Craque do rúgbi já acorrentou escavadeira e adia casamento pela causa gay
UOL Esporte
David Pocock tem 27 anos e poderia se contentar em ser um dos principais nomes da seleção australiana de rúgbi, mas não. O jogador é um ativista de diferentes causas. Nascido no Zimbábue, ele ajuda pequenos fazendeiros de sua terra natal, já foi preso ao protestar contra uma mineradora e até agora não oficializou seu casamento porque exige os mesmos direitos para os gays da Austrália.
O episódio da prisão aconteceu no fim do ano passado. Então em fase final de recuperação de cirurgias no joelho, Pocock se uniu a ativistas na região norte do estado de Nova Gales do Sul e se acorrentou a uma escavadeira. O objetivo era protestar contra a expansão da mineradora. Teve até foto no Twitter.
''Essa mina está começando a impactar a comunidade e terá muitos reflexos futuros no fornecimento de água, além de causar problemas de saúde para quem viver perto da mina de carvão'', argumentou o jogador à ABC.
Conhecido na Austrália por sua postura, Pocock também leva a família para suas ''brigas''. Sua mulher, Emma Palandri, é uma delas. Os dois fizeram uma pequena festa em 2010 para marcar a união, mas não se casaram oficialmente atendendo a um pedido de Pocock. Ele defende direitos iguais para os casais homossexuais. Enquanto isso não acontecer, nada de se casar legalmente.
Pocock ainda combate a homofobia no rúgbi. ''Muitos jovens jogadores que gostam de rúgbi são gays e se sentem incomodados com o preconceito, não jogam por medo. Para mim, o esporte deve superar esses limites''.
A infância difícil ajudou a fortalecer esse lado de Pocock. Quando tinha 14 anos, ele fugiu com seus pais do Zimbábue para a Austrália ao ver a fazenda de sua família ser atacada seguidas vezes. ''A violência lá estava fora de controle'', lembrou. Nos últimos dias, em nome do rúgbi, Pocock deu uma pausa na vida de ativista para disputar a Copa do Mundo. No próximo domingo, a Austrália joga as quartas de final contra a Escócia.