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Jogador de rúgbi de 74 anos segue na ativa na Espanha

UOL Esporte

(Divulgação)

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Por Bruno Romano

Partidas entre veteranos são comuns no rúgbi. E representam bem o espírito do esporte. Mas a história do espanhol Juan Brotons vai além. Este pilar de 74 anos segue em plena ativa, jogando 80 minutos, em uma divisão onde é permitido empurrar no scrum, lance-chave para primeiras linhas como Juan.

Já são 57 temporadas jogando com a camisa 25 do clube Ingenieros Industriales Las Rozas, na cidade de Las Rozas, região de Madri, na Espanha. A equipe é de 1971 e manda seus jogos no estádio ''El Cantizal'', carinhosamente apelidado de ''a casa da dor''.

Juan atua no terceiro time sênior do clube, que disputa atualmente a última divisão da liga amadora local, chamada de regional madrileña. A média de idade das equipes é de 50 anos.

Héctor Broncos, filho de Juan, se juntou ao time ''C'' há 11 anos, onde joga de scrum half. ''Meu pai sempre foi comprometido com o esporte, para ele é uma filosofia de vida. Além de jogar nos fins de semana, ele vai todos os dias por duas ou três horas à academia e cuida muito bem da sua alimentação'', diz Héctor ao site Madrilánea.

Durante as últimas temporadas, a dificuldade para Juan jogar vinha, na verdade, de fora do campo. Como é obrigatório ter um seguro de saúde, segundo as regras dos torneios locais, as companhias não queriam se responsabilizar por alguma lesão do septuagenário jogador.

Seu clube, portanto, trabalhou para conseguir a liberação – com grande dificuldade nesta temporada atual. Juan precisa assinar um termo de responsabilidade sobre sua condição física.

''Ele se considera um jogador como todos os outros, e não gosta de se sentir uma 'espécie rara'. Ele odeia homenagens e declarações pós-jogo, tirando as feitas por nós mesmos da equipe no vestiário, claro'', conta o capitão do Ingenieros, Rafael de Santiago, ao espanhol AS.

Mesmo assim, seu clube fez uma bonita homenagem quando Juan completou sessenta anos. Na época, ele disse que o difícil não era jogar rúgbi aos 60. Difícil mesmo era parar definitivamente.

Em 2016, Juan segue na ativa. Provando que, parando de jogar ou não, não existe ex-jogador de rúgbi.

(Reprodução)

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