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Brasil ganha “reforço” de veteranas para etapa do circuito mundial em SP

UOL Esporte

Paula Ishibashi corre para o try contra a Colômbia no Pan 2015 (Crédito: Al Miligan/Fotojump)

Paula Ishibashi corre para o try contra a Colômbia no Pan 2015 (Crédito: Al Miligan/Fotojump)

Por Bruno Romano

Anfitriã do maior torneio de rúgbi olímpico feminino do planeta, a seleção brasileira tem dois “reforços” de peso para este fim de semana. As experientes Paula Ishibashi e Julia Sardá voltam ao time, depois de um longo período afastadas por lesão.

Paulinha e Julia fazem parte do elenco de 12 jogadoras escaladas pelo técnico neozelandês Chris Neil para a segunda etapa do circuito mundial de Sevens 2015-2016, que rola neste sábado e domingo na Arena Barueri (SP).

Mesmo com estilos diferentes – a primeira mais ágil, arisca e distribuidora de jogo; a segunda mais potente, forte no contato e finalizadora –, ambas são reconhecidas dentro e fora de campo como líderes da geração que já levou o Brasil a dez títulos sul-americanos seguidos.

Cada uma já venceu também, por duas vezes (Paulinha em 2012 e 2015, e Julia em 2013 e 2014), o prêmio do Comitê Olímpico do Brasil de melhor atleta de rúgbi do país.

“Passei um tempo afastada das atividades do campo, mas todo dia fazia fisioterapia, preparação física, e analisava jogos”, conta Paulinha. “É ruim ficar de fora, mas quando estava lesionada treinei tanto que nem vi o tempo passar”, relata.

“Já passei por muitas outras lesões, algumas até crônicas, mas sempre evoluo um pouco mais com elas. Você aprende a dar mais valor aos treinamentos físicos e técnicos, pois são eles que irão te levar mais longe”, defende a jogadora do SPAC, de São Paulo.

Julia joga pelo Desterro (SC) e é reconhecida pelo papel de capitã da seleção nacional. As duas fizeram grande parte da recuperação no CT da seleção feminina em São Paulo.

Para Paulinha, toda a preparação coletiva feita até aqui traz muita confiança para o time, mesmo sabendo do desafio de enfrentar equipes bem mais fortes. Calma, paciência, inteligência, apoio e união também são vistos como chave para encarar as “pedreiras” em Barueri, na opinião da jogadora paulista.

“Sempre tento lembrar ao grupo de quão boas nós somos. E de que juntas somos muito melhores do que podemos imaginar, mas temos que acreditar”, diz.

Segundo ela, o porte físico da “gringas” já incomodou bastante a equipe brasileira. Mas a história tem mudado. “Nós também temos meninas grandes e fortes, e outras pequenas e habilidosas. Temos nossas qualidades e é nelas que temos que focar”, analisa.

“Pela minha característica de jogo, espero trazer velocidade nas tomadas de decisão e encontrar os espaços. Depois, passar a bola para as mais velozes, até porque eu já passei dessa fase”, brinca Paulinha.

Tirando a volta da dupla, as Tupis vão a campo com a mesma equipe da primeira etapa do circuito, disputada em dezembro em Dubai. No torneio de abertura, o Brasil acabou na décima colocação, a mesma que assume na classificação geral.

Neste sábado, o Brasil enfrentará na primeira fase França, Japão e Inglaterra – das três, as inglesas são as únicas que as Tupis nunca venceram na história. “Nossa chave é difícil, mas vamos encarar com tudo. Estou empolgada e confiante”, conclui Paulinha.

Sardá, com a bola, e Paulinha, no apoio, em duelo contra a França na etapa brasileira do circuito mundial de 2014 (Crédito: João Neto/Fotojump)

Sardá, com a bola, e Paulinha, no apoio, em duelo contra a França na etapa brasileira do circuito mundial de 2014 (Crédito: João Neto/Fotojump)