Brasil Sevens celebra o quarto ouro seguido no Valentin Martinez, em Montevidéu

Desde que o rúgbi Sevens virou olímpico, ficou impossível separar a modalidade dos ciclos que levam aos Jogos. E a nova fase da seleção brasileira feminina, pós Rio-2016, começou pra valer no último fim de semana. Ela trouxe uma novidade, a estreia do treinador neozelandês Reuben Samuel, e outra notícia mais “comum”: ouro em um torneio sul-americano.

O título veio em solo uruguaio, na disputa do tradicional Valentin Martinez. Foi o quarto troféu de campeão seguido do Sevens nacional, em um torneio que une outras seleções do continente, além de equipes de províncias locais. O clube sede, Carrasco Polo, também recebe um enorme festival de clubes juvenil e feminino.

Dentro de campo, o Brasil despachou o Chile, o time “B” da Argentina e o selecionado de Entre Rios na fase inicial. No dia decisivo, vitória sobre o Peru na semifinal e Argentina na decisão.

Mantendo o histórico de superioridade, a seleção anotou 100 pontos e sofreu apenas 5 nos jogos de grupos. As peruanas também não foram páreo para o Brasil (26-0), ainda que o duelo final contra as argentinas (19-14) comprova que a distância entre as equipes número um a número dois do continete parece mesmo estar diminuindo.

Nunca é fácil ganhar um campeonato de rúgbi, mas o desempenho brasileiro da última década coloca a missão na América do Sul quase como obrigação. São 11 títulos sul-americanos invictos, além de um bronze no Pan-2015.

É um ótimo sinal saber que tudo deu certo mesmo com sete mudanças do time que defendeu o país na Olimpíada e com um novo comandante. Reuben tem larga experiência no currículo ao lado das Blacks Ferns, a seleção feminina neozelandesa, que joga em um patamar bem acima do nosso atual.

Manter a hegemonia no pedaço era o primeiro passo firme necessário para seguir um novo caminho. A confiança faz toda a diferença na hora de encarar as verdadeiras pedreiras pela frente (leia-se: o Circuito Mundial que começa em dezembro em Dubai). Que o novo ciclo não apenas nos mantenha puxando o ritmo da área, como nos leve a voos maiores.