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Tentativa de boicote a seleções acende polêmica de liberação de atletas

UOL Esporte

Após rumores de boicote, Vern Cotter terá atletas da Premiership na Escócia (Crédito: David Rogers/Getty Images)

Após rumores de boicote, Vern Cotter terá atletas da Premiership na Escócia (Crédito: David Rogers/Getty Images)

Por Bruno Romano

O treinador neozelandês Vern Cotter anunciou hoje a lista oficial seleção da Escócia para os duelos internacionais de fim de ano. Até aí, tudo normal. A questão é que, para contar com cinco jogadores de destaque no elenco, foi preciso vencer uma longa batalha fora de campo.

Os escoceses que atuam na primeira divisão do rúgbi inglês, a Premiership, sofriam com a pressão de um boicote da liga frente às seleções nacionais.

Como um dos torneios mais ricos e atraentes do circuito internacional, o campeonato inglês costuma perder seus principais atletas em época de test matches, as partidas entre seleções que valem pontos para o ranking mundial.

Os clubes ligados a Premiership Rugby Ltd. (PRL), empresa responsável pela competição, chegaram a votar a favor da permanência dos jogadores nos times, mesmo sob convocação de seus países.

A alegação principal é que as perdas referentes às lesões destes atletas acabam pesando muito nos cofres dos clubes. Por este mesmo motivo, a PRL já teria até entrado em negociações com as federações de países como Itália, Samoa e Tonga, exigindo remuneração financeira em caso incidentes causados em períodos de serviços a seleção.

Ao menos nesta nova convocação, o bom senso falou mais alto. Mas o caso parece longe de ganhar uma solução definitiva. Paises com menos ''força política'' e proximidade de diálogo com a Inglaterra ainda podem ter seus representantes barrados pelos ingleses.

Para sorte de Vern Cotter, todas as suas cinco escolhas vindas da Premiership estarão liberadas: Moray Low, Duncan Taylor, Sean Maitland, Tim Visser e Greig Laidlaw, o camisa 9, chutador e capitão do time.

''O fato é que você não pode negar a oportunidade de uma pessoa representar seu país em um jogo internacional'', defendeu Vern Cotter, durante a apresentação do elenco de 31 jogadores.

''É claro que pode ser bem frustrante ver o jogador deixando seu time por um período ou voltando da seleção com uma lesão, mas o rúgbi internacional é importante para o esporte, e a negação de servir seu país também pode ser negativa para o atleta'', completou o head coach.

A Escócia tem três desafios duros pela frente em novembro: Austrália (dia 12), Argentina (19) e Geórgia (26). Serão as últimas participações de Vern Cotter no comando da seleção. O treinador do Glasgow Warriors Gregor Townsend vai tomar seu lugar. Cotter já tem contrato assinado com o clube francês Montpellier.