São José é campeão brasileiro em competição com mais estrangeiros e disputa
UOL Esporte
O São José Rugby Clube (São José dos Campos/SP) tornou-se no último sábado (31) campeão do Super 8 (campeonato brasileiro de rúgbi) depois de vencer o Curitiba, na final, por 18 a 6, no Estádio do Ibirapuera, em São Paulo. Foi a nona conquista nacional da equipe do Vale do Paraíba, a segunda com mais títulos (o SPAC tem 13).
O campeonato brasileiro de rúgbi é jogado desde 1964 e chama-se “Super 8” por ter oito equipes. A Taça Tupi, segunda divisão, tem 24. Os joseenses não conquistavam o título desde 2012. Neste hiato, o SPAC levou o caneco em 2013 e o Curitiba em 2014. A equipe paranaense se vale de um excelente trabalho com as categorias de base, somado ao ritmo de alguns estrangeiros que fazem parte do plantel e que trabalham no dia-a-dia do clube. Um trabalho cujo resultado se reflete também na equipe feminina (o Curitiba é campeão do Super Sevens, o circuito nacional feminino de rúgbi sevens).
Entre 2012 e 2015 muita coisa mudou no São José. Boa parte dos grandes nomes passaram a se dedicar a outras funções, outros partiram para uma experiência no rúgbi internacional. Ao mesmo tempo os meninos dos juvenis subiram e serviram de base para o eneacampeonato deste ano. O São José se favoreceu do retorno em tempo integral do treinador Maurício Coelho (que antes dividia o expediente com a CBRu) e da volta de Joca Malaia para a Diretoria do clube. O trabalho agora seria feito para dentro da instituição, através de uma identidade (formam a “Escola Caipira”), da relação da equipe com a cidade de São José dos Campos (por isso do segundo uniforme ter as cores da bandeira do município) e o do legado do rúgbi para o esporte local.
Este foi o campeonato brasileiro mais disputado entre todos. As academias de alto-rendimento espalhadas pelo país contribuíram para uma melhor preparação dos atletas. O torneio ser jogado em turno e returno proporcionou mais rotina de partidas – fundamental para o desenvolvimento de um atleta -e isso, a prazo, gera equipes mais competitivas. A presença cada vez maior de estrangeiros também colabora para a evolução e crescimento do esporte no Brasil. Não apenas nas equipes, mas no trabalho do clube em categorias de base.
Trazer estes estrangeiros custa. Mantê-los, ainda mais. Está cada vez mais caro uma equipe do Super 8 entrar em campo. Jogos em casa, jogos fora. Quem paga essa conta? O profissionalismo bate à porta. Entretanto o rúgbi nacional agora, consegue se sustentar? Bom…vai ser tema para outro texto.
O Super 8 2016 terá o retorno do tradicionalíssimo Niterói, hexacampeão brasileiro, e que certamente deixará o certame ainda mais interessante. Em 2015 vimos a segunda final consecutiva do Curitiba – que pode não ter conquistado o título, mas chegou à decisão – e um São José renovado que merecidamente conquistou a Taça.
Por Virgílio Neto, comentarista da ESPN
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@virgiliofneto