Brasil dá sufoco em Fiji, mas sofre virada em dia de zebras no rúgbi
UOL Esporte
Por Bruno Romano
Depois da maior zebra do rúgbi olímpico até aqui, com o emergente Japão vencendo a tradicional Nova Zelândia nesta terça-feira (14-12), quase o Brasil repete a dose no primeiro dia de duelos masculinos no estádio de Deodoro.
Na estreia contra Fiji, favorita ao ouro na Rio-2016, nossa seleção masculina saiu na frente e chegou a dominar as ações, antes de assistir uma eletrizante virada.
Com o passar do tempo, os fijianos foram obrigados a acelerar o ritmo, e acabaram cravando um triunfo do tamanho do seu nível atual: 40-12. Logo no primeiro confronto do dia, a França já havia surpreendido a Austrália (31-14), dando o tom de um torneio que pode guardar ainda muitas surpresas.
Dentro de campo, a defesa ainda é o grande problema brasileiro. Falhas de comunicação e de tomadas de decisão acabam sendo crueis. Todo o ímpeto que o Brasil conquistou com o primeiro try de Felipe Claro, logo foi se apagando com erros que poderiam ter sido evitados.
Ainda que o lance do try mostre o melhor da seleção – uma mistura de agressividade, coragem e apoio – o jogo de forma geral escancara nossas deficiências: um time que ainda carece de entrosamento e que tem dificuldade em se sobressair nos lances de contato.
O que empolga em uma estreia com derrota de quase 30 pontos é a diferença de realidade entre os atletas. De um lado, os melhores jogadors do mundo do Sevens, com bons salários, alguns nos principais clubes europeus. Do outro, gente que não vive do rúgbi, mas para o rúgbi (e ainda se divide entre os duros treinos com atividades paralelas).
Não dá para mascarar que este time é apenas uma pequena mostra de alguns talentos que temos por aqui. O dia-a-dia do esporte nacional ainda está muitos degraus abaixo de seleções como Fiji. Nem por isso, o desempenho corajoso neste primeiro jogo não merece aplausos.
Na última bola, já com o tempo estourado, Gustavo Albuquerque ainda anotou nosso segundo try. A imagem de uma equipe que vai lutar até o fim, não importa contra quem e nem quando, parece que vai ser a marca desta seleção.