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“Penso na eliminação da Copa todos os dias”, diz ex-treinador da Inglaterra

UOL Esporte

Stuart Lancaster se explica durante entrevista no Mundial 2015 na Inglaterra (Foto: David Rogers/Getty Images)

Stuart Lancaster se explica durante entrevista no Mundial 2015 na Inglaterra (Foto: David Rogers/Getty Images)

Por Bruno Romano

Sete meses após o fim da Copa do Mundo de Rúgbi 2015, Stuart Lancaster ainda tem pesadelos com saída precoce da Inglaterra do torneio.

Antes fossem “apenas” pesadelos: o ex-treinador da seleção sede do último Mundial garantiu que se lembra do fracasso “a cada minuto, na maioria dos dias”, em entrevista ao Sportsweek, programa de rádio da londrina BBC. No entanto, ele garante que tem buscado nova vida no trabalho de treinador.

Vale lembrar que, sob todas as críticas merecidas, o percentual de vitórias de Lancaster na era profissional do rúgbi (após 1996) só perde para Clive Woodward (1997-2004, incluindo o título mundial de 2003). Lancaster fica a frente de Andy Robinson (2004-2007), Brian Ashton (2007-2008) e Martin Johnson (2008-2011) no quesito.

Mas é impossível separá-lo da RWC 2015. Eliminada na primeira fase, a Inglaterra foi a primeira anfitriã da história dos mundiais a deixar a competição antes do mata-mata. O grupo era difícil – com Gales, Austrália, Fiji e o coadjuvante Uruguai –, mas a campanha ruim foi um banho de água fria para toda a atmosfera que os ingleses tinham criado.

O antigo head coach assumiu mais uma vez a culpa maior pelas derrotas da Copa, devido a seu papel de comandante. Lancaster também garante ter ficado mais contente do que qualquer um com a volta por cima da Inglaterra, vencendo o Six Nations de forma invicta, agora sob o comando de Eddie Jones.

“Já faz um tempo, e muita coisa aconteceu de lá para cá, mas ainda está bem fresco na minha cabeça”, desabafa o ex-técnico.

“Mas não me sinto tão devastado assim pela experiência na Copa a ponto de não querer treinar nunca mais”, diz à BBC.

No último mês de dezembro, ele disparou mensagens para clubes do hemisfério sul, e passou o começo de 2016 viajando por Nova Zelândia, Austrália e África do Sul, potências do rúgbi.

Aos 46 anos, seu novo objetivo é assinar contrato com alguma equipe de ponta destes países. “O encanto de treinar um time do Super Rugby é algo que me chama. Seria um tremendo desafio e uma excelente oportunidade”, finaliza.