Detentos são liberados para jogar rúgbi em projeto pioneiro na Venezuela
UOL Esporte
A fazenda Santa Teresa, na Venezuela, é reconhecida mundialmente pela sua produção de rum. Mas uma iniciativa pioneira na empresa, que usa o rúgbi como ferramenta de desenvolvimento social, chama bastante atenção.
É o “Proyeto Alcatraz”, realizado na cidade de Revenga e responsável por levar o esporte para presidiários da região, ajudando a amenizar diversos conflitos sociais e políticos do pedaço.
Internos do centro presidiário Aragua e da prisão de Tocorón são liberados de suas celas apenas para jogar rúgbi. O projeto também se estendeu nos últimos anos para atender jovens da área, propensos a atividades ilícitas.
Na prática, a iniciativa tem proporcionado uma luz no fim do túnel para muita gente. E tem transformado antigos rivais de gangues em companheiros de time.
A ideia é do venezuelano Alberto Vollmer, executivo da Ron Santa Teresa, presidente do projeto Alcatraz e ex-jogador de rugby. Para ele, o esporte ensina o trabalho em equipe e é uma ótima forma de canalizar e dissipar tanta energia, força e agressividade, seguindo as regras e os objetivos claros do jogo de rúgbi.
O Alcatraz também já ajudou a dar trabalho para ex-detentos. Atualmente, eles entram em um programa de três meses de serviço e treino de rúgbi nas montanhas da fazenda. Em caso de bom desempenho, ganham a oportunidade de conseguir um trabalho remunerado.
Detentos que já passaram pelo processo completo têm se mantidos focados no rúgbi fora da prisão. Um novo time local já foi formado com base nas parcerias feitas dentro do projeto.
Em 2015, o Alcatraz Rugby Club venceu o principal torneio de clubes de Venezuela. Neste ano, o time tem entrado em campo como atual campeão nacional, mandando seus jogos no mesmo gramado que deu luz ao projeto na fazenda Santa Tereza.
Por Bruno Romano