O Blog do Rúgbi

Cria de projeto social em favela de São Paulo jovem de 17 anos mira Rio-16

UOL Esporte

Por Fábio Aleixo
Do UOL, em São Paulo

De um projeto social na segunda maior favela de São Paulo, a de Paraisópolis, aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Este é o caminho que Bianca Santos Silva está perto de concluir em seis anos.

Formada no projeto Rugby Para Todos, a jovem de 17 anos é considerada uma das principais revelações da modalidade, integra a seleção nacional desde 2013 e tem participado de todas as etapas do circuito mundial, a última delas em Barueri na semana passada. Estar entre as 12 que representarão o país na Olimpíada será para ela a realização de um sonho.

''A meta que tenho fixada é chegar na Olimpíada. Vai ser uma das maiores oportunidades da minha vida. Darei o meu melhor para estar ali dentro. Sou a mais jovem do time e tenho de fazer por merecer'', disse Bianca, que não fez parte da seleção nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN), no ano passado.

''Não estava treinando tão frequentemente com o time como estou agora'', minimiza a jogadora.

Mas o que levou uma menina de 11 anos na época, moradora de uma comunidade carente a se interessar por um esporte ainda visto como truculento e praticado muito mais por homens do que mulheres?

''Tinha alguns amigos que iam ao projeto e me convidaram. Nunca tinha ouvido falar de rúgbi na minha vida. A primeira vez que vi aquilo me impressionei. Mas aos poucos fui me adaptando e foi bem tranquilo'', contou Bianca, que antes do rúgbi jogou futebol e vôlei, mas sem a intenção de se dedicar ao alto rendimento.

''No começo era como uma brincadeira. Jogávamos em um campão de terra, quando chovia virava um lamaçal. Era divertido. Hoje, o campo já é de grama'', disse.

Bruno Miani/ Bradesco

Foto: Bruno Miani/ Bradesco

Apesar de ser um esporte ainda pouco popular no Brasil, Bianca sempre recebeu o apoio dos pais. Desde que continuasse com os estudos e isso não atrapalhasse sua formação. Atualmente, ela cursa o último ano do Ensino Médio, no período turno.

''Meus pais não entendem muto de rúgbi, tanto que muitas vezes eu preciso ensinar algumas coisas para eles. Mas eles sempre me apoiaram. Tinha vezes que pensava em não ir ao treino e eles me incentivavam e me acompanhavam'', contou Bianca.

Ainda hoje, Bianca segue frequentando o projeto social e também defende a equipe de São José dos Campos, uma das principais do Brasil. E afirma que pode servir de inspiração para garotas e garotos de Paraisópolis que estão começando agora na modalidade.

''Posso sim servir de inspiração''.