7 de novembro de 2016 – O Blog do Rúgbi http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br Um grupo de jornalistas está focado em buscar as melhores jogadas, os melhores tackles – e pancadas -, e os momentos mais emocionantes do mundo do rúgbi. Fri, 31 Mar 2017 17:31:54 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Irlanda rouba a cena, quebra tabu e derruba All Blacks pela primeira vez http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/11/07/irlanda-rouba-a-cena-quebra-tabu-e-derruba-all-blacks-pela-primeira-vez/ http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/11/07/irlanda-rouba-a-cena-quebra-tabu-e-derruba-all-blacks-pela-primeira-vez/#comments Mon, 07 Nov 2016 12:01:16 +0000 http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/?p=1920

Por Bruno Romano

A previsão era de show dos All Blacks, inédito e ao vivo, nos Estados Unidos. Mas quem deu o espetáculo foi a Irlanda, confiante e fatal em sua primeira vitória na história contra a seleção mais dominante do planeta.

Os 40-29 no placar do Soldier Field de Chicago, neste fim de semana, também marcou o fim da inédita sequência de 18 vitórias da Nova Zelândia – o mais novo feito da lista de recordes da única seleção tricampeã mundial.

Só que está não é a história da derrota All Black. É bem mais justo falar da empolgante e merecida vitória irlandesa.

Um time que jogou à la Irlanda quando preciso – explorando a base e o duelo tático de chutes, tudo em um ritmo mais cadenciado –, mas que também soube incorporar um estilo mais solto e agressivo, dando aos homens de preto um sabor do próprio veneno.

Nunca faltou qualidade à Irlanda para bater um gigante do tamanho da Nova Zelândia. Mas a sina de nunca ter vencido já trazia tanto peso para o campo que era difícil suportar. Desta vez, nem a possibilidade de perder parecia estar nos planos e nas mentes dos jogadores.

Só que, como no rúgbi não basta apenas vontade, a Irlanda até se apoiou na confiança, mas se guiou mesmo pelo trabalho em equipe, pela disciplina (mesclada na dose certa com ousadia) e pela postura corajosa frente a um rival mais forte.

As últimas “vítimas” dos All Blacks estavam caindo na mesma armadilha: jogavam de igual para igual até pelo menos metade do tempo. Sentiam o gosto de que podia ser “o seu dia”, no entanto, viravam alvo fácil quando pernas e cabeças, já exaustas, não respondiam tão bem.

A força mental All Black falava muito mais alto. Embalada pela excelência técnica individual e coletiva, dava uma energia extra bem acima da média. E lá estavam os neozelandeses celebrando mais um triunfo.

Desta vez a Irlanda abalou as estruturas. Dominou o placar e o território. Abriu vantagem suficiente para não sofrer a virada. E fez o que ninguém mais parecia ser capaz nestes tempos: terminou o jogo em ritmo alucinante, com poder de fogo para atacar e defender.

Foram protagonistas. Venceram os maiores do mundo sem deixar dúvidas. E só o fizeram por que foram capazes de vencer uma dura batalha interna. Ao acreditar no coletivo, não apenas bateram os All Blacks, como foram mais longe. Superaram a si mesmos. No fundo, a própria essência do rúgbi.

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Final do Super 8: Choro de craque, namorada sofrendo e presidente na galera http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/11/07/final-do-super-8-choro-de-craque-namorada-sofrendo-e-presidente-na-galera/ http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/11/07/final-do-super-8-choro-de-craque-namorada-sofrendo-e-presidente-na-galera/#respond Mon, 07 Nov 2016 08:00:28 +0000 http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/?p=1910

Por Bruno Freitas

Quem esteve no estádio do Canindé na tarde do último sábado teve o privilégio de acompanhar um momento histórico para o rúgbi brasileiro. Pela primeira vez na história da modalidade no país uma final acabou em uma disputa de “drop goal”, uma espécie de decisão por pênaltis. O impressionante equilíbrio entre Curitiba e Desterro só foi rompido no último chute, que veio do pé de um herói improvável da equipe paranaense.

Depois de 100 minutos de igualdade, com empate por 13 a 13 no tempo normal e na prorrogação, o jovem Leonardo de Souza apareceu como protagonista. O reserva do Curitiba entrou nos instantes finais do período extra e acabou ficando com o disparo decisivo, que selou o bicampeonato de Curitiba.

Desta forma, o jovem de 18 anos, natural da cidade de Toledo, atingiu o ápice de sua ainda breve relação com o rúgbi. Léo começou para valer no esporte em 2011, é fruto de um projeto que tem movimentado o rúgbi paranaense. Precocemente, já colocou seu nome na história da modalidade no país.

“Se eu chutei aquele drop e ganhei, foi por causa de todos os caras aqui. Eles aguentaram dois tempos, e dois tempos de 10 (minutos) ainda”, afirmou Léo após o título em São Paulo. “Eu só dei um chute, eles são heróis”, emendou o novato, repartindo o mérito com os companheiros.

A final de sábado, transmitida ao vivo pelo UOL, também registrou um momento especial para o argentino Chicho Nuñez, trazido do rúgbi de Tucumán para reforçar o Curitiba nesta temporada. Maior pontuador do campeonato, o estrangeiro desperdiçou uma conversão em chute na prorrogação, mas foi celebrado pelos companheiros após a partida. Ao fim, externou toda a emoção de ser campeão no Brasil.

“Hoje estou muito feliz, porque além de ser campeão fui o maior pontuador do torneio. É um gosto muito doce”, disse Chicho (na foto abaixo, à esquerda). “Quero agradecer muito a todo o Curitiba, que confiou em mim. À minha família, não sei se estão me vendo. À minha namorada. Estou muito feliz, e isso é para eles. Porque vim para isso e cumpri o objetivo. E sei que eles também estão muito felizes por mim”, acrescentou o jogador, com lágrimas nos olhos.

Este foi o segundo título do Curitiba desde 2014, sendo que os paranaenses estiveram nas finais das três últimas edições do Super 8. Assim, os Touros se firmam como uma nova referência para o rúgbi brasileiro.

Por sua vez, o Desterro vinha de uma campanha irretocável, com 13 vitórias em 14 partidas na fase inicial do torneio. Mais do que isso, os catarinenses haviam vencido os dois confrontos diretos prévios com Curitiba (24-21 e 31-8). Mesmo assim o favoritismo acabou virando equilíbrio no Canindé logo na primeira etapa.

A situação também esteve dividida nas arquibancadas do Canindé, com a bonita festa das torcidas. Lado a lado, os fãs paranaenses e catarinenses foram barulhentos e participativos durante toda a decisão. Na galera, presença de ex-atletas, entusiastas do esporte, de familiares, namoradas de jogadores e dirigentes das equipes.

Já com a noite paulistana caindo, o Curitiba festejou com o troféu em mãos. No entanto, os campeões talvez tenham recebido uma honra ainda maior com o gesto de reconhecimento dos jogadores do Desterro. Os catarinenses bateram palmas para os vencedores, esportivamente, e depois os atletas de ambos os times se reuniram para a indispensável foto para a posteridade. Em seguida, juntos, aos gritos, celebraram a força da região que ensaia um domínio no rúgbi brasileiro: “Sul, Sul, Sul!”.

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