O Blog do Rúgbi

Europeus batem “gigantes” do sul e ensaiam despertar após vexame no Mundial

UOL Esporte

A enorme supremacia do hemisfério sul sobre o norte, que marcou o Mundial 2015, começa a mudar com os tradicionais duelos de rúgbi de junho – séries de jogos amistosos, mas cheias de relevância, que ascendem a chama do rúgbi de alto nível no planeta.

Enquanto Nova Zelândia e Argentina venceram Gales e Itália, duas seleções abaixo delas no ranking, Inglaterra e Irlanda superaram Austrália e África do Sul, duas equipes acima dos europeus na fiel tabela que ordena os “mais fortes” do rúgbi mundial.

A vitória irlandesa sobre os Springboks, aliás, foi a primeira da história do país jogando em território sul-africano.

Inglaterra e Irlanda podem surpreender ainda mais, já que disputam séries de três jogos com seus rivais. No fim de semana que vem, atuam em casa e podem para cravar 2-0 em vitórias.

Os placares deste fim de semana mostram que, pouco tempo após a Copa de 2015, duas seleções do famoso trio de ferro do rúgbi parecem não estar tão a frente assim das demais. Só a Nova Zelândia manteve o bom retrospecto, ainda que tenha suado para bater Gales, mesmo jogando em Auckland.

Já a Argentina cava seu espaço ainda mais perto do topo do ranking, e se mostra em um bom caminho, mas também superou com dificuldades uma valente e renovada Itália.

Cobrar resultados da turma do norte é um tema complicado nesta época do ano. Não custa lembrar que torneios como o Super Rugby obrigam os atletas do sul a estarem voando baixo. Por outro lado, os europeus vivem o fim de temporada.

São merecidas férias, para quem joga apenas no seu clube, após exigentes torneios locais e continentais. Tirando a França, claro, com seu interminável Top 14 – um capítulo a parte que merece outra discussão.

Se os “gigantes do sul” ainda estão tão acima em performance na hora mais intensa de decisão, só o fim desta série vai nos ajudar a decifrar.

O que já fica claro é que o Mundial já serviu como uma boa e dolorosa lição para os rivais do norte, pensando em estilo de jogo, preparação e competitividade – o despertar ainda precisa se mostrar mais consistente, mas parece ser uma realidade.

Por Bruno Romano