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Algoz dos All Blacks, Irlanda barra “imbatível” Inglaterra em dia de título

UOL Esporte


Por Bruno Romano

O plano inglês era ambicioso: conquistar seu segundo título seguido e invicto no Six Nations. De quebra, o ''Grand Slam'', como é chamado o feito, renderia à Inglaterra um status inédito no esporte, conquistando 19 vitórias seguidas. Mas a Irlanda acabou com a festa. Ou, pelo menos, parte dela, já que os ingleses acabaram no topo do pódio mesmo assim.

Os sorfridos 13-9 para a Irlanda no Aviva Stadium, de Dublin, quebrou a sequência inglesa. Ainda assim, os visitantes acabaram com a melhor campanha, erguendo o troféu do torneio de seleções mais tradicional do mundo logo após o apito final. Um feito e tanto, ainda mais para uma seleção que ressurgiu após amargar sua pior campanha da história no Mundial 2015.

Como prêmio para a Irlanda, além de celebrar mais tranquilos o San Patrick's Day, no último domingo, veio a confirmação do posto de quarta melhor seleção do mundo, no ranking da World Rugby desta segunda. O lugar garante os irlandeses como cabeças-de-chave no ''pote 1'' do sorteio da Copa de 2019, a ser realizado em maio.

Não custa lembrar que foi a própria Irlanda que barrou os All Blacks no último mês de novembro, também embalados em uma sequência inédita de 18 triunfos consecutivos. Estamos falando de uma seleção cheia de talentos individuais, com uma força de conjunto fora de série, que está invicta há três anos em casa.

''Não é o fim do mundo'', retrucou o treinador Eddie Jones, logo após a derrota em dia de título. ''Estamos apenas no mes 14 de um plano de quatro anos'', reforçou o comandante de origem australiana.

Seguindo a ideia de que é melhor acontecer agora do que no Japão em 2019, a queda inglesa pode ser até um bom combustível para a sequência do trabalho. E é provável que não seja a única antes do pontapé inicial do Mundial.

Além do título da seleção principal de XV, a Inglaterra faturou dois Grand Slam, nos Six Nations feminino e M20, com atletas abaixo de 20 anos. Feitos que mostram que as próximas gerações vêm com tudo, e o que investimento e o bom trabalho do rúgbi inglês transbordam por seus clubes e demais categorias.

Não é só isso: o Six Nations 2017, junto dos últimos grandes encontros internacionais, é a prova definitiva de que o hemisfério norte já deu a volta por cima. Depois de um fraco Mundial em 2015, a aposta é que, em 2019, os europeus voltem a lutar por título. E quem ganha com isso é o rúgbi como um todo.