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Rivais se unem após batalha que encerrou longo jejum da Austrália

UOL Esporte

Wallabies e Springboks se abraçam depois de triunfo australiano em Brisbane Foto: Chris Hyde/Getty Images

Wallabies e Springboks se abraçam depois de triunfo australiano em Brisbane. Foto: Chris Hyde/Getty Images

Por Bruno Romano

A pressão era gigante dos dois lados. Os australianos, em frente a sua torcida, já estavam sem explicações para uma seca de vitórias de quase um ano. Os sul-africanos vinham com a desconfiança de uma derrota inédita para a Argentina fora de casa.

É por isso que a última edição de um clássico do esporte, válido pela terceira rodada do Rugby Championshiop neste fim de semana, foi à altura da tradição e do momento vivido por ambos – traduzindo: em ritmo alucinante e ''desesperado''.

Longe dos tackles e tries, uma das imagens mais marcantes do duelo ficou para depois do apito final. Rivais históricos e com escolas de rúgbi bem diferentes, Wallabies e Springboks se juntaram no gramado após a batalha que acabou com o jejum australiano.

Não é a primeira nem a última vez que um abraço coletivo ajuda a resumir o rúgbi, mas as circunstâncias chamam atenção.

Com a moral ferida, em pleno processo de renovação e bombardeados por todos os lados, os jogadores das duas equipes se sentiram por um momento no mesmo barco. Decidiram simplesmente se unir em um ato simples, mas extremamente simbólico.

Conseguiram juntar em um único gesto, os cinco valores do rúgbi: respeito, disciplina, paixão, integridade e solidariedade. E não pense que o jogo não foi bruto. Longe disso.

Uma vitória dura (23-17) depois de cinco derrotas seguidas neste ano. O primeiro triunfo da Austrália em 2016, que já marcava o pior desempenho da seleção desde 1969.

Não apenas os Wallabies, mas os Boks sabiam bem disso. Tentaram de tudo, mas não conseguiram superar uma Austrália abalada, que começa a recuperar sua confiança. O reconhecimento do rival é o melhor sinal para comprovar isso.