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Após 15 anos de seleção, rugbier conta como é ajudar o Brasil sem chuteiras
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UOL Esporte

Daniel Gregg, em 2012, a frente da seleção brasileira de rúgbi quinze. Foto Dani Mayer/Fotojump

Daniel Gregg, em 2012, a frente da seleção brasileira de rúgbi quinze. Foto Dani Mayer/Fotojump

Quando Daniel Gregg defendeu a seleção brasileira de rúgbi Sevens pela primeira vez nem se imaginava que a modalidade se tornaria olímpica. Quinze anos depois, o atleta de Niterói (RJ) se vê a poucos meses do sonho da Olimpíada. Só que agora, Gregg está jogando sem as chuteiras.

Ele faz parte da atual comissão do treinador argentino Andrés Romagnoli, e tem acompanhado a nova geração do rúgbi em uma era ainda mais competitiva e midiática do esporte.

Ao lado de outros atletas recém aposentados da seleção, como Fernando Portugal, Gregg tem uma missão clara: passar toda experiência dos tempos nos gramados para a molecada.

Para entender melhor como tem sido essa troca de guarda, falamos com Gregg, direto de Viña del Mar, no Chile, onde o Brasil enfrenta neste fim de semana potências do continente em um tradicional e cobiçado torneio de Sevens, que vale vaga para a etapa de Hong Kong do Circuito Mundial.

Como tem sido acompanhar a seleção de Sevens, agora sem as chuteiras?

Tem sido uma satisfação enorme! Depois de estar na seleção como jogador por quinze anos, ajudar novos atletas a se desenvolverem e a atingirem seus objetivos é como uma obrigação, pois sinto que é hora de retribuir tudo o que o rugby me proporcionou.

Como avalia a participação do Brasil no primeiro torneio do ano, em Mar del Plata, no último fim de semana?

No primeiro dia de jogos não fomos bem. Vejo que a questão da condição física já não é mais um problema do Brasil no nível sul-americano. Mas acredito que erramos em algumas tomadas de decisão importantes. No segundo dia, fomos outra equipe: todos muito concentrados, fazendo exatamente o proposto. Saímos com uma derrota contra África do Sul e vitórias contra Canadá e Uruguai.

Consegue definir em palavras esta seleção brasileira de Sevens atual?

Vejo uma seleção renovada, jovem e alegre. Os melhores jogadores atuais do Brasil estão disponíveis para a equipe. E todos estão cheios de energia e com muita vontade de aprender e melhorar. Mas, ao mesmo tempo, sinto um pouco de “falta de jogo”, ou seja, ainda falta experiência para os mais jovens. Eles precisam jogar mais partidas e torneios de alto nível.

Essa nova geração tem se dado bem em um jogo tão rápido, exigente e competitivo como é o caso do Sevens?

Temos uma geração muito bem preparada fisicamente. E, como disse, o que falta mesmo é mais experiência em campo. Teremos alguns torneios internacionais para dar oportunidades para os mais novos. E acho que eles vão responder bem.

É muito difícil fazer da Olimpíada uma verdadeira motivação e não uma “pressão negativa”?

Nenhum de nós sabe o que é jogar uma Olimpíada. Falar que não existe pressão é estar mentindo. O que fazemos diariamente com os jogadores é sempre motivá-los a cada dia serem melhores. Procuramos não falar dos Jogos Olímpicos toda hora. Em vez disso, conversamos sobre os próximos torneios e falamos da importância de eles estarem se sentindo bem no trabalho diário. Quando o atleta se sente confiante fisicamente e tecnicamente o jogo flui de maneira mais natural, e sempre temos bons resultados.

O que deixaria a comissão técnica satisfeita no Sevens de Viña del Mar deste fim de semana?

Primeiro de tudo queremos sempre que os jogadores façam o máximo que puderem, sem deixar nada. Nosso objetivo é a classificação para a etapa do Circuito Mundial em Hong Kong – o que estaremos disputando no primeiro dia de torneio [para se classificar, é preciso ficar em 1º ou 2º do grupo “B” que conta com Uruguai, Chile e Peru]. Para o segundo dia esperamos que o time siga o plano de jogo e, como sempre, que se divirtam fazendo o que mais gostam de fazer, que é jogar rugby.

 Por Bruno Romano

Nas areias de Ipanema, Gregg dá instruções para a seleção de beach rugby no fim de 2015. Foto João Neto/Fotojump

Nas areias de Ipanema, Gregg dá instruções para a seleção. Foto João Neto/Fotojump


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