5 de novembro de 2016 – O Blog do Rúgbi http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br Um grupo de jornalistas está focado em buscar as melhores jogadas, os melhores tackles – e pancadas -, e os momentos mais emocionantes do mundo do rúgbi. Fri, 31 Mar 2017 17:31:54 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Herói da base e revanche: os ingredientes do Curitiba campeão do Super 8 http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/11/05/heroi-da-base-e-revanche-os-ingredientes-do-curitiba-campeao-do-super-8/ http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/11/05/heroi-da-base-e-revanche-os-ingredientes-do-curitiba-campeao-do-super-8/#respond Sat, 05 Nov 2016 22:18:48 +0000 http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/?p=1908 Foto: Susi Seitz/Curitiba Rugby

Foto: Susi Seitz/Curitiba Rugby

Por Bruno Romano

Cem minutos de rúgbi não foram suficientes para decidir o campeão brasileiro em 2016. Após 80 minutos de jogo normal e mais 20 de prorrogação, a final do Super 8 terminou em uma disputa de drop goal, dando ao Curitiba seu segundo título nacional na história.

A cena é inédita em decisões do rúgbi brasileiro – e raríssima também no cenário internacional. Semelhante aos pênaltis do futebol, cada equipe define cinco chutadores, que precisam acertar a mira no “H” (os postes ou paus) com um tiro de bate-pronto, sem interferência de rivais, a 22 m de distância do alvo.

Coube ao garoto Leonardo, natural de Toledo (PR), acertar o último e decisivo chute, marcando 2-1 na disputa de drops. Fruto de um dos projetos de base que tem fomentado o rúgbi curitibano, o reserva que entrou nos minutos finais da prorrogação aponta que o trabalho dos paranaenses ainda tem um futuro bastante promissor.

O título celebra também uma arrancada fulminante dos Touros, apelido do clube de 1983, agora bicampeão nacional. Na semana passada, os curitibanos carimbaram a vaga em sua terceira final seguida na última chance possível, ao despachar o São José, campeão nacional de 2015.

Não custa lembrar que o Desterro havia vencido os dois duelos diretos na fase inicial do torneio (24-21 e 31-8), ingrediente que aumentou o nível de tensão da final.

Antes do ”anticlímax” da bizarra disputa de drops, o jogo foi marcado pelo trabalho de base e o contato físico – as duas grandes armas do Desterro, que o Curitiba soube neutralizar.

Em uma partida de muito mais erros do que acertos, as defesas combativas chamaram mais atenção do que os ataques pouco ou nada criativos (o que explica o 3-3 do primeiro tempo).

Na etapa decisiva, a força física e o conjunto de forwards do Curitiba falou mais alto. Os Touros dominaram o território, pontuaram de pouco a pouco e encaminharam o duelo para uma vitória.

Mas os catarinenses, donos de uma campanha com 14 triunfos em 13 jogos neste Super 8, não desistiram, a ponto de guardar um try de difícil marcação do árbitro nos lances finais – o replay da TV sugere que a bola não foi apoiada no in goal.

Polêmicas a parte, o título é justo e merecido – e também seria se tivesse acabado do outro lado.

Não à toa, todos os jogadores se cumprimentaram após o fim da prorrogação, em um daqueles momentos que marcam a essência do rúgbi. Eles pareciam concordar, depois de 100 minutos de batalha, que o empate comprovava que ali haviam dois vencedores.

De fato é uma vitória conjunta do rúgbi do sul do país, região que tem crescido muito nos últimos anos – foi a primeira final de brasileiro sem equipes paulistas desde 1979.

E também confirma um clube que tem feito a lição de casa, da base ao alto rendimento, faturando dois títulos nos últimos três anos, mesmo assim sem representantes na seleção nacional.

Talvez o resultado mude os planos neste fim de temporada de clubes. Com os olhos focados agora na seleção, algum “touro” ainda pode pensar em carimbar passaporte para a Europa na dura gira de três jogos (dois contra a Alemanha e um contra Portugal) que o Brasil encara neste fim de ano.

Com certeza vale sonhar. Ainda que, agora, a realidade de campeão seja compensadora e saborosa demais para pensar nos próximos voos.

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Curitiba surpreende, bate Desterro nos pênaltis e é bicampeão do Super 8 http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/11/05/curitiba-desterro-super-8/ http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/11/05/curitiba-desterro-super-8/#comments Sat, 05 Nov 2016 21:25:24 +0000 http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/?p=1899 Foto: Susi Seitz/Curitiba Rugby

Foto: Susi Seitz/Curitiba Rugby

Por Bruno Freitas
Do UOL, em São Paulo

Não faltou emoção na decisão do Super 8. Neste sábado (5), no estádio do Canindé, em São Paulo, o Curitiba Rugby surpreendeu o favorito Desterro e se tornou bicampeão da principal competição da modalidade no Brasil. Com dois penais e um try para cada lado, as equipes empataram no tempo normal e na prorrogação por 13 a 13. Na disputa de pênaltis, a primeira da história em uma final do torneio, a vitória veio por 2 a 1, após Ilha e Leonardo converterem suas cobranças.

O Desterro chegou com o favoritismo à final depois de uma campanha quase irretocável, com 13 vitórias em 14 partidas. Já o Curitiba conseguiu assegurar a vaga na decisão apenas no último jogo, em um confronto direto com os paulistas do São José, que terminou com triunfo paranaense por 32 a 30. No final, a campanha do time apontou 10 vitórias e 4 derrotas.

As duas equipes fizeram um primeiro tempo morno, de muita marcação e sem nenhum try anotado. Quem abriu o placar foi o Desterro. Após pressão no campo ofensivo, Panta teve a oportunidade de bater um penal e não desperdiçou. Aos 16min, chutou de uma distância de aproximadamente 25 metros e marcou os três primeiros pontos para sua equipe.

Atrás do placar, o Curitiba começou a sair mais para o jogo e, aos poucos, foi conquistando território e chances para igualar. Perto do final da etapa inicial, Chicho também converteu um penal e empatou o marcador em 3 a 3. Esse foi o 141º ponto de Chicho no Super 8, artilheiro isolado da competição.

Na etapa final, Curitiba tentava pressionar, mas um novo erro prejudicou sua campanha na partida. Após cometer mais um penal, Panta novamente cobrou com precisão, de longa distância e colocou o Desterro em vantagem no placar.

Com uma formação fixa dominante, e um scrum muito bom, o Curitiba voltou a pressionar o Desterro até conseguir a virada. Aos 20min da etapa final, Ilha aproveitou um vacilo da defesa, cobrou um penal rápido e conseguiu anotar um try. A equipe ainda foi bem na conversão de dois pontos e virou o placar para 10 a 6.

Panta ainda teve a chance de fazer os catarinenses encostarem no marcador na parte final da partida, mas desperdiçou um penal e viu Chicho ser mais efetivo para anotar mais três pontos e praticamente decretar a vitória do Curitiba. Neste momento, bastava o Curitiba mandar a bola para fora para se tornar bicampeão. No entanto, o inesperável aconteceu. Já no tempo adicional, Desterro conseguiu arrancar com a bola em uma jogada de “vida ou morte” e anotou um try polêmico, marcado por Rodox, que levou a decisão para a prorrogação após a conversão de dois pontos.

Na prorrogação – dois tempos de dez minutos -, ninguém conseguiu pontuar e a decisão foi para os pênaltis. Sinho abriu com categoria para o Desterro, mas viu todos seus companheiros errarem. Ilha, na última cobrança para o Curitiba, empatou, e Leonardo, já nas alternadas, decretou o título paranaense.

Esta foi a terceira final consecutiva do Curitiba, que venceu a edição de 2014 e acabou com o vice-campeonato no ano seguinte. O Desterro, por sua vez, estava atrás do tetra brasileiro nesta temporada, já que triunfou nos torneios de 1996, 2000 e 2005.

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