Brasil dá show de garra contra Uruguai e espanta fama de ‘saco de pancadas’
UOL Esporte
Podem até dizer que os Tupis deixaram escapar a vitória contra os Teros uruguaios. Mas, na essência do rúgbi, a seleção brasileira saiu vitoriosa da Arena Barueri na noite da última sexta, mesmo com o placar de 33-29 para os visitantes, depois de dominar grande parte do duelo.
Contra um adversário melhor – pelo ranking, pela história e pelo embalo de ter jogado o Mundial 2015 – os brasileiros mostraram qualidade, acreditaram na proposta de jogo e na doação coletiva.
É mais: ganharam confiança para seguir no Americas Rugby Championship sem a incômoda previsão de ser simplesmente o “saco de pancadas” do torneio.
Mesmo que os próximos adversários sejam até mais fortes (Canadá, EUA e Argentina), os bons desempenhos contra Chile e Uruguai dão mais tranquilidade para a seleção seguir seu nítido rumo de evolução.
Diante dos Teros, o Brasil pontuou quando chegou ao campo de ataque. Fez um bom jogo de chutes. Não se desesperou contra uma equipe mais experiente. E foi inteligente ao colocar poucos jogadores nas disputas de bola, se espalhando na defesa, repleta de ótimos tackles.
Mas a hora é de crescer, não de se iludir. E de trabalhar ainda mais duro, claro.
Ficou claro que a seleção foi muito mal nas formações de scrum, sendo dominada pelos uruguaios – impossível ganhar um jogo assim. Também vacilou ao repetir penais, dando território de graça e sendo punida com decisivos cartões amarelos.
E ainda errou no controle da “temperatura” do jogo e em tomadas de decisões em momentos chave, normal pela falta de experiência.
Mesmo assim, o reconhecimento sincero (e talvez surpreso) do Uruguai veio nas palavras de seu capitão Juan Manuel Gaminara após o jogo. As expressões “muito difícil” e “muito dura” na análise da partida se repetiam a cada frase de Gaminara sobre o Brasil.
Que esse recado chegue aos próximos adversários. E que eles desafiem o Brasil ainda mais. É isso que os Tupis mais querem. E é isso que mais precisam.