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Lendas do esporte são indicadas à chefia da World Rugby

UOL Esporte

DUBLIN, IRELAND - NOVEMBER 19: Former Argentina player Agustin Pichot attends the iRB World Rugby Conference and Exhibition in the Ballsbridge Hotel on November 19, 2013 in Dublin, Ireland. (Photo by Patrick Bolger/Getty Images for iRB)

Crédito: Patrick Bolger/Getty Images for iRB)

Os atuais presidente e vice-presidente da World Rugby (WR), o francês Bernard Lapasset e o sul-africano Oregan Hoskins, respectivamente, não vão concorrer à reeleição para os cargos que ocupam. Lapasset assume a presidência da candidatura de Paris para os Jogos Olímpicos de 2024 e Hoskins continuará com suas funções na federação da África do Sul.

Deste modo, todas as uniões filiadas à WR tinham direito a indicar nomes para estes cargos. Foram duas as indicações. A da Inglaterra indicou Bill Beaumont, lenda do rúgbi mundial, capitão da campanha invicta do 5 Nações de 1980 e atualmente à frente da federação do seu País. A da Argentina, Agustín Pichot (foto), um dos líderes dos Pumas na terceira colocação da Copa de 2007. Reconhecidíssimo dentro de campo e, fora dele, um dos responsáveis pela criação do Campeonato das Américas (Americas Rugby Championship), que já em sua primeira edição (2016) foi um grande sucesso. Sem dúvida alguma.

O cenário nos fornece um europeu e um sul-americano como presidente e vice da World Rugby. Um conservador Beaumont e um ousado Pichot. O inglês é resistente a alguma mudança no 6 Nações, mesmo com o avanço de seleções como a Romênia e a Geórgia (que jogam o grupo ‘B’) e com a queda do rendimento do rúgbi italiano. Nessa linha de pensamento, acredita-se o número de seleções no mundial dificilmente sairá de vinte, se depender exclusivamente de Beaumont. Sob sua liderança, nos últimos anos as seleções da Inglaterra ganharam enorme projeção, com a de rúgbi-de-sete, as inferiores e a feminina (campeã do mundo em 2014).

De vice-presidente, a ousadia de Agustín Pichot. Bom, como escrito acima, o Campeonato das Américas é um ótimo exemplo desta ousadia. As Américas possuem mercados em expansão e o rúgbi precisa muito disso. A Argentina deu um salto na modalidade nos últimos anos, não apenas com a seleção principal, os Pumas. As equipes de base estão entre as melhores do mundo, o Pampas XV fez história na África do Sul há alguns anos e os Jaguares começaram bem o “Super Rugby”. Internamente, o rúgbi argentino possui seleções provinciais, campeonatos e clubes muito organizados, com alguns em processo de profissionalização.

Ambos viveram e fizeram parte de um intenso desenvolvimento no trabalho de rendimento do rúgbi em nível mundial. Com Beaumont e Pichot no comando, ele não apenas continuará, como tomará ainda mais força, uma vez que o jogo se tornará mais interessante. Logo, atrairá mais público, patrocinadores e televisão. Consequentemente, mais torcedores e consumidores.

Vejo Beaumont mais como Relações Públicas e Pichot arregaçando as mangas e ao trabalho. As mudanças – em favorecimento dos países dos Tiers 2 e 3 – acontecerão paulatinamente. Pichot não vai querer neste momento um desgaste com Beaumont. Aliás, quero muito acreditar que o rúgbi nesta esfera de comando não permite caprichos como o ego ou o interesse extremamente pessoal. Os objetivos de ambos com o esporte são comuns e compartilhados: crescimento, difusão, proteção e desenvolvimento. Um talvez queira de maneira mais rápida, outro nem tanto.

Mas há algo muito certo: são excelentes nomes e o rúgbi mundial estará em boas mãos e pés.

Os próximos presidente e vice da WR assumem os cargos em primeiro de junho deste ano.

Por Virgílio Neto, comentarista da ESPN
virgilioneto.wordpress.com/
@virgiliofneto