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Após vexame na Copa, França aposta em renovação e juventude

UOL Esporte

''Não há tempo a perder”, decretou Guy Novès, novo treinador da França no seu primeiro anúncio de 31 jogadores nesta terça-feira. O renovado elenco disputará o Six Nations com estreia marcada contra a Itália no início de fevereiro.

Aos 61 anos, Novès substituiu Philippe Saint-André logo após o Mundial 2015. Na época, a França fora eliminada pela Nova Zelândia nas quartas-de-final da Copa por 62-13, placar mais elástico desta fase na história do torneio.

Novès fez seu nome jogando pelo Stade Toulousain, ou Toulouse, de 1975 a 1987, período em que atuou sete vezes pela seleção francesa. Como treinador do mesmo Toulouse desde 1993 venceu 10 campeonatos franceses e quatro europeus de clubes.

A sua primeira equipe oficial conta com 30 jogadores da primeira divisão da França – sete deles são do Toulouse, clube com mais representantes. A única exceção é Virimi Vakatawa, fijiano de nascimento, contratado pela seleção de Sevens francesa, um atleta que tem roubado a cena no Circuito Mundial.

A grande ausência é o centro Mathieu Bastareaud, atualmente no Toulon, com 39 jogos pela seleção. Segundo Novès, Bastereaud não se adéqua ao novo projeto de renovação.

Pensando em longo prazo, ele trouxe oito novidades ao elenco. Desde que assumiu o cargo, em novembro de 2015, os temas “juventude” e “pensamento de longo prazo” são recorrentes. E a palavra de ordem – mais falada até aqui – é “compromisso”.

A missão dos novos jogadores não é nada fácil: substituir lendas do rúgbi francês como Thierry Dusautoir, ex-capitão aposentado da seleção, e eleito melhor jogador do mundo em 2011. Dusautoir também era a referência de Novès em campo, jogando pelo Toulouse.

Mas o peso maior ficará mesmo nas costas do novo comandante. Será preciso criar um novo time, superar o vexame contra a Nova Zelândia e ainda mostrar serviço em pouco tempo no Six Nations.

Em 2015 os franceses venceram apenas Itália e Escócia (historicamente os piores do torneio), sendo derrotados por Irlanda, Inglaterra e País de Gales.

Repetir o 4º lugar de 2015 no maior torneio de seleções da Europa seria visto como má campanha pelos fãs de rúgbi e pela imprensa francesa. O próprio Novès, acostumado aos títulos, também concordaria.