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Brasil encara seu maior desafio antes da Olimpíada no HK Sevens

UOL Esporte

Por Bruno Romano

Não fosse a Olimpíada, o Hong Kong Sevens seria de longe o torneio mais importante do ano. A edição 2016 do evento acontece nos próximos três dias, reunindo a nata do Sevens. Ou seja, 28 seleções, 16 delas jogando o campeonato principal e 12 duelando em um classificatório, entre elas o Brasil.

Os Tupis brasileiros lutarão por uma vaga na elite da próxima temporada. Para isso será preciso vencer o torneio paralelo, que conta com várias potências emergentes na modalidade olímpica do rúgbi.

Na última temporada, a vaga definitiva na “primeira divisão” ficou com a Rússia, em uma emocionante final contra o Zimbábue (veja no vídeo).

Classificação à parte, a oportunidade é excelente para testar o time brasileiro. A quatro meses do Rio 2016, Hong Kong receberá as 11 seleções já classificadas para a Olimpíada e mais 11 das 16 equipes que lutam pela última vaga nos Jogos (que vai sair em uma repescagem mundial no fim de junho).

Na última chance que teve de atuar no maior palco do rúgbi Sevens, na etapa do Canadá, em março, o Brasil mostrou evolução, ainda que tenha caído contra seleções fixas do circuito.

“Este torneio no Canadá nos mostrou que somos capazes de jogar a um nível mais próximo do alto escalão mundial se seguirmos o planejamento de jogo e ajustarmos alguns detalhes”, conta Felipe Claro, o Alemão, um dos 12 convocados para defender os Tupis em Hong Kong.

“Nosso objetivo é ganhar a vaga para nos estabelecermos como equipe permanente no Circuito Mundial”, defende Alemão, deixando claro que, para os jogadores, a participação deve ser mais do que um teste para o Rio 2016.

Na última tentativa de conquistar a vaga, o Brasil venceu o anfitrião Hong Kong e o México na fase de grupos, antes de ser eliminado pelo Zimbábue nas quartas de final. Este ano, o desafio já começa bem disputado na fase de grupos com Japão, Tonga e Marrocos no caminho (os dois primeiros prometem duelos bem difíceis).

A estreia será contra os japoneses às 2h da manhã desta quinta para sexta-feira. “A seleção fez mais treinos juntos desta vez, estamos mais alinhados, mais concisos e com um entrosamento muito melhor”, garante Alemão. “Não pensamos muito no tamanho do evento, e temos deixado as distrações de lado. O time está muito mais maduro e profissional”, completa o jogador.

Disputado desde 1976, o Hong Kong Sevens é bem mais antigo que o próprio Circuito Mundial (jogado desde a temporada 1999-2000). E, de fato, está cheio de “distrações”.

São esperados 120 mil torcedores nos três dias de evento. “Medindo de todas as formas possíveis, este será o maior e melhor torneio da história do Circuito”, aposta Douglas Langley, diretor de torneios e eventos da World Rugby.

Por mais que seja seu trabalho promover o que faz, Douglas deve estar certo. Ele e todo o mundo do rúgbi estarão de olho no que o lendário Hong Kong Sevens vai mostrar desta vez.

A Rússia venceu o torneio classificatório em 2015 e ganhou vaga na elite do Sevens (Foto: World Rugby)

A Rússia venceu o torneio classificatório em 2015 e ganhou vaga na elite do Sevens
(Foto: World Rugby)