Titulo do Six Nations seria só o começo do caminho inglês ao topo?
UOL Esporte
A Inglaterra voltou a vencer o Six Nations depois de 13 anos. E o líder desta nova fase do rúgbi inglês já deixou bem claro: “isto é apenas o começo”.
Difícil duvidar de Eddie Jones, o treinador australiano que transformou a decepção inglesa na Copa 2015 em título invicto no maior torneio de seleções da Europa – confirmado neste fim de semana com a vitória sobre a França (31-21), em Paris.
Apenas 13 times venceram o Six Nations sem perder nenhum jogo na história, feito chamado de Grand Slam. Os ingleses não sentiam esse gosto desde 2003, mesmo ano que venceram o Mundial.
Para Eddie, o objetivo inglês é exatamente voltar a ser a seleção número um do mundo. O Six Nations foi só o passo inicial (e certeiro).
Como ele vai chegar lá? Segundo o próprio comandante, encontrando novos Jonny Wilkinson, em referência ao ex-camisa 10 da Inglaterra, protagonista na Copa de 2003, quando ainda era um jovem e nem tão conhecido jogador.
Este elenco do Six Nations, aliás, já mostrou novos “Jonny’s”. É o caso do segunda-linha Maro Itoje, atleta do Saracens de apenas 21 anos. Para Eddie, jogadores como Itoje são os grandes responsáveis para ajudar a elevar o nível de todo o time.
Como grupo, está claro que a Inglaterra ainda não chegou nem perto de seu auge. Eddie acredita que ele vai ser alcançado nos próximos anos, antes do Mundial de 2019. E os jogadores compraram a causa.
“Acho que o Stuart Lancaster [ex-treinador, demitido após a eliminação na Copa], trouxe boas bases para o time, mas o Eddie é um técnico de altíssimo nível”, defende Danny Care, camisa 9 e destaque no duelo contra a França, em entrevista coletiva pós jogo.
“Ele já esteve no topo antes, entende como chegar lá, sabe como vencer e consegue injetar confiança na equipe”, agrega Danny.
Agora que o título do Six Nations é realidade, o novo comandante acredita que os jogadores ficarão ainda mais famintos por sucesso, em vez de se acomodarem – ainda mais com o vexame da Copa ainda vivo em suas mentes.
No próximo compromisso, Eddie mostra o tamanho da sua confiança. Disse que acredita em três vitórias contra a forte Austrália, em solo “inimigo”, nos amistosos internacionais de junho.
“Olha, é fantástico ganhar um Grand Slam e é incrível vencer o Six Nations, mas queremos mesmo ser o melhor time do mundo”, disse.
“Para isso, precisamos vencer a Austrália para entrar de vez nesta estrada. Depois, em dois ou três anos teremos um time para bater os All Blacks”, cravou o treinador.
Por Bruno Romano