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Polêmica fusão de times de Paris é confirmada na França; jogadores em greve

UOL Esporte

Presidentes do Stade Français e Racing 92 anunciam união para próxima temporada. Foto: Divulgação/Rugby 92

Por Bruno Romano

Os rumores sobre a fusão do Stade Français e do Racing 92 chegaram ao fim. Os presidentes dos centenários clubes parisienses, Thomas Savaree e Jacky Lorenzetti, anunciaram a criação de um único time na próxima temporada formado por uma inédita (e bizarra) união.

Significa que os dois primeiros e também os dois últimos campeões franceses vão agora atuar com um mesmo uniforme. A decisão já provocou a greve dos atletas do Stade, com o capitão da equipe e jogador da seleção da França, Pascal Pape, exigindo o cancelamento da fusão.

Para os atletas, a medida implica de imediato reduzir um total de 90 jogadores (45 em cada elenco) pela metade. Segundo Lorenzetti, os principais critérios de decisão serão o mérito, a juventude e a possibilidade de servir a França.

Isso pode levar a despedida de vários estrangeiros, do porte do neozelandês Dan Carter, atual abertura do Racing 92, bicampeão mundial e três vezes eleito melhor jogador do mundo.

A corda fica ainda mais bamba para os gringos graças a uma recente decisão local que planeja excluir jogadores franceses que atuem no exterior da seleção do país.

Especialistas no rúgbi parisiense apostam que a união não apresenta em si um ato de desespero de dois clubes, mas sim uma forma estratégica de juntar forças e atingir um novo patamar, tanto esportivo como comercial.

Na prática, onde isso vai dar ainda é totalmente incerto. O anúncio de Savaree e Lorenzetti, longe de dar um ponto final à questão, deixa vários temas em aberto. Como o público vai reagir? Como fica a questão do estádio? Para onde vão os profissionais de várias áreas? E as categorias de base? Por aí vai…

O discurso oficial é bonito. Fala-se em manter as raízes dos dois clubes vivas, trazendo à luz uma nova equipe capaz de multiplicar forças e colocar tudo a serviço da juventude e do rúgbi francês. Fora das salas de reunião e longe dos microfones, ainda não se sabe ao certo o que isso quer dizer.