Negociações obscuras e embates políticos deixam futuro do Super Rugby no ar
UOL Esporte
O Super Rugby pode ser o maior campeonato de clubes do planeta. Mas está difícil de cravar o formato ideal do torneio (além de fechar a conta no azul).
Para resolver acordos entre franquias de cinco países, sendo quatro continentes diferentes, dirigentes do alto escalão do torneio se reuniram nas últimas semanas em Londres com a missão de trazer uma solução. E até agora nada.
A ideia geral é encontrar equilíbrio entre custos, viagens e interesses comerciais. Convenhamos que não é fácil. E, para piorar, alguém vai ter que ceder.
Desde a inclusão da Argentina, com os Jaguares, e o Japão, com os Sunwolves, a competição passou a ter 18 equipes. A intenção é retomar um formato com apenas 15. Tudo indica que dois sul-africanos e um australiano fique pelo caminho, o que obviamente não agrada os países, ambos com tradição no mundo oval.
Acontece que a América do Sul, puxada pelo alto rendimento argentino e enorme potencial geral, e a Ásia, sede do Mundial 2019 e da Olimpíada 2020, são vistos como território chave no desenvolvimento do rúgbi (na parte financeira da história, leia-se: público e consumidores em potencial).
Dentro de campo, o Super Rugby segue como um expoente máximo de nível físico e técnico. Ainda que, fora dele, o difícil entendimento coletivo tenha se mostrado o oposto do que prega o próprio esporte. Sem falar, que atletas, treinadores e demais profissionais dos clubes tem pouco (ou quase nenhum) espaço para opinar.
O desgaste, caso siga se arrastando, pode começar a interferir negativamente nos gramados. Ao atrapalhar planejamentos dos times, sejam esportivos ou comerciais, abre-se também caminho para o êxodo de atletas, entre outras consequências.
Participar do Super Rugby ainda é sinônimo de altíssimo nível. Para que esta história continue como parte essencial da evolução do esporte, que os cartolas joguem um pouco de rúgbi e se entendam logo.