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Ousadia vence tradição, e Austrália leva ouro histórico sobre Nova Zelândia

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Australianas levam a melhor em duelo de gigantes para acabar no topo do pódio (Crédito: David Rogers/Getty Images)

Australianas levam a melhor em duelo de gigantes para acabar no topo do pódio (Crédito: David Rogers/Getty Images)

Por Bruno Romano

O primeiro ouro da história do rúgbi Sevens olímpico é da Austrália. ''Merecimento'' é muito pouco para descrever um título inédito, conquistado após seis jogos de tirar o fôlego em três dias de duras batalhas no estádio de Deodoro, a última delas contra sua maior rival.

A presença da Oceania era mais do que esperada para definir o primeiro lugar do pódio entre as mulheres. Era o duelo entre a maior vencedora da modalidade nos últimos anos, a Nova Zelândia, contra a atual campeã do Circuito Mundial, a Austrália.

Toda a ilusão do ouro logo virou realidade com o apito inicial. A cada tackle, ruck ou passe dava para sentir o capricho (e a garra) em fazer o melhor. Cada centímetro do campo foi disputado como se aquele único instante fosse determinar quem ficaria com a medalha dourada. Deu gosto de ver.

Impressionou muito a intensidade do jogo, mesmo se tratando da sexta partida seguida, do tempo maior no relógio (10 por 10 minutos em vez nos usuais 7 por 7) e de a toda pressão emocional envolvida em uma decisão histórica.

Em vez de sentir o peso da responsabilidade, neozelandesas e australianas deram ao mundo do rúgbi um duelo digno de países que carregam tanta tradição no planeta oval.

Neste verdadeiro tira-teima entre duas gigantes, falou mais alto o melhor timing da preparação. Enquanto as neozelandesas cairam de ritmo nos últimos torneios, as novas campeãs olímpicas afinaram o seu jogo e chegaram voando no Rio. A diferença começou a ficar nítida em campo no segundo tempo.

Paciência, disciplina e jogo coletivo também foram chave na vitória. Bater a seleção que é sinônimo de rúgbi e ainda por cima sua maior rival local e histórica não é pouca coisa. O placar final mostra bem a dificuldade e o tamanho da conquista: 24-17.

Em um torneio sem nenhuma surpresa, que ainda premiou o Brasil com uma vaga na próxima temporada do Circuito Mundial, o pódio olímpico representa perfeitamente as grandes forças da atualidade (pode incluir aí o bronze do Canadá, conquistado em cima da Grã-Bretanha). As medalhas acabaram em boas mãos.

O bom nível e o sucesso do torneio feminino traz ainda mais expectativa para a estreia dos homens nesta terça-feira. O Brasil encara Fiji (13h30), favoritos ao ouro, e Estados Unidos (18h) pelo grupo ''A'' na largada de mais uma campanha de três dias em Deodoro.