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Adeus, Habana: por que o craque campeão foi cortado da seleção olímpica

UOL Esporte

Bryan Habana em ação durante etapa dos EUA do Circuito Mundial de 7's 2015-2016 Foto: David Becker/Getty Images

Bryan Habana em ação durante etapa dos EUA do Circuito Mundial de 7's 2015-2016 Foto: David Becker/Getty Images

Por Bruno Romano

O anúncio da ausência mais surpreende do rúgbi olímpico veio da África do Sul. Bryan Habana não faz parte da lista de 12 atletas dos Blitzboks, apelido da seleção.

O campeão mundial pelo seu país, jogando rúgbi XV em 2007, nem mesmo está entre os dois reservas que cada equipe tem destinado em caso de problemas como lesão.

A decisão do treinador e ex-jogador de Sevens Neil Powel pode mesmo surpreender muita gente. Até por que, Habana vinha participando de várias etapas do Circuito Mundial, inclusive negociando com seu clube de XV, o francês Touloun, as saídas para se dedicar ao sonho olímpico.

Mas, de certa forma, ela prova um forte indício desta temporada: craques no rúgbi XV não têm conseguido impôr todo o seu impacto em campo quando o assunto é a modalidade olímpica.

A velocidade do jogo, as várias partidas em um mesmo dia e a relação diferente com as tomadas de decisões (como o timing do passe, do tackle e até a hora de fugir ou buscar contato) são algumas variáveis que tem dado muito trabalho para quem está mais acostumado com 15 jogadores de cada lado.

Ainda que nomes como Sonny Bill Williams, da Nova Zelândia, tenham potencial para brilhar na Rio-2016, é mais provável que as estrelas do Sevens, há mais tempo dedicadas a modadalidade, sejam mesmo quem vai ditar o ritmo da festa.

Habana, no entanto, sequer era um novato no assunto. Sua carreira na seleção sul-africana tem raízes no Sevens, antes mesmo de ele se sagrar campeão mundial com os Springboks em 2007, ano em que foi eleito o melhor jogador do mundo.

Não dá para achar que faltou esforço de sua parte, mas o sonho olímpico acabou de vez, em meio a uma disputa acirrada por vagas. A decisão de Neil Powell é definitiva. E está longe de enfraquecer a seleção. A África do Sul chega à Olimpíada com méritos de uma das favoritas a medalhas, inclusive a de ouro.

Se Bryan Habana no elenco mais ajudaria (com sua experiência) ou atrapalharia (tirando a vaga de alguém mais acostumado com o Sevens de alto nível) nunca vamos saber. Agora, Habana é mais um torcedor que vai acompanhar de fora dos campos a volta do rúgbi aos Jogos.