8 de agosto de 2016 – O Blog do Rúgbi http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br Um grupo de jornalistas está focado em buscar as melhores jogadas, os melhores tackles – e pancadas -, e os momentos mais emocionantes do mundo do rúgbi. Fri, 31 Mar 2017 17:31:54 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Ousadia vence tradição, e Austrália leva ouro histórico sobre Nova Zelândia http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/08/08/ousadia-vence-tradicao-e-australia-leva-ouro-historico-sobre-nova-zelandia/ http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/08/08/ousadia-vence-tradicao-e-australia-leva-ouro-historico-sobre-nova-zelandia/#respond Mon, 08 Aug 2016 23:02:42 +0000 http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/?p=1689 Australianas levam a melhor em duelo de gigantes para acabar no topo do pódio (Crédito: David Rogers/Getty Images)

Australianas levam a melhor em duelo de gigantes para acabar no topo do pódio (Crédito: David Rogers/Getty Images)

Por Bruno Romano

O primeiro ouro da história do rúgbi Sevens olímpico é da Austrália. “Merecimento” é muito pouco para descrever um título inédito, conquistado após seis jogos de tirar o fôlego em três dias de duras batalhas no estádio de Deodoro, a última delas contra sua maior rival.

A presença da Oceania era mais do que esperada para definir o primeiro lugar do pódio entre as mulheres. Era o duelo entre a maior vencedora da modalidade nos últimos anos, a Nova Zelândia, contra a atual campeã do Circuito Mundial, a Austrália.

Toda a ilusão do ouro logo virou realidade com o apito inicial. A cada tackle, ruck ou passe dava para sentir o capricho (e a garra) em fazer o melhor. Cada centímetro do campo foi disputado como se aquele único instante fosse determinar quem ficaria com a medalha dourada. Deu gosto de ver.

Impressionou muito a intensidade do jogo, mesmo se tratando da sexta partida seguida, do tempo maior no relógio (10 por 10 minutos em vez nos usuais 7 por 7) e de a toda pressão emocional envolvida em uma decisão histórica.

Em vez de sentir o peso da responsabilidade, neozelandesas e australianas deram ao mundo do rúgbi um duelo digno de países que carregam tanta tradição no planeta oval.

Neste verdadeiro tira-teima entre duas gigantes, falou mais alto o melhor timing da preparação. Enquanto as neozelandesas cairam de ritmo nos últimos torneios, as novas campeãs olímpicas afinaram o seu jogo e chegaram voando no Rio. A diferença começou a ficar nítida em campo no segundo tempo.

Paciência, disciplina e jogo coletivo também foram chave na vitória. Bater a seleção que é sinônimo de rúgbi e ainda por cima sua maior rival local e histórica não é pouca coisa. O placar final mostra bem a dificuldade e o tamanho da conquista: 24-17.

Em um torneio sem nenhuma surpresa, que ainda premiou o Brasil com uma vaga na próxima temporada do Circuito Mundial, o pódio olímpico representa perfeitamente as grandes forças da atualidade (pode incluir aí o bronze do Canadá, conquistado em cima da Grã-Bretanha). As medalhas acabaram em boas mãos.

O bom nível e o sucesso do torneio feminino traz ainda mais expectativa para a estreia dos homens nesta terça-feira. O Brasil encara Fiji (13h30), favoritos ao ouro, e Estados Unidos (18h) pelo grupo “A” na largada de mais uma campanha de três dias em Deodoro.

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Terceira vitória seguida consagra campanha brasileira no rúgbi feminino http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/08/08/terceira-vitoria-seguida-consagra-campanha-brasileira-no-rugbi-feminino/ http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/08/08/terceira-vitoria-seguida-consagra-campanha-brasileira-no-rugbi-feminino/#comments Mon, 08 Aug 2016 18:00:43 +0000 http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/?p=1686 Brasil se despede de Deodoro com triunfo sobre o Japão na disputa do nono lugar. Foto: David Rogers/Getty Images

Brasil se despede de Deodoro com triunfo sobre o Japão na disputa do nono lugar. Foto: David Rogers/Getty Images

Por Bruno Romano

Os mais de dez anos dedicados ao rúgbi Sevens e as incontáveis horas de preparação para a Rio-2016 tiveram um final marcante no estádio de Deodoro, nesta segunda. A seleção brasileira feminina venceu o Japão (33-5) na disputa pelo nono lugar e fechou os Jogos com três triunfos em cinco partidas.

Mais do que isso, garantiu uma vaga inédita entre as seleções de elite na próxima temporada do Circuito Mundial, um “prêmio” por ficar a frente de Japão, Quênia e Colômbia na classificação final.

Dos cinco tries brasileiros contra as japonesas, dois foram emblemáticos. Quando Beatriz Futuro e Paula Ishibashi, cruzaram o in goal adversário, se concretizava ali toda a história de uma geração que, lá atrás, sem muito incentivo nem visibilidade, batalhou pelo esporte e trouxe na marra vários feitos para o Brasil, com destaque para os 11 títulos Sul-Americanos invictos e o bronze no Pan 2015.

Curioso que, poucas horas depois de a seleção masculina de futebol decepcionar com mais um empate na Rio-2016, foi justamente com os pés que o Brasil feminino definiu sua terceira vitória no rúgbi. Lance permitido no esporte, mas nem sempre de fácil execução, ainda mais em alto nível, os chutes abriram caminho para três dos cinco tries da despedida brasileira.

Arriscar desta forma define bem a cara do time nestes Jogos. A escolha mostra como o Brasil evoluiu em visão de campo, técnica e jogo coletivo. Em outras palavras, entendeu quais eram suas melhores armas e soube usá-las na hora certa. É a mostra perfeita de como esta geração olímpica de 2016 assumiu uma proposta agressiva, sempre pronta para dar seu máximo.

O nono lugar olímpico, à distância, pode parecer pouco para um torneio com 12 seleções. Mas era a vitória possível para o Brasil nesta altura.

A disputa por medalha, que segue um caminho a parte, confirma bem isso. Grã-Bretanha e Canadá, nossos duros rivais na fase de grupos, avançaram para as semifinais e têm chance de tirar de Austrália e Nova Zelândia a tão sonhada vaga na decisão. A disputa pelo ouro acontece nesta própria segunda, às 19h, em Deodoro.

A imagem que vai ficar desta Olimpíada, e que precisa embalar o próximo ciclo rumo a 2020, é o do choro de felicidade depois do apito final contra o Japão. Três vitórias em solo olímpico (todas elas ao nosso alcance, mas nem por isso fáceis) resumem muito melhor do que um nono lugar o que foi essa passagem brasileira.

A relação deste grupo com o Sevens é visceral. Já tem mais de uma década de luta diária e resistência. Abaixar a cabeça em meio a tantos desafios nunca foi uma saída escolhida. É por isso que simbolizar esta camanha olímpica com o espírito coletivo da última vitória é mais do que justo. E enxergá-las como ídolos do esporte é mais do que merecido.

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