Sul-africano Bryan Habana, artilheiro em Copas do Mundo, em ação pelo Toulon (Crédito: Harry Trump/Getty Images)

Mourad Boudjellal não está brincando quando diz que quer jogar a Premiership, primeira divisão do rúgbi inglês. O empresário francês é dono do Toulon e botou na cabeça que quer entrar para a elite inglesa o quanto antes.

De acordo com o L’Equipe, Boudjellal já está em negociação com dirigentes da Premiership. Se não for possível entrar na temporada 2017/18, que seja na seguinte, afirmou o cartola.

O cartola é conhecido por ter assumido o Toulon na segunda divisão, transformando o clube no atual tricampeão europeu. Sua forma de chegar ao topo é clara: altos salários para grandes estrelas do rúgbi mundial. O atual elenco conta com estrelas como Bryan Habana, maior autor de tries em Copas do Mundo, e Ma’a Nonu, campeão mundial pelos All Blacks.

Ainda segundo a imprensa francesa, Boudjellal teria se comunicado com os “chefões” ingleses propondo a saída do Top 14, a elite da França, recebendo como resposta de um porta-voz que seu pedido seria considerado. Seu principal argumento é que o Toulon daria ainda mais visibilidade ao torneio.

Competições com clubes de outros países não são tão incomuns no rúgbi. Italianos jogam a Pro12, liga originalmente de clubes galeses, irlandeses e escoceses. Já os argentinos e os japoneses ganharam espaço no Super Rugby de 2016, contra franquias na Nova Zelândia, Austrália e África do Sul.

Mas os reais motivos de Boudjellal são totalmente econômicos. E políticos. Nas suas próprias palavras ao L’Équipe, o futuro da prosperidade financeira está na Inglaterra, não na França, pela forma como o rúgbi é gerido nos países.

Ele ainda alfinetou os atuais comandantes das ligas francesas, dizendo que os ingleses sabem tomar boas decisões.

Atualmente o teto salarial por clube do Top 14 é maior do que o da Premiership, mas a liga inglesa vai aumentar o montante para 6.5 milhões de libras por equipe em 2016/17 e 7 milhões em 2017/18.

Qualquer mudança, no entanto, depende de aprovação das federações francesa e inglesa de rúgbi – os ingleses dizem que ainda não foram contatados por Boudjellal.

Por Bruno Romano