Rúgbi uruguaio dá passo adiante e é exemplo
UOL Esporte
O rúgbi cresce em escala global e este crescimento é visto na América do Sul. À frente, a Argentina. No embalo o Brasil (em função também dos Jogos Olímpicos) e o Uruguai. O caso uruguaio é um ótimo exemplo de gestão do esporte – sobretudo do alto desempenho.
Anunciam nesta semana Esteban Meneses (CUBA, La Plata e URBA) como treinador da seleção principal. Pablo Lemoine (que conduziu os Teros para o Mundial da Inglaterra) assumirá o cargo de Diretor Esportivo da União do Uruguai. Os orientais pretendem fazer 24 jogos oficiais por temporada com as equipes A (Teros) e B (Charrua XV), além da equipe que joga o campeonato nacional argentino. Ademais, serão profissionalizados 12 atletas em 2016 que estarão disponíveis para quaisquer seleções, inclusive a de sete.
Existem fatores internos que levam o rúgbi uruguaio dar esse passo. Sua tradição na modalidade levou o país a três mundiais e o contato com a nata do esporte do mundo incentivou os dirigentes quererem mais. Um dos fatores externos foi o crescimento de alguns países vizinhos. Obviamente, ninguém quer ficar atrás de ninguém.
Discordo em parte quando dizem que o crescimento do rúgbi no Uruguai é limitado, pelo número de habitantes no país. Entretanto, cultura competitiva, ambiente profissional e vencedor contribuem dentro do esporte de alto nível. A difusão dele para o país e entre os mais jovens é também parte do resultado no investimento no topo dessa pirâmide, que é o esporte de rendimento.
O passo à frente dado pelo rúgbi uruguaio é ousado, único e firme. Deixará um legado dentro da modalidade e para o esporte local. Incentivará gerações de novos atletas, ou seja, essa cultura competitiva se recria. A prazo, os resultados dentro de campo aparecem e atrairão cada vez mais novos praticantes, simpatizantes e torcedores.
Em comparação com o Brasil, é um cenário não tão distante. Na realidade, por aqui é feito o mesmo, dentro do alcance da Confederação Brasileira. Por agora, uma equipe brasileira em algum campeonato nacional de quinze ou se sete na Argentina; ou uma equipe gaúcha, catarinense ou paranaense (motivadas pela distância) que disputassem torneios uruguaios, correntinos ou missioneiros são também ideias ousadas e que trariam muito boas contribuições para o rúgbi de desempenho do Brasil, tanto de quinze como de sete.
Em tempo: se quiserem saber mais da história da seleção uruguaia na Copa de 1999, recomendo lerem “La Otra Celeste”, de Pablo Ferrari.
Por Virgílio Neto, comentarista da ESPN
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@virgiliofneto