção e comportam-se de forma mais comedida.

Nessa grande festa, ganha o esporte, que tem rivalidades na medida certa – exclusivamente no campo, e durante o jogo – e o respeito como centro, e os torcedores, que chegam à região doe estádio horas antes do jogo, e podem se divertir com segurança e tranquilidade.

Cardiff, menor do que Londres, e com esse desenho em que o estádio é abraçado pela cidade, contribui para um ambiente excepcional. Respirando rúgbi, fomos ao Castelo de Cardiff e, enquanto visitávamos o lugar, ouvíamos os argentinos e irlandeses cantando, e os franceses entoando hinos.

Ao final de um jogo eletrizante, voltam todos aos pubs, agora para debater o que se viu em campo. E, em nossa mesa, sentam-se pessoas de oito países distintos, para uma conversa em que, ao final, só duas regras valem: o tema tem de ser rúgbi; e, em qualquer hipótese, somos todos amigos, pouco importando quem ganhou ou perdeu, mas valendo a vontade de conversar sobre esse esporte que, se ainda não te pegou, vai te cativar em breve.

Cardiff pode não ser a principal cidade dos jogos deste Mundial. Mas merece, sem dúvida, o título de capital do rúgbi; ou, se preferirem, a Jóia da Coroa.

 


Por que os All Blacks são uma máquina de fazer tries?
Comentários Comente

UOL Esporte

Por Bruno Romano

Foto: LOIC VENANCE/AFP

Foto: LOIC VENANCE/AFP

(Artilheiro: em seu primeiro Mundial, o neozelandês Julian Savea já anotou oito tries)

Você nem precisa ser um grande fã de rúgbi para perceber como é difícil vencer os All Blacks. Mas já parou para pensar no tamanho da encrenca que é tentar barrar um deles? O físico neozelandês (e fã de rúgbi) Geoff Willmott ficou tão curioso que decidiu medir o impacto. Ele escolheu, claro, o ponta Julian Savea, artilheiro deste Mundial 2015 e autor de três tries contra a França nas quartas-de-final.

Aos 25 anos e com 112 kg, Savea atingiu a marca de 7,5 metros por segundo em seu terceiro try, gerando uma energia cinética equivalente a um ônibus de três toneladas se movendo a 3 km/h. Segundo Willmott, em entrevista ao portal neozelandês stuff.co.nz, seria preciso aplicar a força de 300 newtons durante três segundos, para detê-lo.

Para comparar o que isso significa na prática, se colocar uma pessoa “normal”, de 75 kg, na frente de um Savea embalado, o sujeito será lançado, durante meio segundo, para finalmente cair cinco metros à frente.

Acontece que Savea é só a “cereja do bolo” de uma engrenagem poderosa. Os All Blacks já anotaram 236 pontos e 34 tries – nove deles contra a França – em cinco jogos desta Copa, garantindo o melhor ataque da competição até aqui. Para entender o que a África do Sul terá pela frente na semifinal do próximo sábado, fomos fundo nos pontos-chave desta máquina de fazer tries.

> A tese: A bola fica mais tempo com eles.

Chance de sucesso: Grande.

Os All Blacks ainda não perderam nenhum scrum nesta Copa – e também estão bem nas saídas de jogo e nos laterais. A média de erros com a bola em mãos é baixíssima: apenas 1,2 por jogo. Ou seja, a Nova Zelândia não apenas garante a posse de bola, mesmo quando há disputa, como sabe tratá-la muito bem.

O antídoto: Bons “pescadores” nos rucks (traduzindo: um defensor que busca a bola imediatamente após um atleta ser derrubado), alguma ousadia nas saídas de jogo e um bom estudo das jogadas de laterais.

> A tese: No jogo aberto, eles são tão rápidos e dinâmicos que nem sempre há posições definidas.

Chance de sucesso: Altíssima.

Se fosse preciso apontar a maior virtude dos All Blacks, provavelmente seria essa: os neozelandeses são capazes de cumprir várias funções, não importando o número da camisa. Acha pouco? Bom, tente segurá-los fazendo isso por 80 minutos seguidos. Em outras palavras, todos eles têm técnica, velocidade e visão tática para armar uma jogada ou definir uma bola de ataque.

O antídoto: Comunicação, organização e coordenação defensiva. Além disso, é fundamental comprometer o mínimo possível de jogadores nos lances de contato.

> A tese: Os contra-ataques são fatais.

Chance de sucesso: Considerável.

Tudo que os All Blacks fazem visa desorganizar a defesa adversária. Quando conseguem, pontuam. Mas quando ela já está naturalmente desorganizada, como em um contra-ataque, eles fazem uma rápida leitura de terreno e avançam com força máxima no espaço que se abriu. Some a isso as atuações incríveis neste Mundial dos pontas Julian Savea e Milner-Skudder e do fullback Ben Smith e terá um bom motivo para preocupação.

O antídoto: Caprichar no jogo de chutes táticos, sem espaço para erros. Fazer uma pressão perfeita (e em conjunto) após um chute. E, claro, tentar não perder bolas nos rucks e scrums.

> A tese: A experiência e o banco fazem a diferença.

Chance de sucesso: Razoável.

Cinco “centenários” fazem parte deste elenco All Black: os titulares Richie McCaw (146 jogos), Dan Carter (110) e Ma’a Nonu (101), além dos suplentes Keven Mealamu (130) e Tony Woodcock (118). O banco de reversas também tem atletas que seriam aproveitados como titulares na maioria das seleções do mundo. Dos gigantes e habilidosos Charlie Faumuina e Victor Vito, aos talentosos e decisivos Sonny Bill Williams e Beauden Barrett.

O antídoto: Confiar que a juventude também pode fazer estrago, sobretudo nos duelos dos centros e aberturas. Os sul-africanos Damian de Allende (#12) e Jesse Kriel (#13), de 23 e 21 anos, enfrentarão os All Blacks Ma’a Nonu (#12) e Conrad Smith (#13), com 33 e 34 anos. Já o explosivo abertura dos Boks, Handré Pollard, de 21 anos, tem pela frente o camisa 10 Dan Carter, de 33, maior pontuador da história do rúgbi.

> A tese: A ótima fase e o histórico devem pesar.

Chance de sucesso: Bem provável.

Imagine a força que vestir a camisa preta dos All Blacks te dá. Agora, tente imaginar também a pressão sentida ao colocar a “armadura”. O segredo do treinador Steve Hansen para equilibrar esta balança é mesclar trabalho duro com diversão. Se o ambiente é de estresse, isso se refletirá em campo. Mas se o deixa ser mais relaxado, sabendo dosar a hora de brincar com a hora de “ralar”, o negócio funciona bem, nas palavras do próprio Hansen. Durante a semana, ele também lembrou: “Você tem de se divertir… Qual é o sentido de estar ali em campo, se não estiver desfrutando?”. Suas 45 vitórias e apenas três derrotas e dois empates (90% de aproveitamento) desde que assumiu o posto há quatro anos falam por si só.

O antídoto: Começar o jogo com tudo – pressa não é sinônimo de velocidade –, jogando a pressão e a responsabilidade para o outro lado.

Foto: Phil Walter/Getty Images

Foto: Phil Walter/Getty Images

(Treinador Steve Hansen comanda trabalho dos All Blacks antes da semifinal)