11 de agosto de 2016 – O Blog do Rúgbi http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br Um grupo de jornalistas está focado em buscar as melhores jogadas, os melhores tackles – e pancadas -, e os momentos mais emocionantes do mundo do rúgbi. Fri, 31 Mar 2017 17:31:54 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 “Reis do Sevens”, fijianos transformam tragédia no país em ouro inédito http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/08/11/reis-do-sevens-fijianos-transformam-tragedia-no-pais-em-ouro-inedito/ http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/08/11/reis-do-sevens-fijianos-transformam-tragedia-no-pais-em-ouro-inedito/#comments Thu, 11 Aug 2016 23:06:03 +0000 http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/?p=1706 Seleção de rúgbi de Fiji comemora após conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos (Phil Noble/Reuters)

Seleção de rúgbi de Fiji comemora após conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos (Phil Noble/Reuters)

Por Bruno Romano
Do UOL, no Rio de janeiro

Impossível separar a passagem do ciclone Winston pelas Ilhas Fiji no início do ano com a consagração máxima da seleção de rúgbi do país nesta quinta-feira em Deodoro.

O país que foi devastado por um fenômeno natural sem precedentes, afetando vários familiares e amigos destes jogadores, bateu a Grã-Bretanha na decisão do rúgbi para cravar dois feitos inéditos: o primeiro ouro olímpico do Sevens e uma inédita medalha, de qualquer cor ou modalidade, para os fijianos.

A trajetória para recuperar um país é notável. E todas as últimas conquistas de Fiji dentro de campo, incluindo o segundo título seguido no Circuito Mundial, nesta última temporada, foram dedicadas às vítimas. Com a consagração no Rio não foi diferente.

O sonho dourado de Fiji na Rio-2016 foi apenas o embalo de uma história de anos de relação íntima com o Sevens (e com as vitórias no rúgbi reduzido). Não é a toa que esta seleção recebe dois apelidos: “Reis do Sevens” e “Fijianos Voadores”, sobre o domínio dos gramados e o estilo de jogo alegre, dinâmico, veloz e arisco.

No campo de Deodoro, os “voadores” deixaram pelo caminho Brasil, Argentina, Estados Unidos, Nova Zelândia e Japão, antes de faturar o primeiro lugar em cima dos britânicos por indiscutíveis 43-7.

Um feito esportivo do tamanho do merecimento desdes jogadores. E que traz agora a tona várias conquistas pessoais e coletivas, tão duras ou mais do que ganhar uma Olimpíada.

Em um país visto como paraíso natural para visitantes, a realidade traz poucas oportunidades de trabalho fora o turismo. O rúgbi, diversão número um no pedaço, é o principal passaporte para sonhar com outro tipo de vida.

Dois exemplos desta geração explicam bem esta história. Osea Kolinisau, o capitão, se revezava com os irmãos para ir à escola. A família não tinha dinheiro de condução para todos. Jerry Tuwai, o pequeno e gigante craque, já foi morador de rua. Juntos, foram protagonista para colocar Fiji no tópio do pódio, seu devido lugar.

O rúgbi faz parte da vida das famílias, dos encontros de bairros, e é até jogado sem compromisso nas praias com coco imitando bolas.

É por isso que Sevens, para Fiji, é muito mais que um esporte, mas uma forma de expressão. A performance em Deodoro foi o auge dela. A mais sincera, honrosa e divertida maneira de ver ao vivo essa expressão.

Das doze seleções masculinas que pisaram em Deodoro, todas teriam histórias de ouro para contar em caso de título. Mas a que o mundo mais precisava ouvir era mesmo a de Fiji.

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Seleção amarga último lugar em dia de disputa pelo ouro no rúgbi http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/08/11/selecao-amarga-ultimo-lugar-em-dia-de-disputa-pelo-ouro-no-rugbi/ http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2016/08/11/selecao-amarga-ultimo-lugar-em-dia-de-disputa-pelo-ouro-no-rugbi/#respond Thu, 11 Aug 2016 17:34:49 +0000 http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/?p=1702 Brasileiros saem a caça do queniano Billy Odhiambo no estádio de Deodoro. Foto: David Rogers/Getty Images

Brasileiros saem a caça do queniano Billy Odhiambo no estádio de Deodoro. Foto: David Rogers/Getty Images

Por Bruno Romano

Se o caminho do Brasil já foi duro nos dois primeiros dias de rúgbi masculino, não era o Quênia que facilitaria nossa vida. Acostumados a nos vencer, graças a uma união de força física com criatividade, os africanos foram impiedosos na disputa pelo 11o lugar destes Jogos, cravando 24-0 para cima dos Tupis.

Um try logo no primeiro lance mexeu com os ânimos do Brasil, que mesmo assim conseguiu se recompor para equilibrar as ações no primeiro tempo. Mas a experiência queniana falou bem mais alto. Com a temperatura do jogo sempre controlada, nossos rivais contruíram o placar de forma calma, gradual e convincente. Nos deixaram com o último lugar da competição.

Estamos falando de um adversário que pelo menos desde 2006 leva bem a sério um programa de alto rendimento no Sevens. Mais do que isso, uma selação que há poucos meses venceu uma etapa de Circuito Mundial atropelando Fiji, favorita ao ouro nesta Rio-2016 (desde que passe pelo Japão na semi, às 14h30, para chegar à decisão, às 19h).

Nosso quinto e último rival em Deodoro estava longe de ser fácil. Um time liderado por Collins Injera, maior autor de tries da história do Circuito Mundial, e formado por atletas acostumados a trombadas e apostas de corrida contra os maiores atletas de Sevens do planeta há mais de dez anos.

Uma vitória brasileira, ainda que merecida pela raça demonstrada nestes Jogos, seria um feito esportivo gigante, e bem acima do nosso nível atual.

Se a trajetória do Brasil no rúgbi termina aqui, a festa olímpica está só chegando ao seu ápice. Além de Fiji e Japão, Grã-Bretanha e África do Sul se enfrentam na segunda semifinal. No fim da tarde desta quinta-feira conheceremos o primeiro campeão da história olímpica do rúgbi Sevens.

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