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“Novo calendário global mudaria para sempre o rúgbi”, diz lenda do esporte

UOL Esporte

Brian O'Driscoll marca um try pelos British and Irish Lions em 2013 (David Gray/Reuters)

Brian O'Driscoll marca um try pelos British and Irish Lions em 2013 (David Gray/Reuters)

Com 15 anos de seleção nas costas, o irlandês Brian O'Driscoll tem conhecimento suficiente para palpitar sobre o mundo do rúgbi competitivo. Somando 141 partidas internacionais, entre 1999 e 2014 pela Irlanda e pelos British & Irish Lions, um dos melhores centros de todos os tempos comentou, em entrevista à World Rugby nesta semana, que um novo calendário global poderia ter um efeito extremamente positivo para o rúgbi.

''No mundo perfeito, o hemisfério norte jogaria com condições melhores, o que interfere diretamente nos duelos'', defende O'Driscoll, segundo atleta do planeta com mais partidas internacionais na carreira, atrás apenas do neozelandês Richie McCaw.

Para o irlandês, não apenas os atletas gostam mais de jogar em gramados secos e dias melhores, como estes fatores se refletem diretamente em partidas de mais qualidade. A crítica vale sobretudo para os meses de inverno em que o rúgbi é comumente jogado na Europa.

''A questão de acertar este calendário é que um dos dois lados, em algum momento, vai ter de abrir mão ou até dobrar uma temporada'', analisa O'Driscoll, sobre o que seria uma inédita mudança envolvendo competições de clubes dos dois hemisférios.

O ex-jogador ainda comentou sobre as remotas chances de a Irlanda conseguir a última vaga disponível para o Sevens nos Jogos Olímpícos do Rio. A confirmação se dará em uma repescagem mundial, neste mês de junho.

Como não faz parte do Reino Unido, a equipe disputará a oportunidade a parte. Atletas da Inglaterra, Escócia e País de Gales formarão  um time da Grã-Bretanha, já classificado para os Jogos.

''Ainda temos um longo caminho para sermos competitivos no alto nível do Sevens'', diz O'Driscoll. ''Nossos recursos ainda são voltados para o XV, grande força do país'', completa.

''Assistindo aos jogos e conversando com caras como Brian Habana [sul-africano que trocou o XV para Sevens em busca de vaga olímpica] você percebe que o nível de expertise  é muito alto'', analisa.

''É por isso que ótimo jogadores do rúgbi XV têm tido dificuldades, já que não dá para conseguir sucesso em um outro tipo de jogo de um dia para o outro. A única certeza que fica é que o Sevens é extramente exigente para o atleta, além de um jogo de tirar o fôlego'', finaliza.