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Com try salvador, EUA arranca empate heroico e tira título da Argentina

UOL Esporte

Por Bruno Romano

Seleção dos EUA, os Eagles, comemoram a conquista do ARC 2017. Foto: Sudamérica Rugby

Quando o apito final soou, ainda levou um tempo para todos entenderem o que havia acontecido. Nos seis minutos anteriores, ainda com a bola oval em jogo, a seleção dos Estados Unidos tinha conseguido um feito improvável: anotar dois tries contra a Argentina, em duelo decisivo do Americas Rugby Championship 2017, na terra do rival.

Logo que um pouco de matemática entrou em cena, depois de uma quente e acirrada batalha, tudo acabou bem explicado. Os Estados Unidos eram os campeões do ARC, graças a um ponto bônus.

O que definiu a competição foi o fato de os EUA terem anotado quatro tries contra três dos argentinos no estádio Comodoro Rivadavia, na Patagônia. Era o suficiente para somar um bônus na tabela, uma regra adotada no ARC e em quase todo rúgbi mundial, incentivando a busca por tries até o fim.

O placar final de 27-27 só foi confirmado depois de um try dos Eagles no lance decisivo, seguido de um chute de conversão certeiro. Um empate, aliás, já havia sido o resultado entre as duas seleções no ARC de 2016, quando as equipes duelaram na Califórnia (EUA). Na época, a performance geral dos argentinos fez a diferença, garantindo o troféu.

Em tempo: para quem não acompanha mais de perto o ARC, a Argentina atua com sua seleção de desenvolvimento (a Argentina XV), usando o evento para testar atletas no alto rendimento.

Seus principais jogadores, que costumam defender os Pumas, estão em sua maioria nos Jaguares, a franquia argentina do Super Rugby, ou na fase decisiva da temporada do hemisfério norte, atuando em clubes europeus. As partidas da Argentina XV sequer valem pontos para o ranking mundial da World Rugby.

O que não tira o mérito dos EUA, que também aproveita a oportunidade para mesclar jogadores mais rodados com novas caras do rúgbi local. A vitória dos norte-americanos, inclusive, é bem-vinda para apimentar as próximas edições do ARC, que já teve um torneio bem mais interessante comparado ao do ano passado.

Na rodada final, o Brasil já havia vencido o Canadá pela primeira vez na história. E o Uruguai se despediu com vitória indiscutível (45-14) sobre o Chile, lanterna da competição sem nenhum ponto na tabela. Com o triunfo, os Teros uruguaios acabaram com o bronze na classificação geral, seguidos pelo Brasil, em quarto, e o Canadá, em quinto.