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Brasil aposta em “tudo ou nada” e faz boa estreia no rúgbi feminino

UOL Esporte

A capitã brasileira Paula Ishibashi luta para passar pela defesa britânica Foto: David Rogers/Getty Images

A capitã brasileira Paula Ishibashi luta para passar pela defesa britânica Foto: David Rogers/Getty Images

Por Bruno Romano

O resultado pode não parecer dos melhores: 29-3 na estreia da Rio-2016. Mas a derrota para a forte Grã-Bretanha neste começo de tarde de sábado em Deodoro esconde uma mudança de estilo e mentalidade que pode ajudar muita a seleção feminina nesta caminhada olímpica.

O primeiro triunfo, e talvez o mais difícil, foi transformar toda a pressão da estreia em casa em incentivo. A seleção assumiu uma postura valente, aplicou pressão e foi agressiva no ataque e na defesa. O apoio constante e o jogo coletivo chamaram atenção. Faltou pontuar, falha irreversível neste nível mundial.

O que se vê em campo é um time mais solto, ou seja, mais próximo de suas características. Mais do que isso, a seleção foi ofensiva e arriscou várias armas. Escolheu o ''tudo ou nada'' e, nesta hora, funcionou como ótima estratégia para assustar um pouco um rival bem mais forte.

É o melhor que se pode pedir para um time que entra como azarão nos Jogos, e que parece não estar disposto a dar adeus à competição sem ao menos deixar tudo em campo.

Já se sabia que este primeiro dia seria o mais duro. Mais tarde, o Canadá ainda deve se impor com qualidade física e técnica para cima da nossa seleção. Um adversário difícil de encarar, e ainda mais favorito a medalha do que as britânicas (as canadenses aplicaram 45-0 no Japão logo após o jogo do Brasil).

Olhando de fora, fica mais fácil analisar com frieza: derrotas por menos pontos podem significar uma classificação histórica lá na frente. As meninas sabem que o jogo chave, de fato, é contra o Japão (12h deste domingo). Nem por isso se omitiram contra as britânicas.

Encararam uma batalha de rúgbi como deve ser. Não perderam para elas mesmas, aquele risco sempre grande em um esporte tão complexo e desafiante, mas sim para uma Grã-Bretanha que tem planos de subir no pódio.