O melhor início de ano para o rúgbi brasileiro
UOL Esporte
Os Tupis voltam para o Brasil depois dos campeonatos de Mar del Plata (ARG) e Viña del Mar (CHI) com o melhor início de ano para a modalidade no Brasil. Na Argentina, vitória maiúscula (a maior da história no rúgbi de sete) sobre o Uruguai por 28 a 5 e triunfo sobre o Canadá por 22 a 5. No Chile, um vice-campeonato histórico, com direito a vitória (também histórica) sobre a África do Sul por 21 a 12 e classificação para o torneio de Hong Kong, em Abril.
Motivos mais do que suficientes para que o trabalho que vem sendo desenvolvido no alto-rendimento do rúgbi nacional não seja interrompido, como se espera que pode ser depois dos Jogos Olímpicos do Rio. Tomara que não, mil vezes não!!! A seleção de rúgbi de sete nunca esteve tão bem! Na de 15 o trabalho leva mais tempo e paciência. O grupo precisa ser muito maior. Conciliar mais de 30 interesses pessoais, demandas e vidas diferentes, requer mais tempo.
Voltamos à seleção de sete. Dois pontos que quero destacar nesta espetacular campanha Tupi pela Argentina e Chile:
1) O acompanhamento de perto da comissão técnica, que vive o dia-a-dia das seleções e certamente sabem da realidade, rotina e situação de cada atleta. Fator fundamental para que o trabalho tenha sequência, padrão e hierarquia. Ex-jogadores das seleções no quadro das comissões contribui muito mais para isso (Daniel Gregg, Daniel Danielewicz, Fernando Portugal e Ige são grandes exemplos). São referências e transmitem propriedade quando tomam decisões, uma vez que já passaram por semelhantes situações.
2) A competitividade para ser parte do grupo principal. Diferentemente de outras épocas, o Brasil possui hoje um leque mais abrangente de bons e talentosos atletas que podem servir à seleção. A concorrência é maior e estimula a superação de limites e quebras de marcas. No entanto, é preciso manter o grupo unido. Em outras palavras, o “vestiário” deve ser guardado. A disputa por posições existe, mas o bom ambiente é sagrado e deve ser preservado antes de tudo.
Com tudo isso, em um País de proporções territoriais como o nosso, para que tenhamos o que fora citado nos dois pontos acima, a centralização destes atletas é mais do que necessária. Mais do que nunca antes, estamos diante de uma clara progressão dos resultados da seleção de rúgbi de sete.
Romper com este projeto é regredir. É dar passos para trás. Acredito que o rúgbi brasileiro não queira mais fazer isso, como aconteceu no passado.
Por Virgílio Neto, comentarista da ESPN
virgilioneto.wordpress.com/
@virgiliofneto