Sonho argentino, Super Rugby em casa vira realidade no “caldeirão” de Vélez
UOL Esporte
Por Bruno Romano
Jogar uma partida de Super Rugby em casa era um ideia distante do rúgbi argentino. Mas neste fim de semana, o campo do Vélez Sarsfield, em Buenos Aires, receberá pela primeira na história os Jaguares, a nova franquia argentina da competição.
Os ingressos estão esgotados. E o estádio José Amalfitani, usado pelo Vélez em partidas de futebol, deve se comprovar como um verdadeiro “caldeirão” em prol do time – outra novidade no torneio, que vive problemas de público mesmo na Nova Zelândia, África do Sul e Austrália, potências máximas do rúgbi.
Para apimentar ainda mais o duelo, o adversário dos Jaguares será os Chiefs. A equipe neozelandesa venceu o Super Rugby em 2012 e 2013, e é conhecida por um jogo solto, ofensivo e de forte impacto. Craques locais como Sam Cane e Aaron Cruden fazem parte do elenco titular.
O time que entra em campo pelos Jaguares também traz nomes fortes do mundo oval. Recuperado de lesão, Juan Martín Hernández está no XV que sai jogando. A dupla da seleção Nicolás Sanchez (#10) e Martin Landajo (#9) será titular, assim como Agustín Creevy, o capitão dos Pumas, seleção principal da Argentina.
Os Jaguares não apenas jogam em casa, como tem a seu favor uma semana a mais de descanso da última rodada, quando ganharam um bye. Nos dois primeiros jogos, os argentinos venceram os Cheetahs (34-33) e venderam caro a derrota para os Sharks (15-19), ambos confrontos na África do Sul.
“Não importa tanto a longa viagem em si. Jogar na argentina é sempre duro”, defende o neozelandês Justin Marshall, ex-camisa 9 dos All Blacks, com vasta experiência no Super Rugby, em sua coluna no NZ Herald.
Se os Jaguares mantiverem um bom número de vitórias em casa, chegarão aos playoffs, segue Justin. “Eles estão jogando de forma bem parecida aos Pumas na última Copa do Mundo, é um time balanceado, com habilidade nas mãos e que sabe destruir adversários nos scrums e mauls”, finaliza o ex-jogador.
Esta estreia em Vélez deve dar mesmo o tom que os Jaguares vão adotar nos seus jogos em casa. É com base neles que podem chegar longe no Super Rugby. Escrevendo assim não apenas sua própria história, como ajudando a mudar a ordem do torneio de clubes mais exigente do rúgbi mundial.