Jogo contra o Brasil é capital, e o novo torneio nos obriga a melhorar
UOL Esporte
Por Bruno Romano
Chile e Brasil têm realidades e sonhos parecidos antes do pontapé inicial do novo Americas Rugby Championship, neste fim de semana. E as duas seleções com menor ranking na competição – que conta também com Argentina, Uruguai, EUA e Canadá – encaram o duelo direto como partida chave no torneio.
Para entender melhor o que querem (e o que pensam) os chilenos, falamos com o ex-capitão Sebastián Gajardo e o treinador Eliás Santillán, na véspera da partida marcada para este sábado em Santiago, às 19h de Brasília.
Gajardo e Santillan definem os “Condores” chilenos com uma equipe renovada e muito motivada. A dupla, assim como o capitão brasileiro Daniel “Nativo”, prefere manter os pés no chão neste início do torneio. Mas os líderes chilenos também enxergaM a oportunidade como um ótimo momento para planejar voos bem maiores.
Como a chegada do novo Americas Rugby Championship foi recebida no Chile? A competição já mexeu com a motivação dos jogadores?
SEBASTIÁN GAJARDO (ex-capitão): Este torneio vai dar início a um ano com 15 jogos internacionais da nossa equipe principal, contando o Sul-Americano, a “Consur Cup”, a “Uru Cup” e duas janelas internacionais. É disso que precisamos para se igualar aos nossos rivais mais próximos. Isso nos dá a chance de atingir um nível de alto rendimento inédito na história do Chile. Confio muito nos talentos dos nossos jogadores, e acho que os resultados vão vir rapidamente.
ELIÁS SANTILLÁN (treinador): A motivação dos atletas para este torneio é enorme. Este tipo de competição também abre uma nova porta internacional para os chilenos, e nos obriga a melhorarmos em todas as esferas do nosso jogo.
Como definem a seleção atual do Chile? Quais são suas principais fortalezas?
SG: Vejo uma seleção cheia de talento, com jogadores que ainda não tiveram uma boa chance para mostrar seu valor em uma competição do alto nível – e, agora, poderão desenvolver ainda mais este potencial individual e coletivo.
ES: O Chile atual tem um plantel renovado, com jogadores bastante entusiasmados para representar seu país. Eles são guiados por um grupo de atletas com mais experiência dentro do elenco. Sobre nossas fortalezas, só posso revelar depois do jogo contra o Brasil…
Nos últimos dois duelos, tivemos uma vitória do Brasil (2014) e uma do Chile (2015). A seleção chilena evoluiu desde o último encontro para cá?
ES: Perder para o Brasil em 2014 foi bem duro. Mas sabemos que todas as seleções da América do Sul são fortes jogando em casa. O Chile tinha um plantel muito jovem e com pouca experiência internacional. Em 2015, a equipe se repetiu e ganhou aporte de jogadores que atuavam fora do país. Em 2016, este grupo de jogadores se manteve, contou ainda com mais jovens talentos e com um novo reforço de um grupo internacional.
SG: Desconheço o processo de 2014, pois estava fora do país e, em 2015 participei com auxiliar da seleção. Este ano, demos início a um processo de longo prazo, com novas políticas esportivas e uma visão mais sustentável. E isso interfere na escolha de jogadores para a seleção. De qualquer forma, sabemos que o jogo contra o Brasil é chave para o nosso ano.
Como líderes desta equipe: qual a mentalidade que buscam dos jogadores para a partida contra o Brasil?
SG: Como todo início de trabalho, há muitas expectativas, sobretudo quando pensamos na dimensão deste torneio e na possibilidade de nos medirmos com nações mais fortes. A mensagem que deixar clara é para que todos mantenham os pés no chão e que estejam conscientes de nossa realidade amadora para, aí sim, seguirmos evoluindo jogo a jogo.
ES: O Brasil é um grande projeto para o futuro do rúgbi na América do Sul. O Chile tem que trabalhar duro hoje e amanhã para seguir mantendo sua história. A cada partida ou torneio, essa história da seleção é colocada em jogo. Esta será mais uma versão, e os jogadores atuais escreverão sua própria história.